Capítulo 38

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Melanie retomara todas as atividades do pai quando ele morrera, de forma que a casa estava limpa quando ela chegou. Precisou chamar um chaveiro, mas enfim a porta abrira. Ela fechou a porta e se viu parada no hall de entrada, em frente a escada de madeira e o corredor para a sala. Sorriu, de olhos fechados. Era como se Alexandre fosse descer a escada a qualquer momento, e sorrir pra recepcionar ela. Os moveis estavam cobertos com lençóis brancos, mas ela tirou tudo, dando vida a casa de novo. Estava sem roupas - Precisaria sair, mas nesse momento não importava. Ela caminhou pelos cômodos, sorrindo, se lembrando do tempo em que vivera ali. Fora a época mais feliz de sua vida, de longe. Foi até o escritório do pai, onde as lembranças doeram como uma ferroada, e, ignorando o cofre na parede, puxou o tapete do chão. Havia um alçapão com um segundo cofre, bem maior que o primeiro, e após ela colocar a combinação, ele abriu. Parte do dinheiro que ganhara de Louis estava ali, em maços grossos com o grampo de papel com as iniciais dele. Sentiria falta de Louis. Ela apanhou dois maços, juntando com o que tinha no bolso, e uma caixinha, apanhando um molho de chaves e tornou a fechar o cofre. Havia uma fortuna naquela casa, somando o dinheiro de Louis e o que Alexandre mantinha ali. Ela não usaria o banco pra nada: Sabia que a conta do pai estava sendo monitorada. Uma vez no estacionamento, se deu de cara com seu primeiro carro. O deixara pra trás ao ir pra faculdade, mas parecia um velho amigo, ali esperando. Ela deu a partida, e após checar a rua familiar, que estava vazia, saiu. As ruas de Nova Jersey eram incrivelmente familiares. Foi até a primeira loja de departamentos que encontrou, e tratou de ser rápida: Algumas mudas de roupa, nada muito sofisticado, comida e artigos de higiene. Estava paranóica. Voltou pra casa, trancando tudo, e descarregou as compras. Comida congelada, um luxo que ela não se dava a anos. Tomou um bom banho, se livrando de toda aquela imundice que vivera, vestiu um vestidinho azul, simples, e colocou uma lasanha no microondas. Percebeu que estava até com desejo por ela. Sorriu com isso, acariciando a barriga.

Melanie: ...Entendeu? - Perguntou, ao terminar de contar a história, o celular amparado no ombro enquanto forrava a cama. Bella estava muda fazia 5 minutos, isso não era bom sinal - E então, posso ir?

Bella: Claro que pode, more comigo se quiser, mas e o passaporte? - Perguntou, preocupada - Melanie, eu falei que isso era loucura!

Melanie: Madison vai me conseguir. - Garantiu, terminando de forrar a cama e se jogando nela - Não posso demorar muito, senão acabo com a bateria do celular, mas te aviso quando estiver a caminho, ok?

Ela iria pra Londres. Tinha dinheiro suficiente pra uma vida. Ficaria com Bella até a poeira baixar, então daria rumo pra sua vida. Teria seu bebê lá, longe dos Styles e de sua loucura. Encontrou um frasco de remédios de dormir pela metade no banheiro do seu antigo quarto, passados da validade a anos, mas decidiu que tinha que tentar. Tomou dois comprimidos, apreensiva, mas a sorte estava com ela, e fez efeito. Dormiu a noite inteira, tranquila, abraçada a barriga. Na manhã seguinte, Melanie, após se aprontar, ficou arisca. Madison podia ligar a qualquer momento. Ela estava ficando louca em casa, então decidiu sair. Usava uma calça moletom azul escura e uma camisa branca, confortável. Dirigiu pela cidade, e se encontrou na frente do St. Jude. As turmas estavam em aula mas os portões estavam abertos, e ela subiu metade da escadaria, se sentando, justamente como costumava fazer quando adolescente. Ficou ali boa parte da manhã, se lembrando do que era bom e acariciando a barriga distraidamente.

Por volta do meio dia, as turmas saíram. Os uniformes permaneciam os mesmos, era tradição. Ela sorriu ao ver as saias de pregas, os terninhos e as meias calças de seda branca. Foi assim que Harry, parado em seu carro na esquina da rua, a viu. Sorrindo, se lembrando da época em que sua felicidade era aterrorizar os ouros. Ele mostraria a ela. Melanie observou por um momento, mas decidiu sair; provavelmente pareceria uma maluca sentada numa escadaria que pertencia a adolescentes. Desceu as escadas (o celular sempre na mão, esperando por Madison), e ia embora, mas um grupo de 6 garotas a parou.

Skyfall  - Efeito Borboleta (Livro 1) [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora