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William, o Filho de Brahms
(Parte VI)

Depois da reconciliação calorosa, Louise e Brahms haviam dormido e algum tempo depois, eles acordaram com um barulho alto e perturbador. Assustada, ela imediatamente olhou para Brahms.

- Brahms, você ouviu isso? - perguntou ela, com a voz tremendo

Brahms se levantou rapidamente, sentindo a urgência na voz de Louise.
- Sim, parece que veio lá de fora.

Eles se levantaram e vestiram rapidamente seus pijamas. Desceram correndo as escadas, o coração de Louise batendo acelerado.

Brahms abriu a porta de casa com cuidado, espiando para fora. A noite estava escura e silenciosa, exceto pelo som agonizante da cabra.
- Alguma coisa está acontecendo no celeiro.-ele disse

Ele voltou para dentro e pegou um atiçador de lareira, segurando-o firmemente mas mãos. O que quer que fosse, estaria pronto para se defender.

- Fique atrás de mim. - disse ele a Louise, enquanto saíam de casa.

Eles seguiram o som da cabra em agonia, movendo-se com cuidado pelo terreno até o celeiro. A escuridão parecia ainda mais opressiva, e cada passo parecia ecoar no silêncio da noite. O som da cabra se intensificava à medida que se aproximavam, aumentando a sensação de urgência e medo.

Brahms abriu a porta do celeiro com cuidado, e a luz fraca da lua iluminou parcialmente o interior. Ele estendeu a mão e acendeu a luz, revelando a cena diante deles. No cercado, a cabra Alma estava deitada, agonizando visivelmente ferida, com muito sangue no pêlo.

Louise cobriu a boca com a mão, tentando conter um grito de horror. Seus olhos se encheram de lágrimas ao ver o estado da cabra. Brahms se aproximou lentamente, os olhos arregalados de surpresa. Ele abriu o cercado e entrou.
- Mas o que é isso?

- Meu Deus... - murmurou , Louise se aproximou do cercado olhando os ferimentos rapidamente, tentando entender a gravidade da situação.

Brahms então se virou para Louise, a expressão séria e determinada.
- Louise, volte para casa e veja se William está bem. - disse ele, preocupado.

Louise assentiu, ainda em choque, e correu de volta para casa. O coração dela batia acelerado enquanto subia as escadas, temendo pelo bem-estar do filho mas também temendo algo que não queria admitir. Ela entrou no quarto de William correndo, e encontrou o garoto já de pé, olhando pela janela em direção ao celeiro.

- William! - exclamou ela, aliviada ao vê-lo.

William se virou lentamente, os olhos ainda fixos na direção do celeiro.

- Mamãe, o que está acontecendo? - perguntou ele, em um tom de voz calmo.

Ela ficou surpresa ao ver William já de pé, mas manteve a calma.

- N...não é nada, querido. - respondeu-

Ela se aproximou e o abraçou, sentindo o corpo do filho tenso. William continuou olhando para fora, os olhos estreitados como se soubesse exatamente o que estava acontecendo.

- Fique aqui no quarto, está bem? - disse ela, soltando-o suavemente. - Eu já volto.

Louise saiu do quarto e, finalmente, deixou as lágrimas rolarem pelo rosto. Respirou fundo, tentando se recompor, e desceu as escadas. Quando chegou ao pé da escada, viu Brahms entrando na casa, as mãos sujas de sangue e terra.
- E o William?-perguntou

- Ele está no quarto, mas o que aconteceu? E a Alma? - perguntou ela, a voz trêmula.

- Ela não resistiu. Agonizou mais um pouco e ... não teve jeito.-disse-

Uma Vez Com BrahmsOnde histórias criam vida. Descubra agora