Capítulo 19 - A Revelação

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Lee Na

Como eu já poderia imaginar, aquele pequeno gesto de Han para ajudar a manter o meu equilíbrio, seria motivo suficiente para que Seungmin voltasse a esbravejar a respeito do irmão e invocasse uma briga durante o caminho inteiro até o aeroporto. Em parte, eu também devia me culpar por uma parcela daquela discussão, pois ao invés de ficar quieta e esperar que meu marido colocasse para fora toda a sua raiva, eu intercedi por Han e defendi que a atitude dele tinha sido nobre... então nem poderia reclamar da dor de cabeça que adquiri com aquela discórdia desnecessária.

Durante o voo para os EUA, demos uma trégua, e como Seungmin costumava ser mais reservado em público, evitou seguir em frente com a birra, para que não perdesse a paciência comigo, afinal, tínhamos metade de um dia de viagem pela frente... e acabaram sendo 12h de silêncio mórbido.

Quando descemos no aeroporto, pegamos um táxi e continuamos quietos durante o trajeto dele também. Até que enfim chegamos em casa e, após colocarmos as malas para dentro, eu finalmente resolvi abrir a boca.

- Podemos parar com essa palhaçada agora? - perguntei. - Nós estávamos melhorando no dia anterior e você resolveu retroceder todo o avanço.

Seungmin bufou uma risada.

- Eu resolvi? Fui eu que olhei para o meu irmão como se fosse chorar por deixá-lo?

- Eu já falei que não fiz isso, você interpreta tudo do seu jeito deturpado.

- Ah, é claro, eu sou o louco nessa relação, não é? Talvez eu precise de terapia então - ironizou.

- Não é uma má ideia. Do jeito que as coisas vão, deveríamos fazer. Era para ainda estarmos em clima de lua de mel, e cá estamos nós, sem conseguir ficar mais de um terço de um dia em paz.

- Você só pode estar maluca.

- Sim, estou. Eu estou maluca e você também. Vamos marcar terapia de casal.

No dia seguinte, eu já estava caçando contatos para agendar algum profissional que falasse coreano para nos atender, pois somente em inglês, ia acabar fazendo com que eu me perdesse no meio dos assuntos da sessão. Se Seungmin continuasse resistente, eu encheria tanto a paciência dele, que ele acabaria cedendo a participar das consultar só para calar a minha boca. Entretanto, para a minha surpresa, no momento em que consegui um agendamento, meu marido acabou aceitando logo de cara e confirmou que se encontraria comigo direto no local.

Foram algumas semanas de bate-boca, em que ele me acusava de dar abertura para os flertes do irmão e eu me defendia, dizendo que Han apenas havia sido um bom anfitrião e tentado me incluir na família desde o princípio. Não havia outra escolha para mim, a não ser mentir, se queria que a nossa rotina como casal voltasse ao que era antes da viagem à nossa terra natal.

Talvez fosse pelo fato de que eu continuava firme em trabalhar a nossa relação na terapia e ele observasse o meu esforço em querer levar nosso casamento para frente, que aos poucos Seungmin foi deixando de lado a implicância e apenas comentando outros fatores não relacionados às suas desconfianças conjugais. 

Na semana seguinte após voltarmos da Coreia, eu tentei fazer um teste de gravidez de farmácia, mas tive um resultado negativo, o que me tranquilizou um pouco e também me fez pensar que tinha me preocupado demais à toa. Porém, assim que estávamos prestes a completar dois meses na América, senti meu corpo dando uma enfraquecida e, de repente, comecei a ter enjoos matinais.

A sorte que eu tinha era que geralmente aquele mal estar vinha muito cedo, bem antes do horário que meu marido costumava acordar, então eu conseguia lidar com a situação, sem entregar para ele o meu estado. Foi assim por cerca de seis dias, até que, no sétimo, esbarrei com Seungmin logo que abri a porta do banheiro, pois aparentemente ele estava ali de prontidão, esperando pela minha saída.

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