PRÓLOGO

434 46 12
                                    

Hey, gente. Primeiríssimo post que faço aqui! Normalmente minhas histórias ficam guardadas a sete chaves. Rsrs. Então, sugestões, opiniões e críticas (construtivas, tá?) são muito bem-vindas! Espero que vocês gostem! <3

-----------

Talvez uma garota como eu exista neste mundo apenas para isso... É bem óbvio que meu destino não é ser amada! — eu pensava enquanto secava inutilmente as lágrimas do meu rosto. Nunca havia me sentido tão infeliz. Acho que ser terrivelmente magoada, ainda mais por um cara por quem você é completamente apaixonada, simplesmente causa essa reação.

Eu estava na universidade tentando resolver algo sobre algum trabalho que, acho, valeria metade da nota, antes do meu coração ser completamente dilacerado. Estava feliz por um motivo bobo como o aniversário de um ano de namoro, quando recebi uma mensagem dele:

ENCONTRE-ME NO MEU APARTAMENTO EM UMA HORA. URGENTE.

— Algum problema? – perguntou Sandra, uma das garotas da minha equipe e minha melhor amiga.

— Não sei. É o Sam. Ele diz que é urgente. Algum problema se eu...

— Não. Tudo bem. Se for algo grave você liga, okay?

— Obrigada! Qualquer coisa eu aviso. – e parti rumo ao apartamento do Samuel.

Durante todo o caminho eu ficava pedindo a Deus que não fosse nada grave, que o Sam estivesse bem. Finalmente cheguei ao meu destino. Entrei no elevador, apertei o botão do sétimo andar e esperei. A porta do elevador se abriu e eu saí toda estabanada. Nem pensei duas vezes antes de pegar uma cópia da chave escondida debaixo do tapete — a gente faz isso depois de um ano de namoro — e hesitei antes de abrir a porta. Acho que, de certa forma, eu suspeitava que algo estava errado, e não era só a mensagem de urgência do meu namorado. Deixei esses pensamentos de lado.

Está tudo bem. Não aconteceu nada.

Respirei fundo e entrei.

— Samuel! – chamei. – Já cheguei. Você queria falar comigo? – Não houve resposta. – Deve estar com fones de ouvido no último volume.

Fui até o quarto dele, a porta estava entreaberta. Um frio se espalhou pela minha espinha quando eu a abri. Lá estava o Samuel.

Sem camisa.

Beijando uma garota que eu nunca havia visto na vida.

— Samuel. – eu disse quase inaudível. A minha respiração estava entrecortada e as lágrimas estavam molhando o meu rosto.

Ele percebeu a minha presença ali e se sobressaltou. A culpa foi inundando o seu rosto, ou, pelo menos, eu acho que era culpa. Saí daquele lugar o mais rápido que pude. Bati a porta tão forte que senti a estrutura vibrando.

Como ele teve a coragem de fazer isso comigo?

Ele me alcançou antes que eu saísse do prédio.

— Aurora! Espera! – ele gritou. Continuei andando a passos rápidos. – Aurora! – ele correu para me alcançar, então segurou os meus braços. Tentei me soltar, mas suas mãos me seguravam com firmeza. – Por favor, me escuta!

— Escutar? – sorri com escárnio e falei tão calmamente que não me reconheci. – O que você tem a dizer? Eu vi tudo, Samuel. Você não tem nada para explicar.

— Por favor, vamos para o meu apartamento. – ele olhava ao redor com urgência.

— Não! Por que deveria? Você me traiu, Samuel! Sabe o quanto eu estou sofrendo por causa disso?

— Por favor, Aurora.

No fim, acabei voltando ao apartamento com ele. Acho que, apesar de extremamente magoada, eu, naquele momento, ainda o amava.

— Aurora, o que você veio fazer aqui? Não era para você estar fazendo um trabalho na universidade?

— Sim. E eu estava fazendo até você mandar uma mensagem dizendo para eu vir aqui e que era urgente. – Eu cuspi as palavras com raiva. – Por quê? Não era para eu pegá-lo com outra?

— Mas... eu não mandei mensagem alguma! – ele murmurou.

— Você não percebe que foi aquela garota quem pegou o seu celular e mandou a maldita mensagem? – eu perguntei ironicamente.

A lerdeza de Samuel, que antes eu achava fofa, estava me deixando com ainda mais raiva.

— Aquela vadia! – ele xingou. Então olhou para mim envergonhado. – Desculpa. Não era para você ter visto aquilo!

Fiquei indignada.

— Não era para eu ter visto aquilo? – a raiva estava subindo até a minha cabeça agora, e o meu tom de voz estava se elevando. – Desculpa? Você não está nem um pouco preocupado com o fato de ter partido meu coração em pedaços! Você só está preocupado pelo fato de eu ter pegado você com outra garota! – eu estava gritando agora. – Você faz ideia do quanto eu fiquei preocupada quando li aquela mensagem? Você faz ideia do quanto que eu estou magoada agora? – parei para respirar e disse em um tom mais baixo. – Você faz ideia do quanto eu estava feliz antes dessa maldita mensagem? Antes de ver que a mesma boca que eu pensava pertencer somente a mim estava sendo dividida? Que o garoto que eu tanto amo, o garoto que eu pensei que faria de tudo para me fazer feliz, estava me traindo? Você faz ideia do quanto isso me destrói?

— Aurora, eu... – ele se aproximou. Eu me afastei.

Não queria ouvir mais nada. Não dele. Não quando eu sabia que era mentira. E não quando eu o amava tanto.

— Você me traiu. A mim, que sempre fez de tudo para ser uma ótima namorada e uma ótima amiga. – eu disse, secando uma lágrima. – Como você pôde?

— Desculpa. Eu... eu não sei o que me deu. Eu apenas... – ele tentou se explicar.

— Você apenas destruiu um coração. Você apenas destruiu o próprio namoro. – eu disse, tristemente. Meu coração estava em frangalhos. – Eu vou embora!

— Aurora, me perdoa? – ele disse em voz baixa.

— Talvez um dia. Mas não hoje. Não justamente hoje. – eu respondi em voz baixa. Virei-me em direção à porta. – Feliz aniversário de namoro, Samuel! – e saí.

A Garota Que Você EsqueceuWhere stories live. Discover now