Samantha: Não diga tolices. - Disse, revirando os olhos, como se não tivesse sido violentamente expulsa de novo - Como eu perderia o casamento da minha única filha? - Ela riu, deliciada, se aproximando e erguendo a mão pra ajeitar uma mecha do cabelo de Melanie, que se esquivou como se o diabo estivesse tentando tocá-la.

Melanie: Não encoste em mim. - Repetiu, branca de ódio - Você não é minha mãe. Nunca foi. Você não é nada. - Disse, lentamente - Se eu ver você na igreja, vou pedir ao meu marido pra mandar os seguranças dele tirarem você de lá a força. Fui clara? - Blefou. Se Harry soubesse o quanto a presença da mãe fazia mal a Melanie, montaria um camarote pra Samantha na igreja, e Melanie sabia disso.

Bella: Pront... Ai, meu Deus. - Gemeu, parando na porta do quarto com o buquê de rosas vermelhas.

Alexandre: Querida, Bella disse que você está pronta. - Disse, a voz ansiosa vindo do corredor - Precisa de ajud... Samantha. - Suspirou, indo até Melanie. Essa relaxou ao sentir as mãos do pai em seus ombros, tranquilizando-a - Como conseguiu entrar aqui?

Samantha: Ora, Alexandre, como você está elegante! - Elogiou, sem responder a pergunta. Alexandre notou que Melanie tremia.

Melanie: Vá embora. - Grunhiu.

Alexandre: Como se não bastasse todo o resto, você vai estragar o dia dela. - Condenou, os olhos frios - Saia, antes que eu tire você a força.

Samantha: Tudo bem. Mas guarde meu lugar ao seu lado na igreja. - Disse, tranqüila, e saiu, a passos calmos. Melanie respirou fundo.

Alexandre: Acabou. - Tranqüilizou, e Melanie assentiu - Você está tão linda, minha princesa. - Disse, se afastando um passo para olhá-la. Melanie sorriu de canto.

Melanie: Você sempre diz isso. - Brincou, e ele riu, abraçando-a.

Alexandre: Vai ser sempre a minha princesinha. - Disse, abraçando-a - E saiba sempre que, não importa o que aconteça, você sempre pode voltar pra casa. - Completou, e Melanie encarou Bella por cima do ombro do pai, apertando o abraço nele. Nunca poderia voltar pra casa.

Depois dali não houve contratempos. Bella e Alexandre ajudaram Melanie a descer as escadas e entrar na limousine (a cauda do vestido era enorme), e o caminho até a igreja foi tranquilo. Ao pararem lá, porém, estava infestado de paparazzi. Eles não podiam entrar na igreja nem passar do cordão de proteção (nem dos seguranças, a propósito), então se aglomeravam em volta. Melanie respirou fundo, montando sua melhor expressão, e quando o pai ofereceu a mão a ela, estava simplesmente deslumbrante. Os flashes a cegaram. Dois seguranças ajudaram com a cauda do vestido e a limousine partiu (Bella entraria pelos fundos). Melanie deu o braço ao pai, segurando o buquê com a outra mão, e a marcha nupcial tocou. Os dois entraram tranquilamente na catedral lotada, alguns flashes lá dentro (muito poucos, apenas uns privilegiados puderam entrar). Ela não conhecia muita gente ali. De um lado estavam os convidados dela, e ela sorriu vendo colegas de faculdade, amigos, colegas de trabalho, e alguns poucos familiares. Do outro lado estavam os convidados de Harry, e ela não conhecia ninguém. Falando no diabo... Alguns instantes depois o olhar dos dois se encontraram, e ela pôde ver a repreensão dele pela ousadia do vestido em seu olhar. Fez ela abrir um sorriso estonteante. A decoração da igreja estava bonita, agradou ela. Haviam correntes de organza branca entre as cadeiras, e buquês de lírios ao lado de cada uma. Simples e elegante. Ao chegar ao altar Melanie foi entregue a Harry, que cumprimentou Alexandre e beijou a testa dela. Melanie reparou na família dele sentada na primeira fila. Todos se sentaram quando eles se viraram pro padre, e Bella apanhou o buquê. Os padrinhos de Harry eram Gemma e Niall. Os de Melanie eram Bella, e acredite, Greg. O menino estava todo pomposo, e todo fofinho em um terno com uma flor espetada no bolso. Harry odiou a idéia, mas Melanie fez o convite antes de consultar ele. Gregory adorou, ficou eufórico, e Anne achou graça. Não teve como contornar, e lá estava ele. Melanie piscou pra ele, discretamente, e ele assentiu, todo rapazinho, com a mão nas costas. Melanie mal ouviu o que o padre disse - tinha a cabeça longe, pensando em uma viagem que fizera para a França há alguns anos. Sentara-se em um café perto da torre Eiffel, e tudo era muito calmo, muito sereno. As luzes estavam em todo canto, fazia frio, havia paz. Aquele era o lugar feliz dela.

Sua atenção só voltou quando Harry se virou, repetindo o que o padre dizia, e em seguida deslizando a aliança de ouro branco no anular esquerdo dela.

Padre: Melanie Malik Clark, você aceita Harry Edward Styles como seu legitimo esposo, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, para amá-lo e respeitá-lo por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe? - Perguntou, sereno. Melanie hesitou, encarando o outro, e viu o desafio nos olhos dele. Foi o combustível dela, que apanhou a aliança na almofada.

Melanie: Aceito. - Disse, confiante, com um sorriso de canto, deslizando a aliança no dedo dele. Harry sorria moderadamente.

Padre: Se existe alguém que saiba de alguma coisa que possa impedir esse casamento, que fale agora ou se cale para sempre. - Anunciou, e o silencio se abateu.

Os olhares de Melanie e Bella se encontraram, e a outra lamentou em silencio. Harry agradeceu por Perrie estar na Alemanha - esse era o tipo de loucura que ela era bem capaz de fazer. Os olhares dele e Gemma se encontraram, cúmplices. Ela sorriu.

Padre: Pelo poder investido em mim pela santa e amada igreja, eu vos declaro no dia de hoje, marido e mulher. - Disse, fazendo o sinal da cruz - O que Deus uniu, o homem não separa. Pode beijar a noiva. - Anunciou.

Harry se aproximou de Melanie com um sorriso aberto no rosto, que ela retribuía. Só havia ódio naqueles sorrisos. Ele tocou as laterais do pescoço dela, encostando as testas dos dois, então ela ouviu a voz dele.

Harry: Sua. Vida. Acabou. - Anunciou, em um murmúrio, e o sorriso dela aumentou.

Melanie: Me dê o seu pior... Garoto Styles. - Desafiou, maldosa.

Então os dois se lançaram um no outro, se beijando convincentemente. O beijo era ávido, agressivo. Melanie agradeceu a Deus por estar em jejum - vomitaria se fosse o contrário. Harry grunhiu em desgosto e a apanhou pela cintura, a mão tocando as costas nuas dela e trazendo-a pra si, que enlaçou o pescoço dele com um dos braços. Formavam um belo casal. Os aplausos ensurdeceram a igreja, mas um sentimento estranho corria entre os convidados. Era como se assistir aquela cena, ver aqueles dois juntos, fosse o prelúdio para o acontecimento de um desastre, de algo ruim. E mal havia começado.

Skyfall  - Efeito Borboleta (Livro 1) [H.S]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora