Capítulo 5 - Conversas pré-sono

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Lee Na

Dobrando a relutância de Seungmin e Hyunjina, Han e eu os convencemos de que não havia motivo algum para não prepararmos os aperitivos juntos, afinal, se eu estava entrando para aquela família, era importante que me integrasse com cada um de seus membros e ele tinha sido o primeiro a me oferecer a mão.

Ainda que fosse muito tagarela, talvez Han tivesse escolhido se manter um pouco mais reservado quando entramos na cozinha, por levar em consideração que nossos cônjuges haviam se incomodado com aquela ideia. Por isso, nos primeiros minutos, não trocamos palavra alguma além de indicações do que pegar e onde servir. Como eu ainda estava me sentindo um pouco deslocada, também não quis tomar a frente para iniciar uma conversa, foi apenas quando percebi que ele estava lutando para abrir um pote de palmito, que finalmente resolvi abrir a boca.

- Passe pra cá - pedi, estendendo a mão -, eu abro para você.

- Não, não - negou a ajuda, aplicando ainda mais empenho naquela tarefa -, eu consigo abrir.

- Você claramente não tem força para isso, deixe de ser teimoso e me dê aqui.

Han me fitou com os olhos mais abertos, surpreso pela minha ousadia em falar daquela maneira, mas se éramos parentes agora, ele teria que se acostumar com o meu jeito de uma forma ou de outra, e eu não ia fingir ser diferente do que era, apenas para soar doce a um desconhecido. Entretanto, para não parecer tão grossa como de costume, eu sorri para o meu cunhado e agitei minha mão, pedindo pelo pote mais uma vez.

- Está bem - respondeu, devolvendo-me o sorriso e entregando os palmitos. - Quero só ver voc...

Antes mesmo que ele pudesse terminar a frase, a tampa do pote fez um "pop!" e eu o abri por completo, sem fazer o mínimo esforço para isso.

- Toma - estendi o vidro de volta para ele, largando a tampa de metal em cima do balcão.

Han pegou o pote e olhou dele para mim.

- Uau - falou -, você é forte.

- Eu sei.

- Um talento nato!

Eu ri e desviei o olhar dele, lavando minhas mãos na pia.

- O que mais você sabe fazer? - perguntou-me e eu virei novamente para mirá-lo.

O olhar em seu semblante, apesar de manter a simpatia, continha agora um brilho que beirava a malícia, mas eu supus que ele apenas estava debochando de mim.

- Você nem imaginaria - falei no mesmo tom levemente sugestivo que ele havia usado e peguei uma das bandejas para levar para a sala, sem esperar para ver sua reação.

Juntei-me a Seungmin assim que cheguei no cômodo e Han apareceu logo em seguida, sentando ao lado da esposa também. No restante daquele dia, conversamos e fizemos algumas rodadas de jogos em família, o que foi ótimo para poder conhecê-los um pouco mais, mesmo que a baderna fosse permanente e os papos se perdessem com muita frequência, toda vez que alguém começava a se emocionar com as brincadeiras.

No decorrer da tarde, Seungmin ostentou muito mais sorrisos do que eu estava habituada a ver em seu rosto, e eu não compreendi se aquilo era uma tática para deixar claro para mim que havia se tranquilizado perante o estresse anterior ou se queria aparentar para a família que estava feliz com a vida que tinha decidido levar até então, como se desejasse provar aos outros que o seu sucesso profissional e matrimonial era gratificante e digno de inveja. Independente do que aquilo significava, ter aquela resposta não fazia diferença alguma para mim, então apenas aproveitei o tempo que passamos com os seus parentes.

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