O Sussurro ( O Anjo Caído)

capítulo 7

                                                Elizabeth

  EU Atravessei A MULTIDÃO DO LADO DE DENTRO DO FLIPERAMA, PASSANDO pelo quiosque e pelos banheiros. Quando as mesas de pebolim entraram no meu campo
de visão, Vick não estava em nenhuma delas. Tampouco Elliot ou Lionel.

__Parece que eles foram embora__Damon disse. Seus olhos talvez tenham tido uma fatia de divertimento. Mas também, se tratando de Damon, poderia muito bem ser qualquer emoção 

__Parece que você precisa de uma carona.__

__vick não me deixaria__eu disse, ficando na ponta dos pés para ver por sobre o alto da multidão. __Eles provavelmente estão jogando tênis de mesa.__

Eu passei a multidão pela lateral enquanto Damon me seguia atrás, entornando uma lata de refrigerante que tinha comprado no caminho. Ele tinha se oferecido
para me comprar uma, mas no meu estado atual, eu não estava certa se conseguiria segurá-la.
Não havia rastros da Vick ou do Elliot nas mesas de tênis.

__Talvez eles estejam nas máquinas de fliperama__Damon sugeriu. Ele definitivamente estava caçoando de mim.
Eu me senti ficar um pouco vermelha no rosto. Onde estava a Vick?

Damon ofereceu seu refrigerante. __Certeza que não quer uma bebida?__
Eu olhei da lata para o Damon. o meu sangue esquentava ao pensar em colocar a minha boca onde a dele já esteve também.
Eu revirei a minha bolsa e puxei meu celular. A tela no meu telefone estava preta e se recusava a ligar. Eu não entendia como a bateria podia ter acabado quando eu havia carregado-a logo antes de vim pra cá. Eu apertei o botão de
ligar continuamente, mas nada aconteceu.

Damon disse__Minha oferta ainda está de pé.__
Eu pensei que ficaria mais segura pegando carona de um estranho. Eu ainda estava balançada por causa do que tinha acontecido no Arcanjo, e não importava quantas vezes eu tentasse apagar isso, o imaginário de cair repetia-se
na minha cabeça. Eu estava caindo... e então o passeio tinha acabado. Bem assim. Era a coisa mais aterrorizante pela qual eu já tinha passado. Quase tão aterrorizante que eu era a única que pareceria notar. Nem mesmo o Damon, que tinha estado bem ao meu lado.
Eu bati minha palma na minha testa. __O carro dela. Ela está provavelmente me esperando no estacionamento.__

Trinta minutos mais tarde eu já havia caçado por ela em todo estacionamento . O Neon tinha ido embora. Eu não acreditava que a Vick tinha ido embora sem mim. Talvez tivesse havido uma emergência. Eu não tinha como saber, já que
não podia checar as mensagens no meu celular. Eu tentei conter as minhas emoções, mas se ela tivesse me deixado, eu tinha uma ampla quantidade de raiva fervendo sob a superfície, pronta para derramar.

__Já está sem opções?_ perguntou o Damon.
Eu mordi meu lábio, pesando minhas outras opções. Eu não tinha outras opções. Infelizmente, eu não estava certa se estava pronta para aceitar a oferta do Damon. Em um dia normal, ele exalava perigo. Hoje havia uma mistura potente de perigo, ameaça, e mistério, todos juntos.
Finalmente eu soltei um suspiro e rezei para não estar prestes a cometer um erro.

__você me levará diretamente para casa__ eu disse. Soava mais como uma pergunta do que uma ordem.

__Se é isso que você quer.__
Eu estava prestes a perguntar ao Damon se ele tinha notado algo de estranho no Arcanjo, mas, eu me impedi. Eu estava assustada demais para perguntar.
E se eu estava vendo coisas que não estavam realmente acontecendo? Eu tinha bastante certeza que o
Damon falando com a minha mente era real, mas o resto? Não tinha tanta certeza.

Damon se aproximou algumas vagas. Uma moto preta brilhante descansava no estribo lateral. Ele subiu e inclinou sua cabeça para o assento atrás de si.

__Sobe aí.__

__Uau. Moto legal__eu disse. O que era uma mentira. Parecia como uma armadilha mortal preta brilhante. Eu nunca tinha subido numa moto, na minha vida, nunca. Eu não estava certa se queria mudar isso hoje à noite.

__Eu gosto da sensação do vento no meu rosto__ eu continuei, esperando que minha bravata mascarasse o meu terror de me deslocar em velocidade acima de 104 quilômetros por hora com nada entre mim e a estrada.
Havia um capacete – preto com um visor escuro – e ele o segurou para mim.
Tomando-o, eu passei a minha perna por cima da garupa da moto e percebi como me sentia insegura com nada além de uma tira de assento debaixo de mim. Eu deslizei o capacete por sobre os meus cachos e o prendi debaixo do meu queixo.

__É difícil dirigir?__eu perguntei. O que eu realmente quis dizer era, É seguro?

__Não__ Damon disse, respondendo tanto a minha pergunta proclamada quanto a não. Ele riu suavemente. __Você está tensa. Relaxe._