the labyrinth of Illusion

cap 44 - Love and Chaos

IVY BENNET.

Querido diário

Faz algumas semanas desde que Banks anunciou a gravidez, e tudo tem ido bem. Meu irmão, está radiante com a ideia de ser pai. Ele está sempre com um sorriso no rosto, contando os dias para a chegada do bebê. Minha melhor amiga também está completamente apaixonada pela gestação. Ver a felicidade dela é contagiante, e eu não poderia estar mais contente por ambos.

Quanto a mim, estou muito feliz por ser dinda. Mal posso esperar para segurar esse pequeno pestinha nos braços e enchê-lo de amor. Mas, por mais que eu esteja animada, tenho enfrentado um tormento que parece não ter fim.

Cada vez que vou dormir, o mundo irreal me puxa para baixo. Os pesadelos são incessantes e cada vez mais intensos. Sinto como se estivesse sendo torturada noite após noite, presa em um ciclo de sofrimento que não me dá trégua. Essas visões horríveis estão me consumindo, e às vezes parece que não vou aguentar.

Para piorar, Kaden tem estado estranho ultimamente. Ele não é mais o mesmo. Suas palavras são distantes, e seu comportamento é frio. É como se algo tivesse mudado dentro dele, algo que o afastou de mim. Isso só aumenta minha angústia, pois não sei como lidar com essa nova realidade.

Tudo isso me deixa extremamente confusa e assustada. Tento manter a força e a positividade por Apollo e Banks, mas, no fundo, estou lutando contra meus próprios demônios. Espero que esses pesadelos acabem logo e que Kaden volte a ser o que era. Até lá, só me resta enfrentar cada dia como ele vem, um passo de cada vez.

— O que você tanto escreve?— A voz de Kaden me pega de surpresa e acabo fechando o pequeno caderno em rapidez.  — Nada, apenas planejando coisas para o chá de bebê.—

estava sentada na cama, o diário descansando aberto em meu colo. A penumbra do quarto envolvia tudo com uma suavidade quase sufocante, e a luz fraca do abajur lançava sombras dançantes nas paredes. Os olhos de kaden, cansados e marcados pelas noites mal dormidas. Eu estava paralisada observando cada movimento de Kaden.

Ele estava de costas para mim, concentrado em organizar suas coisas na mochila. Suas mãos moviam-se rapidamente, como se estivessem guiadas por uma urgência que eu não conseguia entender. Apertei o diário contra o peito, sentindo o peso das palavras escritas ali, tentando encontrar algum consolo nas páginas que testemunharam as minhas confissões mais profundas.

— Kaden — chamei, minha voz soando frágil no silêncio do quarto. — O que você está fazendo?

Ele parou por um instante, mas não se virou. — Vou fazer uma viagem, Ivy. Preciso que seja paciente e que esqueça tudo. — Sua voz era distante, quase mecânica, desprovida da emoção que eu tanto ansiava ouvir.

senti um frio na espinha. —Viajar? Como assim viajar, e esquecer de tudo. Kaden do que você está falando. — perguntei, tentando manter a calma enquanto meu coração batia descompassado.

Kaden suspirou, finalmente se virando para me encarar. Seus olhos estavam sombrios, e havia uma dureza neles que eu nunca tinha visto antes. — Eu preciso que confie em mim porra. Preciso que se cuide e cuide de todos. Principalmente do bebê. Mas não se esqueça que você corre perigo. Não espere por mim. Eu não sei se consigo sair vivo.

pisquei lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair. — Vá embora...O mais rápido possível — Minha voz tremia, carregada de desespero. — Ursinha..

Ele balançou a cabeça lentamente, a expressão dolorosa em seu rosto. — Às vezes, enfrentar sozinho é a única maneira de entender o que realmente está errado.