CAPÍTULO XII

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Eu acordei tarde. Era sábado, o que já é motivo suficiente para acordar tarde, mas também foi cobrado o cansaço da viagem. Chequei meus e-mails. Nada de importante. Fui tomar café da manhã e assistir um pouco de anime, como eu fazia todo sábado pela manhã.

Aurora ficava furiosa quando eu não respondia às suas mensagens por estar muito concentrado em animes. Depois que terminava, eu mandava mensagem mas ela não respondia nenhuma. Então eu entendia que ela estava pagando na mesma moeda. Apenas quando eu telefonava que ela falava comigo.

Eu tomei banho e me vesti para almoçar com os meus pais, como havia prometido. Quando cheguei lá, percebi que minha mãe tomou a liberdade de convidar algumas pessoas. Claramente se tratava de uma festa de boas vindas.

Eu tentei fugir de cada amiga da minha mãe que me tratava como um filhotinho de cachorro. Eu voltei para casa com medo daquelas senhoras psicóticas que me tratavam como um animalzinho de estimação. Eu me joguei no sofá, pensando que senhoras doces conseguem realmente ser assustadoras quando querem. Peguei meu celular e liguei para o Lucas. Ele chamaria o resto dos nossos amigos. Esta noite eu iria sair com eles.

Eu passei a tarde fantasiando como seria reencontrar a Aurora. Quando não suportava mais ficar fazendo isso, eu fui fuçar os perfis dela nas redes sociais. Interessante como ela postava coisas encantadoras, ligadas à arte e à poesia. Mais parecia que ela estudava Artes do que Jornalismo. Ela gosta dessa coisa de saber um pouco de cada coisa.

Cliquei novamente em sua foto do perfil. Apesar de ser somente uma fotografia, eu pude sentir aquele arrepio gostoso na espinha que se manifesta todas as vezes que ela está por perto. Como não nos falamos há um ano, essa foi a forma que encontrei de me sentir mais próximo dela. Uma forma de me manter atualizado sobre a sua vida. O que não foi muita coisa, a Aurora nunca foi transparente nas redes sociais no que diz respeito à sua vida. Ela preza pela sua privacidade.

Enquanto eu pensava nesses fatos aleatórios sobre a garota da minha vida, eu lembrei de algo. Hoje completa um ano que Aurora e eu nos separamos. E completariamos dois anos de namoro se não tivéssemos terminado. A tristeza assentou como cimento em meu peito.

Como eu poderia sair para me divertir com meus amigos em um dia tão triste como esse? Mas agora já era tarde. Eu não poderia desmarcar com tantas pessoas assim. Respirei fundo. Deixei o notebook de lado e me joguei na minha cama.

Ai, Aurora. Se você soubesse o quanto me afeta mesmo estando distante. Se você soubesse o quanto ainda penso em você. O quanto a amo.

Estava pensando em todos os bons momentos com a Aurora. Desde a primeira vez que a vi na universidade - eu era o veterano responsável pelo trote do grupo de calouros do qual ela fazia parte. Fiz questão de sujá-la de tinta. - até a véspera do nosso aniversário de um ano de namoro, quando passamos a noite deitados no chão da varanda do meu apartamento, observando as estrelas. Até que vimos uma estrela cadente.

- Você quer fazer um pedido para a estrela cadente? - eu perguntei. Ela me olhou ceticamente.

- Você sabe que não é uma estrela de verdade, certo? - ela me perguntou. - Sabe que é apenas um meteorito?

- Sim, eu sei. - eu sorri. - Vai fazer o pedido ou não?

- Não vou confiar um pedido a um meteorito. - ela resmungou. - Isso é coisa de gente doida.

- O que você tem contra gente doida? Você sabe que é namorada de um louco? - eu sorri.

- Sei. - ela se aconchegou ao meu peito. Eu a abracei. - Soube assim que você propôs que eu fizesse um pedido ao meteorito.

A Garota Que Você EsqueceuWhere stories live. Discover now