A ruína dos Anjos.

08. O anjo e suas auto descobertas.

Cassiel chegou em casa rapidamente, bateu a porta do apartamento que morava com mais força do que o necessário. Seu corpo ainda estava arrepiado, seu coração batia feito um louco no peito. Por que, em nome dos céus, ele estava assim? Por que seu corpo estava tão estranho?

O homem caminhou para o quarto, passando pela sala luxuosa e moderna com móveis planejados, as paredes perfeitamente pintadas da cor perolada. Tinha uma TV gigante na parede, e sofás de couro na cor gelo. Uma mesa de centro de mármore cor marfim, o chão numa cerâmica alabastro. Cassiel tinha tudo do mais confortável, afinal, em sua forma humana, ele também precisava descansar. Não que ele usasse essa parte específica do apartamento, mas ainda assim, era confortante sentar naquele sofá para ler.

Ele deixou o exemplar do novo livro sobre armas de fogo em cima da cômoda e tirou a jaqueta, as cenas daquele dia passando em sua mente novamente. Ele a chamou de linda, e ela pareceu gostar. Ele estava tentando ser gentil, mas isso o desconcertava. Ele tinha lido em algum lugar que mulheres humanas gostavam de elogios, e ele a elogiou... Bem, porque ela era realmente linda. Mas por que isso o fez se sentir quente?

O homem suspirou, tirando as botas e as meias, se encaminhou para o banheiro, ligou a torneira da pia lavando o rosto com a água. Ele se sentia tão esquisito, aliás, depois que conheceu Blair tudo nele estava esquisito, não só dentro de si, mas seu corpo... Ele olhou para baixo, onde seu membro íntimo estava tão rígido como uma pedra. Ele não sabia o que isso significava, mas sabia que tinha gostado quando ela o tocou ali... Ele apertou a pia de mármore branco com as mãos e fechou os olhos, lembrando do que aconteceu na livraria.

Ele sabia o que era um beijo, já tinha visto humanos fazerem isso, e ele mesmo já tinha beijado Blair antes. Mas aquilo... O que tinha acontecido naquela noite... Foi mais intenso. Mais específico. Ele não sentia vontade de parar de tocá-la. Muito pelo contrário, ele sentia vontade de tocá-la inteira, até às partes que estavam cobertas pelas roupas. Beijar todo o corpo da garota. Provar cada centímetro de sua pele. Mas por que ele sentia isso? E o pior, por que pensar isso fazia seu membro inferior ficar tão duro que doía? Naquele exato momento, Cassiel levou sua mão para a parte da frente da calça, estava tão duro que desconfiava que podia rasgar a calça jeans que usava. Ele tinha que descobrir o que era isso. Tinha que descobrir o que estava acontecendo com ele.

Depois de um banho quente demorado, ele se vestiu confortável. O membro inferior tinha ficado normal, ainda bem, imaginou como seria sair na rua e alguém visse aquilo, poderiam facilmente confundir com uma arma de fogo ou uma adaga. Ele causaria confusão com as autoridades mortais, e não queria isso.

Respirou fundo, deitando na cama. Blair vinha em sua mente sempre, mesmo que ele tentasse pensar em qualquer outra coisa. A pele branca dela é tão macia, tão deliciosa de se beijar. Os lábios... Cassiel resmungou, sentindo o membro inferior endurecer novamente. Ele precisava de uma solução. E enquanto procurava por uma, precisava ficar longe de Blair, até ter certeza que isso fosse seguro. Até ter certeza que não iria machucá-la com... Aquilo. Era a melhor opção.

Dias se passaram e ele não foi à livraria, sabia que Blair provavelmente estava triste por isso, ele também estava, mas precisava de tempo. Ele precisava encontrar livros e estudar sobre o que estava acontecendo com seu corpo. Se era algo grave, se era alguma doença humana. Mas não podia ser, ele era imune a todas elas... Então... O que estava acontecendo? Os pensamentos o deixavam frustrado de um jeito anormal.

Depois de ir a outra livraria do outro lado da cidade, ele conseguiu o que queria. Vários livros sobre anatomia humana. Como aquele dia estava calmo de ações demoníacas, ele iria ficar em casa e estudar. A missão de Cassiel na terra estava sendo bem sucedida até então, ele pelo menos achava isso, já que todos os dias, quando caçava, ele conseguia exterminar pelo menos 20 criaturas. Mas a razão pelas quais elas estavam indo para aquela cidade em grande quantidade, ainda era um mistério. Um mistério que ele iria descobrir.