capítulo 3

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                      Elizabeth

MINHA MÃE E EU VIVÍAMOS EM UMA FRIA casa de fazenda do século vinte um no limite de Coldwater. É a única casa na Alameda Hawthorne, e os vizinhos mais próximos estão há quase 1,6 quilômetros de distância. Às vezes me pergunto se o construtor original percebeu que de todos os pedaços de terra disponíveis, ele decidiu construir a casa no olho de uma misteriosa inversão atmosférica que parece sugar toda a névoa da costa do Maine e transplantá-la no nosso jardim. A casa estava nesse momento velada por uma melancolia que lembrava espíritos que escaparam e estão vagando. Eu passei a noite plantada em um banquinho de bar na cozinha na companhia da lição de álgebra e Margarida, nossa governanta. Minha mãe trabalha para a uma Empresa, coordenando leilões imobiliários e de antiguidades em toda a costa oeste. Essa semana ela estava em Charleston, Carolina do Sul. Seu trabalho requeria muitas viagens, e ela pagava Margarida para cozinhar e limpar, mas eu estava bem certa de que as letras miúdas da descrição do trabalho da Margarida incluíam manter um olho observador e parental em mim.

_Como foi a escola?__  Margarida perguntou com um ligeiro sotaque francês. Ela estava de pé na cozinha, esfregando lasanha cozida demais de uma caçarola.

_Tenho um novo parceiro de biologia.__

__Isso é uma coisa boa, ou uma coisa ruim?_

_Vick era a minha antiga parceira nessa matéria.__

__Humph._ Mais esfregação vigorosa, e a carne na parte superior do braço de Margarida sacolejou.

__Uma coisa ruim, então.__ falou ela.
Eu suspirei em concordância.

_Me conte sobre a sua nova parceira. Essa garota, como ela é?_

__Ele é alto, moreno, e irritante._ E misteriosamente fechado. Os olhos de Demon eram órbitas negras. Retendo tudo e retornando nada. Não que eu quisesse saber mais sobre o ele. Já que eu não tinha gostado do que eu tinha visto na superfície, eu duvidava de que eu gostaria do que estivesse espreitando lá no fundo. Só que, isso não era exatamente verdade. Eu tinha gostado muito do que eu tinha visto. Músculos longos e magros em seus braços, ombros largos, mas relaxados, e um sorriso que era parcialmente brincalhão, sedutor é lindo. Um braço chego de tatuagens e o cabelo preto curtinho.

Eu estava em uma aliança incômoda comigo mesma, tentando ignorar o que começa a parecer irresistível. Às dez horas, Margarida terminou o jantar e trancou a casa ao sair. Como forma de adeus, eu pisquei as luzes da varanda duas vezes, elas devem deve ter penetrado a névoa, porque ela respondeu com uma buzina. Eu estava sozinha. Eu fiz um inventário dos sentimentos brincando dentro de mim. Eu não estava com fome. Eu não estava cansada. Eu não estava nem mesmo tão solitária. Mas eu estava um pouco inquieta sobre a minha tarefa de biologia. Eu tinha dito ao Damon que eu não ligaria, e sete horas atrás eu tinha falado sério. Tudo em que eu podia pensar agora era que eu não queria falhar. Biologia era a minha matéria mais difícil. Minha nota oscilava problematicamente entre 9 e 8. Na minha mente, essa era a diferença entre uma bolsa de estudos integral e parcial no meu futuro.Eu fui para a cozinha e peguei o telefone. Eu olhei para o que tinha sobrado dos sete números ainda tatuados na minha mão. Secretamente, eu esperava que o Demon não atendesse a minha ligação. Se ele não estivesse disponível ou cooperasse nas tarefas, era uma evidência que eu podia usar contra ele para convencer o Treinador a desfazer o mapa de assentos para trocar de volta com a Vick. Sentindo-me esperançosa, eu digitei seu número.

Damon respondeu no terceiro toque._ Alô?
Em um tom presunçoso, eu disse, _Estou ligando para ver se podemos nos encontrar hoje à noite. Eu sei que você disse que está ocupado, mas-

Elizabeth _Damon disse meu nome como se fosse a parte final de uma piada.
_Achei que você não fosse ligar. Nunca.
Eu odiava estar comendo as minhas palavras. Eu odiava o Damon por estar esfregando elas na minha cara. Eu odiava o Treinador por suas tarefas enlouquecedoras.

O Sussurro ( O Anjo Caído)Where stories live. Discover now