Por ter dado o sinal da saída, o moreno apenas foi até seu armário e guardou alguns materiais, pegando outros que precisaria usar em casa, logo trancando-o e saindo do inferno. Até se sentiu um anjo ao colocar os pés para fora daquele lugar, mas então se lembrou de seu histórico e desistiu desse título. 

Ele foi chutando pedrinhas até chegar no pequeno apartamento onde estava, o caminho inteiro pensando sobre como abordar o assunto com Harry. Ele podia muito bem simplesmente falar, mas não era tão fácil fazê-lo como era dizê-lo, então continuou pensando em possibilidades de dizer tudo de forma clara e calma. 

Perdeu a conta de quantos exercícios de matemática havia feito enquanto pensava no assunto, mas tudo foi por água abaixo quando recebeu uma mensagem de Harry, dizendo que ele já estava em casa. Todas as falas planejadas não foram o suficiente e isso fez ele grunhir manhoso, quase chorando.

"Deus me ajude nessas horas."

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Harry ria de qualquer coisa sem noção que Niall havia o mandado durante sua aula de música, mas que ele não pôde ver exatamente por estar em aula, então estava se atualizando agora. 

O garoto pensava em tudo o que havia acontecido até então na sua vida. Conhecera um assassino, quase foi morto por uma paixão platônica do mesmo, acabou se apaixonando por ele e foi retribuído, descobriu ser mais burro do que o normal e quase perdeu seu melhor amigo. Sua vida era louca, não tinha como ter dúvidas disso. 

Mas ele ainda precisava saber. Precisava saber porque Louis "trabalhava" naquilo. Ele enxergou a alma do menino e viu que ela estava despedaçada, que ele precisava de amparo e reparos, que o coração gelado dele estava descongelando aos poucos. O que ele não sabia ao certo era se o tempo que havia o ajudado ou se ele - Harry - que tinha feito isso acontecer. Afinal, Harry o conheceu e tinha plena certeza de que ele iria o matar, mas ele não o fez. 

Tinha que ter motivos. Por isso ele pediu para que Louis aparecesse na sua casa mais tarde. 

Como o menino não gostava de receber visitas de mãos vazias, havia preparado um bolo enquanto o garoto não chegava. Ele caprichou, pegando os ingredientes mais tradicionais para bolos que viu em sua casa, que no caso foram Nutella e morangos. Usou toda a sua sabedoria adquirida no MasterChef e decorou o doce da melhor maneira que conseguiu. Ele ficou orgulhoso ao olhar e ficar com água na boca, isso significava que estava bom. 

Depois de um tempo limpando a bagunça que havia feito e terminando de falar com Niall, Harry ouviu a campainha. 

Antes de ir atender, ele respirou fundo algumas vezes, colocando em sua mente que, ao mesmo tempo que precisava apressar Louis, ele não podia ser muito pressionador, senão podia causar algum trauma no outro, fazendo com que o mesmo nunca mais quisesse vê-lo. Bem, Harry definitivamente não queria que isso acontecesse. 

Foi até a porta e conferiu se era Louis pelo olho mágico, sorrindo levemente ao ver o rosto do mais velho aumentado pelo objeto, logo abrindo a porta para o mesmo. 

"Hey!", enquanto Harry o cumprimentava adequadamente, Louis apenas sorriu para o menino e bicou seus lábios gordinhos, fazendo o outro corar. Definitivamente, o cacheado ainda não havia se acostumado com toda essa intimidade, mas ele gostava. 

Louis entrou na casa do menino após o mesmo o convidar e ficou observando a decoração do local, como sempre fazia ao ir lá. 

Essa intimidade dos dois causou muitas coisas, como várias idas à casa de Harry, tanto com os meninos quanto sem os mesmos. Ele podia dizer que estava acostumado e que conhecia cada parte do lugar - o que era verdade -, mas a casa parecia mudar cada vez que ele punha os pés nela, como se um segredinho diferente fosse descoberto quando ia até lá. 

Deep Web (Larry Stylinson AU)Where stories live. Discover now