Capítulo 4 - Emoções em choque

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Han

Era véspera do feriado de Chuseok, o Dia de Ação de Graças coreano, e pela primeira vez em muitos anos, meu irmão mais novo se reuniria a nós, trazendo consigo a sua nova esposa, com a qual tinha casado havia alguns meses nos Estados Unidos, tão repentinamente, que nem possibilitou que nos preparássemos para viajar e conseguir atender à cerimônia. Pelo que Seungmin havia dado a entender, tanto ele quanto ela tinham decidido por uma pequena formalização daquela união, somente com a presença dos pais e da irmã da moça como testemunhas para assinarem a papelada jurídica, deixando para comemorarem apenas quando estivessem a sós e nos comunicando posteriormente sobre o casamento via ligação.

A princípio, nossos pais não ficaram muito felizes com aquilo, não pela escolha dele em se casar com aquela mulher, até porque ainda não conheciam ela, mas porque haviam se divertido tanto na festa do meu casamento, que estavam esperando poder repetir a dose com o seu segundo filho e infelizmente isso acabou não acontecendo. Mas já era de se esperar, afinal, Minnie sempre havia sido muito discreto e retraído, divergindo um pouco do restante da nossa família.

Naquela manhã, Hyunjina e eu deixamos Chan, nosso filho mais novo, com meus pais em casa, ela seguiu caminho para um compromisso e eu fui ao mercado com nosso filho mais velho, Changbin, para comprar o que era necessário para fazer o almoço daquele dia. Como em breve a casa estaria cheia com a chegada do meu irmão e de sua esposa, era necessário nos certificarmos de que haveria comida suficiente para todos.

- Papai! - exclamou Chan quando voltamos.

- Eita, eu mal saí e meu filho caçula já cresceu tão rápido - brinquei, largando uma das sacolas de compras sobre a mesa de centro da sala e acariciando os cabelos de Channie, antes de me sentar na poltrona perto de onde ele estava sentado ao chão a brincar, entretido com o seu avô até então.

- Papai, onde você esteve? - perguntou Chan.

Olhei para a criança e sorri, voltando a atuar como se ele tivesse de fato aumentado de tamanho.

- Pai - falei diretamente com o seu avô Yongbok -, Chan é mesmo o mais novo? Tem certeza?

Meu pai sorriu com a brincadeira.

- Chan está malhando? - perguntou Changbin, entrando na onda.

- Ele está indo para a aula de natação - falei, como se aquilo explicasse a ilusão que havíamos criado de que Channie crescera mais do que o normal - e é assim que ele retorna - falei, puxando as mangas do uniforme dele para que, orgulhoso de si mesmo, Chan mostrasse seus braços, batendo palmas logo em seguida, contente por todos fingirmos achá-lo forte.

- E por que você ganhou tanto peso? - perguntou minha mãe, Ina, caçoando do meu filho mais velho.

Changbin riu de forma desconcertada, sem encontrar uma resposta rápida para dar.

- É porque ele é um porco-coelho - disse Channie com sua voz infantil, soltando uma risada alta em seguida.

Na mesma hora, Binnie levantou agressivamente do lugar em que estava sentado no sofá.

- Chan-ah! - exclamou irritadiço, erguendo o pacote com o ramalhete de cebolas, que estava sobre a mesa.

- Papai! Me salve! - gritou Chan, clamando pela minha ajuda.

- Já bateram em você com uma cebola verde? - questionou Changbin, na mesma hora em que eu e sua avó nos levantamos para contê-lo de se aproximar de Channie.

- Pare ou você vai perder uma luta - falei para Binnie, ainda zoando como se Chan fosse mais forte do que parecia e fazendo com que o mais velho se sentasse novamente e largasse as cebolas.

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