07. Anjos sabem dirigir. (part 2)

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( Continuação )

- Estou maluco pra tentar acertar aqueles ursinhos ali. Vamos? - Perguntou, estendendo a mão para ela. Que aceitou imediatamente. Ela desconfiava que iria com ele a qualquer lugar que ele quisesse. Acompanhou ele até a barraca de tiro ao alvo, e observou enquanto ele pagava o rapaz da barraca e em seguida pegava a espingarda que ficava ridiculamente pequena na mão dele.

Outro homem com sua família estava jogando o mesmo jogo na barraca, a mãe com seus cabelos loiros, segurava a mão de um menininho de 5 anos, enquanto o pai tentava acertar os ursos que não paravam de se mexer na plataforma. Mas falhava em todas. A garota pode ver a semelhança da criança e do pai, os mesmos olhos castanhos, a mesma covinha, o mesmo cabelo.

Seus olhos se voltaram para Cassiel quando o mesmo deu o primeiro tiro, acertando o primeiro urso imediatamente. Ele recarregou a arma e atirou de novo, acertando o outro. Depois mais outro. Na arma tinha exatas cinco balas de borracha e ele simplesmente não errou nenhum tiro. Blair ficou boquiaberta e maravilhada.

O dono da barraca deu o prêmio a Cassiel, um enorme urso de pelúcia de pelagem verde, que devia medir 40 centímetros. O anjo agradeceu ao homem e entregou o urso a Blair. Que apertou nos braços. Era fofo e macio. A morena ouviu um choro infantil, o garotinho chorava quando viu que seu pai não havia ganhado, e aquela cena de alguma forma partiu o coração da garota. Cassiel também observava a cena, curioso. Blair não pensou duas vezes, se aproximou do garoto e estendeu o urso para ele.

- Olha... Não precisa chorar. - Disse, entregando o urso para a criança, que olhava a pelúcia com brilho nos olhos. A mãe sorriu, encantada, mas logo negou.

- Não precisa, querida. Seu namorado o ganhou. Não precisa entregar para meu filho. - Antes que ela pudesse responder, Cassiel já tinha se aproximado.

- Está tudo bem. Acho que ele fará seu filho mais feliz. - O homem afagou levemente os cabelos da criança, que imediatamente agarrou o urso com seus pequenos bracinhos, muito feliz pelo presente. Depois de ouvirem vários agradecimentos dos pais da criança, Blair e Cassiel voltaram a andar pelo parque. Foi ele quem falou primeiro dessa vez.

- Foi muito nobre de sua parte, entregar o presente ao menino. - Falou ele, a voz calma. E tinha algo a mais em sua voz... Algo como... Admiração. Ela sorriu, apertando a mão dele.

- Como você disse, ele fará aquele menininho mais feliz. Já estou bem grandinha. - Ela riu. O sol já tinha sumido, a Lua já estava aparecendo, deixando o parque ainda mais chamativo com suas várias luzes. - Você manuseia armas muitíssimo bem. - Comentou, se referindo a cena dele na barraca de brinquedos. Ele fez uma careta, balançando a cabeça.

- Não como eu gostaria. Armas humanas são muito fáceis de causar destruição, gostaria de entender como elas funcionam, mas ainda não achei um livro bom o suficiente para isso. - Comentou, enquanto andavam, observando o parque. Então Blair parou de andar um pouco, para olhar pra ele.

- Bem... Como você bem sabe, trabalho numa livraria e conheço todos os livros de lá. Recentemente chegou um livro sobre armas de fogo e sua criação. Você tem interesse? - Perguntou. Os olhos dele brilharam com intensidade e interesse.

- Claro que sim. Todos os livros que me indicou até agora foram ótimos. - Falou, com um sorriso genuíno e incrivelmente lindo surgindo em seus lábios. Blair teve vontade de morder ele, mas se segurou.

- Bom, então vamos até a livraria pegar. Eu sempre ando com as chaves, dona Elizabeth não se importa que eu use. - Falou, vendo o sorriso dele se alargar ainda mais. Não demorou muito para eles chegarem até a moto e Cassiel estar dirigindo em direção a livraria. Ele realmente parecia animado.

A ruína dos Anjos.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora