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"Will you believe me if I tell you it was love at first sight?

Won't I die because my breath has just stopped

You know, the moment when I first saw you

Everything in front of me was faint, everything stopped

I just see you, my breathing stops"

Hunters- Duke

Respirei fundo para tentar acalmar os meus batimentos cardíacos e, apesar da dificuldade por estar carregando 3 grandes -e pesadas- malas, enxuguei minhas mãos, suadas pelo nervosismo, na barra de minha blusa. Começo a andar o caminho até eles, que tinha uns dez metros mas que parecia um quilômetro devido ao par de olhos que me observa. Tento esbanjar o meu olhar mais confiante, mas sei que por dentro me sinto mais insegura do que nunca. Quando os alcanço, pareço perder a fala assim que meus olhos se encontram com os dele, me deixando completamente sem reação. Ele parece achar aquela situação tão constrangedora como eu, já que também mantêm-se calado enquanto me observa, tentando decifrar o que eu estou pensando- como ele sempre faz.  

- Hey Angel! Não vai falar comigo?- Nash pergunta quando percebe que eu ainda continuava sem reação, interrompendo, ainda bem, o meu momento de mudez.

-Desculpa Nash, mas é que alguém tem que carregar a mala da sua namorada folgada- Falei puxando ele para um abraço e vendo Manu fazer uma careta. - O que ele está fazendo aqui?- Sussurrei em meio ao abraço, me referindo ao Cameron

-Desculpa por isso, mas eu não tive escolha a não ser trazer ele. - Nash falou no mesmo tom de voz. Nos separamos quando minha irmã fez um barulho com a garganta, indicando que a nossa conversa por sussurro já tinha sido grande ao ponto de ser percebida, e fazendo acabarmos com o abraço.

-Hey, Carter- Cameron falou. Ele é a única pessoa que me chama sempre pelo meu sobrenome por parte de mãe -a não ser quando ele está com raiva de mim- ; e a maneira como ele pronuncia, imitando meu sotaque inglês, ainda me faz arrepiar quase toda vez que eu escuto.  - Não vai falar comigo?- perguntou abrindo um pouco os braços.

- Cameron...- Falo seu nome, que sai quase como um suspiro, enquanto me dirijo para lhe dar um abraço. Logo aquele tão conhecido perfume invadiu minhas narinas, fazendo com que um punhado de memórias voltasse a tona, me atingindo como um tiro, digamos assim, já que foi tão doloroso quanto eu imagino que deve ser levar um. Assim que terminamos o abraço, que foi um pouco estranho e acanhado, ficamos a olhar um para o outro, novamente num silêncio um tanto constrangedor.

-Bem... Vamos? Estou cansada da viagem- Manu fala enquanto passa o braço pela cintura de Nash, e logo todos concordamos.

Nos dirigimos até o carro e os meninos nos ajudam com as malas. Manu, que está no banco de carona ao lado de Nash, vai a viagem toda até sua casa conversando animadamente com seu namorado, que dirige. Cameron permanecia calado no banco ao meu lado, olhando fixamente para a janela, e decido fazer o mesmo. Ele não parecia fazer a mínima questão de trocar uma palavra comigo, e eu não seria idiota ao ponto de ir puxar assunto com ele, então acabo por ficar calada. De vez em quando eu ainda posso sentir seu olhar sobre mim, mas tento ignorar e me forço a não olhar de volta. Não entendo como ele consegue mexer assim comigo com um simples olhar. Só de pensar no fato de que ele me observa, minhas mão começam a suar, meu coração bate mais rápido e minha boca, seca. Vou todo o caminho pedindo mentalmente à Deus que o trajeto seja o mais rápido possível, assim, posso sair logo de perto daquele que faz-me sentir tão vulnerável. 

 A viagem do aeroporto até a casa de Manu, que agora também é minha casa, dura apenas 15 minutos, mas que com o ambiente constrangedor -ao menos para mim- , parece durar horas. Quando Nash finalmente estaciona o carro em frente a casa, agradeço mentalmente à Deus por finalmente poder sair daquele carro.

- Nos vemos à noite?- Manu pergunta com os braços envoltos no pescoço de Nash.

- Com certeza- Ele respondeu puxando ela para um beijo. Pego meu celular e fico fingindo estar trocando mensagens com alguém, na tentativa de dar um espaço para o momento meloso do casal e de fugir de qualquer conversa que possa surgir entre mim e  Cameron.

- Olhar para o telefone é mesmo mais interessante do que falar comigo? - Cameron pergunta enquanto apoia suas costas na parte de trás do carro, ficando de frente para mim.

-Tipo isso- Falo forçando um sorriso

-É bom te ver de novo, Carter. Tive saudades- Ele fala colocando um de suas mãos por cima do meu celular, me obrigando a olhar diretamente aos seus olhos castanhos de tirar o fôlego, e me puxa um pouco para perto dele. 

- Eu gostaria de poder dizer o mesmo, Cameron. E por favor, não me chame mais assim- Falo enquanto tiro minha mão de baixo da dele, guardando meu celular no bolso do meu casaco, e me afasto. Talvez eu possa ter sido grossa, mas ainda me dói um pouco pensar no que aconteceu entre nós. -Manu? Desculpa por atrapalhar, mas será que a gente poderia entrar? Estou realmente muito cansada da viagem.- Falo enquanto me aproximo do casal, que se encontra apoiado na lateral do carro.

-Claro!- Falou e deu um rápido beijo no Nash.- Vejo você mais tarde. Obrigada pela carona- Disse se dirigindo também ao Cameron, que acenou com a cabeça em nossa direção, entrando no carro logo em seguida. Ele deve estar indo para a casa de Nash, que fica a alguns poucos quarteirões da de Manu. Já que sua casa fica exatamente ao lado da casa de minha irmã, não há necessidade do uso de um carro para ir até ela.

-Tchau Nash, obrigada pela carona.- Me despeço rapidamente dele, ignorando Cameron e puxo Manu para a porta da casa. Minha irmã me lança um olhar desaprovador, mas finjo não notar. Me encontrar com o Cameron me abalou um pouco, então tudo o que eu quero é entra em casa, tomar um banho e me jogar na cama para dormir pelo menos até o anoitecer, visto que são exatas oito horas da manhã.

- Então, seja bem vinda à nossa casa!- Manu fala com um grande sorriso enquanto abre a porta da casa. Nossa casa. Vai ser um pouco difícil me acostumar com isso.

***

Tradução da música Hunters

"Você acreditaria se eu lhe dizer que foi amor à primeira vista?

Não vou morrer, porque a minha respiração simplesmente parou

Você sabe, o momento em que eu vi pela primeira vez

Tudo na minha frente era fraca, tudo parou

Eu só vejo você, minha respiração para

Este sentimento é o destino"







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