CAPÍTULO 3

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Acordei as seis da manhã com minha mãe me chamando para ir à escola. Eu tinha um mantra para todos os dias que eu acordava cedo por conta da escola. Neste mantra eu dizia para eu mesma: esse é o último ano, esse é o último ano. E ficava repetindo até finalmente estar satisfeita.

Minhas roupas para ir à escola eram totalmente normais e sem graça. Eu sempre quis me vestir estilo Pretty Little Liars e as outras séries que envolvem colegial e as roupas são legais, mas eu era apenas eu. Sem graça, com uma vida normal que não fazia nada que fosse entrar para a história.

Calsa jeans, camiseta do Homem Aranha -sem julgamentos. Jaqueta jeans que acabava antes da cintura, tênis, rímel e batom. Esse era meu modelo para as passarelas da Ensino Médio.

Ah, não podemos esquecer que eu detesto usar óculos, mas ao mesmo tempo receio usar lentes de contato. Minha auto-estima vai lá em cima e desce em dois segundos!

Depois de pronta não existe mais nada que eu possa fazer, já que eu normalmente bebo apenas um café ou chá antes de sair de casa, costume, falta de fome... Vai saber.

Me recusei a ligar o WiFi, apesar de a curiosidade ser extrema, portanto fiquei matando tempo assistindo ao jornal que estava passando naquele horário.

Alguns minutos depois eu já estava pronta para sair e enfrentar mais um dia.

**********

Irlanda, 11:00 - 22 de Maio.

Eu e os caras estávamos em um dia comum na Irlanda sem fazer absolutamente nada. Estávamos todos atirados na sala, alguns nos sofás, outros no tapete. Eu estava no sofá com um cobertor por cima e, como sempre, o celular na cara. Já fazia duas horas que eu havia respondido a DM daquela garota e ela ainda não havia respondido. Será que eu disse algo errado?

Certo, certo, eu devia parar com isso. Era só mais uma garota normal com quem eu trocava DMs, nada demais... então por que eu ficava toda hora abrindo aquela DM pra ver se não havia alguma resposta?

Respirei fundo e passei a mão nos cabelos. Todos os dias eu tentava inovar o penteado e todos os dias acabava ficando na mesma coisa. Estava na hora de cortar aquela franja.

Nos meus ouvidos tocava Tattoo. Minha música favorita do Hunter Hayes até então. Resolvi fazer um tweet spree rápido, porque como sempre eu estava na mesmice. Respondi perguntas básicas e aleatórias. Muitas vezes eu não percebia que estava sendo rude ao responder alguém, o que me levava a excluir o tweet ou levava as pessoas a acharem que eu estava bravo com elas. Essa nunca era minha intensão, era simplesmente quem eu era.

Comecei a cantar a música que estava tocando e nem pensei em nada além disso.

Até que Dayl pulou em cima de mim no sofá e eu quase caí no chão com o susto.

–Porra Dayl! Que foi? –Falei tentando me recuperar do susto.

Ryan estava rindo como louco e vi ele com o celular na mão. Provavelmente filmando para por no snapchat da banda. Comecei a rir, porque minha reação devia ter sido muito engraçada.

–Está gamadão na garota não é? Ela é de onde mesmo? –Dayl perguntou e eu revirei os olhos. Eles estavam me enchendo o saco desde ontem com essa história.

–Não estou ''gamadão'' em ninguém. –Respondi pela milésima vez em vinte e quatro horas.

–[...] And I could swear when you say it to me there's a good chance I could fly. –Ele começou a cantar seguido por Brendan e Dean.

E eu poderia jurar que quando você diz isso para mim existe uma boa chance de eu poder voar

Olhei para Brendan como se o estivesse julgando.

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