SEIS: NÃO BRINQUE COM FOGO.

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Ao terminar a breve leitura do conteúdo, eu não deixo de imaginar o tom de voz irônico e os gestos proeminentes que o moreno usaria para se auto enaltecer pela ajuda dedicada á mim na noite passada

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Ao terminar a breve leitura do conteúdo, eu não deixo de imaginar o tom de voz irônico e os gestos proeminentes que o moreno usaria para se auto enaltecer pela ajuda dedicada á mim na noite passada. Eu rolo os olhos, amassando o pedaço de papel em minha mão antes de devolvê-lo em cima da mesa de cabeceira.

Analiso com cautela os dois comprimidos, deduzindo serem analgésicos, e os levo até a boca bebendo um pouco de água pra ajudar na ingestão do remédio. Eu levanto devagar, sentando na beirada da cama e automaticamente sinto uma leve tontura acompanhada da dor latente em minha cabeça que pulsa ainda mais forte. Eu fecho os olhos, respirando fundo e levando minhas mãos até as têmporas, massageando-as em uma tentativa de aliviar o incômodo que sinto.

Ao abrir os olhos novamente, meu olhar vai de encontro a escrivaninha como um imã magnético, fazendo com que eu tenha a recordação do dia em que eu vim até a edícula pedir para que as luzes externas fossem apagadas e a minha curiosidade foi aguçada ao ver a mesma escrivaninha repleta por vários papéis naquela noite e pelo incômodo que Harry aparentou sobre o meu interesse em saber o conteúdo das folhas.

Atento-me aos poucos detalhes do móvel, notando que não existe mais nenhum papel sobre a superfície amadeirada, apenas um recipiente com lápis grafite e alguns outros lápis com tonalidades coloridas, juntamente com réguas de tamanhos diferentes. Percebo a existência de três gavetas que a escrivaninha possui e não deixo de questionar-me sobre o conteúdo de cada repartição.

Talvez os mesmos papéis daquela noite estejam dentro de uma dessas gavetas.

Meu consciente frisa a informação e eu desejo nunca ter pensado nessa hipótese. E por mais que eu esteja evitando e controlando ao máximo a curiosidade que tenta corromper-me a todo momento, eu não deixo de pensar o quanto eu desejo saber o conteúdo das gavetas. Entretanto, tenho leves ressalvas do meu traiçoeiro consciente alertando-me do quanto seria errado mexer nas coisas de Harry.

Empenhada a fazer o que é o correto, eu pego pelo copo com o resto de água, juntamente com o recipiente vazio onde os comprimidos se encontravam e o bilhete deixado por Harry que agora está amassado e passo a caminhar em direção a cozinha. Enxáguo rapidamente o copo e o recipiente deixando-os sobre a pia, e jogo o papel dentro da lixeira.

A passos rápidos e decisivos caminho em direção a saída, entretanto não sou capaz de seguir em frente ao parar ao lado da escrivaninha. Nesse momento, eu travo uma batalha interna em minha mente entre ir embora ou examinar o conteúdo das gavetas. Eu não sei ao certo dizer o que instiga-me a querer fazer isso, e por mais que eu tentei não consigo chegar a uma conclusão.

Eu levo minha mão até a maçaneta da primeira gaveta e a puxo para abri-lá, entretanto, para meu contragosto a mesma encontra-se trancada. Forço mais uma vez a gaveta para abri-lá, em uma tentativa falha de achar que poderia estar emperrada. Observo intrigada, pretendendo descobrir o que esconde-se nessa escrivaninha.

O SEGREDO DA NOITEWhere stories live. Discover now