Harry: Sua ultima chance. Me devolva as minha lentes. – Rosnou, se aproximando – Acredite, o melhor pra você agora é que eu pegue elas e vá embora. – Advertiu.

Melanie: Posso fazer um acordo. Você me leva até o ateliê, e no caminho eu, adorável como sou, te conto. – Disse, doce. Harry sorriu.

Harry: Nunca. – Sussurrou, sorrindo. Ela não se abalou.

Melanie: Acho melhor. Porque talvez eu tenha jogado um dos pares na privada e dado descarga. – Disse, encarando-o tranquilamente. – Talvez, o outro par...

Ele assistiu, impaciente, ela levar a mão ao decote da camisola, apanhando um pedaço de plástico transparente, dobrado. Ele não captou a mensagem imediatamente, mas quando ela desdobrou o plástico, apanhando uma das lentes, ele avançou nela, que saltou, se encarapitando no encosto do sofá, uma das lentes entre os dedos, a outra tendo sido largada no chão. Antes que ele tentasse agarrá-la de novo ela rasgou a lente em duas lentamente, com uma expressão de prazer no rosto.

Melanie: Ops. – Disse, olhando a lente estragada – Oh, não fique assim. – Disse, descendo do encosto do sofá, apanhando o rosto dele entre as mãos – Ainda sobrou uma. Você pode pegá-la e ler com um olho só. – Disse, fechando um dos olhos de um azul atrevido, mostrando pra ele. Ela nem viu, só sentiu o puxão nos braços e estava no chão, na frente dele.

Harry: O outro par? – Perguntou, e ela sorriu.

Melanie: Passeando por Nova York. A vantagem do esgoto é que não deve ter engarrafamento. – Assinalou, tranquila. As mãos dele se fecharam em torna dos pulsos dela, em uma pressão insuportável – Ui. – Debochou, ignorando a dor. Harry estava transtornado, Deus, parecia que estava possuída!

Harry: Perdeu o juízo? – Perguntou, em um rosnado, os olhos parecendo querer encontrar algo nos dela.

Melanie: Isso partindo do principio em que eu devia ter medo de você, não é? – Perguntou, confirmando, e se aproximou dele, tocando o nariz dele com o seu e acariciando, enquanto o encarava – Eu não tenho. No fundo você ainda é o garoto me olhando durante a aula, sentado no canto da sala, como se não houvesse nada mais interessante na vida. – Lembrou, o lábios quase tocando os dele, os olhos dele tão perto que ela podia ver cada variação do verde.

Ele a encarou por um instante, arfando, então não se sabe como, ela estava nos braços dele. Melanie riu, puxando os braços a força e enlaçando o pescoço dele, os dois se beijando com tal agressividade que podia muito bem ser um modo de se agredirem. Ele a agarrou pela cintura, as mãos apertando o corpo frágil contra o dele e ela, então, quando os dois já arfavam e ele avançou, fazendo-a cambalear, ela o soltou.

Melanie: Não vou transar com você. – Disse, divertida, mordendo a maxilar dele.

Harry: Eu digo que você vai. – Corrigiu, afundando o rosto na seda da camisola dela, apertando-a nos braços.

Melanie: Não vou. Não enquanto você não me deixar trabalhar. – Ele riu, rouco, abafado no pescoço dela. Por um instante ela achou que ele levara a sério, porque ele a soltara, mas foi só pra puxar o laço do hobby, que logo caiu no chão.

Harry: Não estou negociando. – Dispensou, mordendo a curva do ombro nu dela, voltando a abraçá-la. Melanie suspirou no misto de dor e tesão que aquele gesto causou, se arrepiando em seguida.

Melanie: Eu digo que você está. – Imitou, as mãos passando pela camisa dele de modo pegado, amassando o linho branco, indo pras costas dele por debaixo do terno.

Harry: Esqueça isso. – Aconselhou, se abaixando e apanhando-a no colo.

Melanie se deixou ser levada, e nenhum dos dois disse nada. Se beijaram todo o caminho, e ela só abriu os olhos ao tombar em uma cama. Era o quarto dela. Sorriu, olhando o teto enquanto os lábios dele queimavam sua pele, descendo pelo frontal do pescoço até o decote da camisola. Em um movimento calculado, desviando do peso dele, ela riu e se virou de bruços, tentando alcançar algo dentro da fronha do travesseiro. Ele a apanhou de novo, mordendo a nuca dela. Achou que ela estava brincando... Então ela o empurrou, oferecendo algo pra ele. Ele olhou, e havia uma caixinha de lentes na mão dela. Os dois pararam um instante, ambos arfando.

Skyfall  - Efeito Borboleta (Livro 1) [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora