cap 48 - Tell the truth

410 38 10
                                    



IVY BENNET


Ao cruzar a porta de vidro da Galeria Santoro, fui imediatamente envolvida pelo cheiro sutil de tinta e verniz. As paredes eram brancas e limpas, contrastando com as cores vibrantes das obras expostas. Era um ambiente sofisticado, mas havia uma tensão palpável no ar.

Respirei fundo, ajustando minha blusa antes de me aproximar da recepcionista. Ela me olhou de cima a baixo com um ar de superioridade antes de falar:

— Você deve ser a Ivy. O senhor Santoro está te esperando no escritório dele. — Ela indicou com um aceno de cabeça a direção.

Agradeci com um sorriso forçado e segui pelo corredor iluminado, tentando acalmar meus nervos. O homem que eu estava prestes a encontrar era conhecido tanto por seu talento quanto por sua personalidade difícil.

Bati na porta de madeira e uma voz autoritária ressoou do outro lado:

— Entre.

Abri a porta devagar e me deparei com um homem de meia-idade, cabelos grisalhos bem cortados, sentado atrás de uma mesa de mogno. Seus olhos azuis eram frios e calculistas. Ele não se levantou nem sorriu.

— Senhor Santoro? Eu sou a Ivy. Fui chamada para a entrevista de trabalho.

Ele me mediu com um olhar crítico antes de responder com um tom de voz baixo e cortante:

— Sim, sim. Sente-se. — Ele apontou para uma cadeira de couro em frente à sua mesa.

Sentei-me, tentando manter a postura ereta. Ele cruzou os braços e se inclinou para trás na cadeira.

— Então, Ivy, o que faz você acreditar que é qualificada para trabalhar aqui? — Sua voz estava carregada de sarcasmo.

Engoli em seco antes de responder.

— Tenho experiência em curadoria e um bom conhecimento de arte contemporânea. Acredito que posso trazer uma perspectiva fresca para a galeria.

Ele arqueou uma sobrancelha, um sorriso cínico se formando nos lábios.

— Perspectiva fresca? Que interessante. Como se não tivéssemos um monte de jovens artistas tentando "trazer perspectivas frescas" todos os dias. O que mais você tem a oferecer além de clichês vazios?

Senti minhas bochechas queimarem, mas me recusei a me deixar abalar.

— Talvez você se surpreenda, senhor Santoro. Nem todas as perspectivas frescas são clichês vazios. — Respondi, permitindo que um pouco de ironia escapasse na minha voz.

Ele se inclinou para frente, os olhos estreitados.

— Cuidado com o tom, senhorita. — Sua voz estava afiada como uma navalha. — Não tenho paciência para insolência.

— E eu não tenho paciência para arrogância disfarçada de profissionalismo. — Retruquei, antes que pudesse me controlar. Uma parte de mim esperava ser dispensada imediatamente.

Para minha surpresa, ele apenas me olhou por um longo momento, avaliando cada centímetro do meu ser. Então, um sorriso irônico curvou os cantos de sua boca.

— Interessante. Muito bem, Ivy. Você está contratada. — Ele se levantou, indicando que a entrevista havia acabado. — Espero que suas habilidades sejam tão afiadas quanto sua língua.

Levantei-me, tentando esconder meu alívio e minha surpresa.

— Não vou decepcionar, senhor Santoro.

Ele apenas acenou com a cabeça, voltando sua atenção para alguns papéis em sua mesa.

Saí da sala do senhor Santoro com uma mistura de alívio e apreensão. O ar fresco do corredor me recebeu como um abraço acolhedor após a tensão sufocante da entrevista. Caminhei de volta em direção à recepção, onde a secretária, uma mulher de cabelos loiros brilhantes, pele dourada e olhos castanhos penetrantes, me esperava com um sorriso que não chegava aos olhos.

the labyrinth of IllusionUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum