10. Vakran.

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Lá fora o clima ainda estava ameno, uma brisa fria provocava uma sensação agradável na pele. Blair sentia seu corpo ainda em chamas enquanto caminhava com Cassiel para fora da balada. A sensação do orgasmo ainda estava enviando reações eletrizantes por seu corpo.

Eles passaram pela enorme fila de pessoas que aguardavam para entrar na casa noturna. Aquela era uma boate bem renomada, não era fácil entrar e todos os fins de semana sempre lotava de pessoas. Ela ainda não entendia como Katy tinha conseguido as entradas para elas, e quem era o "amigo" a quem a garota ficou devendo um favor. Mas isso era conversa para outra hora.

- Minha moto está estacionada na parte de trás da boate, foi o mais próximo que consegui deixar. - Falou Cassiel, enquanto eles davam a volta para a parte de trás do prédio, entrando por um beco não tão bem iluminado como deveria. As luzes eram fracas e piscavam sem parar, pareciam estar prestes a queimar.

- Vamos de moto? - Ela perguntou, e o homem apenas confirmou com a cabeça enquanto saiam do beco e andavam ao encontro da Harley. - Não seria mais fácil se você voasse comigo ou algo assim? Além disso... Você pode aparecer e desaparecer em qualquer lugar que quiser, não é? - Falou, mordendo a boca conforme eles se aproximavam da bela moto que estava devidamente estacionada perto de alguns carros de luxo. Era um estacionamento exclusivo para clientes do local.

Cassiel riu, divertido, enquanto encostava na moto para avaliar a garota à sua frente.

- Está com tanta saudades assim? - Brincou, e Blair sentiu suas bochechas queimando porque era a mais pura verdade. O sorriso do homem se alargou. - Você tem razão. Eu poderia voar com você, mas tem muitas pessoas por aqui e poderiam ver. E sobre aparecer e desaparecer... Se chama teletransporte. E eu até poderia fazer, se estivesse sozinho. - Ele se aproximou, acariciando a bochecha da garota levemente. - Mas se eu fizesse isso com você ou qualquer ser humano, seu cérebro derreteria e sairia pelos ouvidos e até pelo nariz.

O pensamento fez a garota fazer uma careta de nojo e repulsa. Negou com a cabeça imediatamente.

- É melhor a moto mesmo. - Comentou, olhando para a linda Harley preta. O anjo riu, colocando uma madeixa de cabelo atrás da orelha da garota.

- Eu não dirijo mal. - Falou, passando o polegar levemente pelo lábio inferior da garota. Blair ia responder, mas de repente, sentiu uma sensação ruim em sua espinha, um calafrio que começou na base de sua coluna e subiu até o seu pescoço. Ela franziu o cenho, vendo que Cassiel de repente ficou tenso, os olhos dele estavam baixos, olhando o chão, como se estivesse perdido em pensamentos incrédulos.

- Cass... - Ela começou a falar, mas então um barulho vindo da entrada do beco atraiu o olhar dos dois. Cassiel olhou imediatamente e Blair acompanhou seu olhar. Demorou um pouco para ela entender o movimento que acontecia nas sombras do beco, a luz fraca que irradiava dos interruptores não ajudava, já que piscavam sem parar. Mas parecia que algo se contorcia, se arrastava, uma sombra sem forma e característica, até que a sombra saiu do beco, se revelando para eles.

Era uma cobra enorme, deveria ter uns três ou quatro metros. Mas não era uma cobra comum. Essa era diferente. Apesar de longa e grande, seu corpo era maior e mais robusto que uma cobra normal. Seus olhos eram vermelhos como sangue, com fendas no centro, centenas de dentes enfileirados na boca, afiados como lâminas perigosas, tinha mais dentes do que uma cobra comum. A língua grande e asquerosa, dividida na ponta. A parte superior de seu corpo, desde a cauda e a cabeça, eram revestidas de escamas que lembravam um dragão, escamas vermelhas e tão afiadas quanto os dentes da criatura.

A coisa ficou erguida, seu corpo enrolado em posição de ataque, enquanto rosnava e mostrava ainda mais de seus dentes e boca, cuja a mesma, descia uma baba gosmenta e transparente das afiadas presas.

A ruína dos Anjos.Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz