Capítulo 11 - Só se vive uma vez

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Lee Na

Tinha sido um tiro no escuro, que, por fim, deixou claro que estávamos sintonizados na mesma frequência. O risco de nos beijarmos ali era real, mas também extremamente excitante, e trazia uma sensação boa de ansiedade, que eu não sentia há muito tempo.

Assim como Han tinha dito, eu sabia plenamente que o que estávamos fazendo era errado, ambos possuíamos compromissos de vida com outras pessoas, e ele até mesmo tinha filhos, mas os dias anteriores haviam sido tão estressantes, que aquela situação não servia apenas para satisfazer uma vontade que já pulsava em mim, como também funcionava como um escape da minha realidade - era como se, no momento em que nossos lábios se tocavam, nos transportássemos para fora do universo ao qual pertencíamos antes.

Nenhuma gota de culpa se passara por mim até então e eu não tinha certeza se em alguma hora viria a ter aquele sentimento, pois mesmo que tivesse deixado de lado minhas questões com meu marido, nada havia sido de fato resolvido, e ficar com seu irmão aliviava um pouco a minha mente tão atormentada pelas atitudes que Seungmin tivera nos últimos dias. Porém, para Han devia ser totalmente diferente, ele tinha muito mais a perder do que eu, caso acabassem nos descobrindo ali, então por mais que estivesse intoxicado pela ocasião, eu compreendia que logo poderia bater o remorso por ter se deixado levar de forma tão impulsiva.

- Você está com frio? - perguntou ele após o beijo, acariciando meu rosto novamente.

- Não, eu estou com calor até.

- Eu não sei como vamos fazer para voltar lá para dentro, estamos completamente ensopados.

- Talvez seja melhor sairmos daqui para escorrer pelo menos um pouco da água.

- Tem razão - disse Han, mas não se moveu nem um milímetro, mantendo-me presa em sua frente.

Ficamos a nos encarar por alguns segundos, ambos com sorrisos meio tolos nos lábios.

- Você não quer ir ainda, não é? - perguntei.

Ele moveu a cabeça negativamente, concordando com a minha afirmação.

- Parece que se sairmos daqui... tudo vai voltar ao normal - explicou.

- Você não gosta mais do normal?

- Gosto, mas agora sei que gosto disso aqui também - falou, indicando a nós dois -, foi algo único para mim.

- Não precisa acabar aqui.

- Lee Na... não é tão simples assim.

- Com "único", você não quis dizer que foi especial, não é? Você quis dizer que foi uma só vez.

- Não, eu realmente intencionei soar como a primeira opção, mas as duas meio que fazem sentido, porque não deveríamos fazer isso...

- Eu entendo - comentei, conformada de antemão por saber que não devíamos passar dos limites -, desculpe por sugerir mais do que isso, eu sei que é inapropriado.

Meu cunhado deslizou a mão pelos meus cabelos molhados, mas parecia não ter encontrado palavras para dizer. Querendo ou não, aquele cenário, além de novo, era muito complexo para assimilar.

Estava claro que nós dois ainda queríamos aquilo, pois tinha sido só uma prova rápida da atração que tínhamos um pelo outro, mas após cairmos na real, era como se o fervor daquela novidade tivesse se dissipado repentinamente, fazendo com que ficássemos um tanto desconcertados.

Baixei meu olhar para a água, pensando se havia dito algo pelo que me lamentaria no dia seguinte, pois parecia que eu estava com mais intenção que do que ele em meio àquele contexto. Um minuto depois, Han ergueu meu queixo com seus dedos.

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