Capítulo quinze - A verdade de Anne

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Maurício seguia Sofie pela garagem subterrânea que ficava acima da base. Ela o guiou até uma porta e, quando a abriu, o brasileiro se surpreendeu ao encontrar uma pequena oficina. Bem ao centro dela, estava uma moto verde.

– Uau... – Murmurou, encantado com o que via.

– Era do seu pai. – Sofie comunicou.

Como se em transe, Maurício se aproximou lentamente do veículo.

– É uma ZX-250. – Ele constatou, tocando levemente a moto.

– É... Deve ser. – Concluiu Sofie, que não entendia absolutamente nada de motos. – Ela agora é sua. Mas acredito que vai precisar de alguns ajustes. Está parada há muitos anos.

– Se bem conheço o meu pai, aqui deve ter todas as ferramentas necessárias para isso.

Sofie assentiu e foi embora, para sua ronda. Ficando sozinho no local, Maurício passou alguns minutos analisando a moto. Deu a partida, confirmando o que Sofie dissera: realmente não estava funcionando. Porém, colocá-la como nova seria, para ele, como uma brincadeira bem divertida. Trabalhosa, mas, ainda assim, divertida.

Foi até a estante e pegou duas grandes e pesadas caixas de ferramentas e as colocou no chão, onde se sentou, começando a mexer na moto.

– Hm... Chave Phillips... – Ele murmurou, sozinho, olhando ao redor à procura da ferramenta, até que esta surgiu diante dos seus olhos.

Ele seguiu o olhar pela mão que o entregava a ferramenta e encontrou Micaela abaixada no chão ao seu lado, com uma mochila em um dos ombros.

– Aqui. – Ela disse, com a voz baixa e seca de sempre.

Confuso, Maurício pegou a ferramenta, ainda olhando fixamente para Micaela.

– O que está fazendo aqui?

– Encontrei com a Gautier ali fora e perguntei por você. Ela me disse que estaria aqui e contou sobre a moto do seu pai. Achei que poderia te ajudar.

– Me ajudar? – Maurício virou-se em direção à moto, ficando de costas para a italiana – Eu sei que você saca tudo de tecnologia, mas... O que entende de mecânica? – Terminando com a chave, ele começou a girar o corpo novamente em direção a Mic e falou, consigo mesmo – Agora eu preciso da chave de fend...

E, antes que ele concluísse, encontrou a chave de fenda diante dele, já na mão de Micaela.

– Serve essa?

Maurício pegou a ferramenta e virou-se novamente, continuando o trabalho.

– Já vi que, pelo menos de ferramentas, você entende.

Micaela sentou-se no chão, começando a tirar a mochila das costas.

– Entendo um pouco disso porque meu pai trabalhava com mecânica de automóveis.

– Sério? Meu pai também era mecânico. Trabalhou numa oficina durante muitos anos, mas agora já se aposentou. Interessante, nossos pais tinham algo em comum.

– O meu era engenheiro mecânico e trabalhava pra Ferrari.

– Exceto os contracheques deles, certamente.

– Eu preciso te mostrar uma coisa.

Maurício olhou para Micaela e notou que ela havia tirado o laptop de dentro da mochila e, agora, estava com ele no colo, digitando algo.

– Do que se trata? – Indagou, enquanto se aproximava da jovem.

– Nestes dias que fui obrigada a ficar em repouso, aproveitei para encontrar alguns sites.

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