Capítulo 12 - Eita.

353 44 25
                                    

Alastor Diavolo

Não posso me deixar levar por um sentimento que nem deve ser recíproco.

Dormi mais uma vez ao lado de Lúcifer, aproveitando sua presença agradável e que me trás conforto, mas não posso continuar permitindo que coisas assim aconteçam, não quero sofrer por causa desse maldito sentimento.

Acordo às 6 horas da manhã no dia seguinte, pronto para ir embora e deixar Lúcifer em paz, no entanto, sua face triste me causa remorso por deixá-lo assim sem avisar. Nessa hora, tenho a certeza de que ele estava tendo um pesadelo, pois choramingava enquanto dormia, sussurrando palavras como "Não me abandone" ou "Desculpa por ser um fracasso".

Quero abraçar ele e dizer que está tudo bem, pelo menos uma última vez, antes de abandonar totalmente esse sentimento que vem crescendo aos poucos, toda vez que me mantenho perto dele.

— Não há o que temer, Lúcifer — Sorrio involuntariamente, dando um beijo na testa do loiro. — Você é incrível, meu bebê chorão.

Me afasto, dando uma última olhada nele dormindo calmamente agora antes de me retirar completamente do quarto. Pretendo voltar ao estúdio de rádio, ficar fazendo transmissões não é uma ideia tão ruim, e quanto ao Hotel, ainda irei trabalhar lá porque Charlie precisa de mim.

Não preciso mais usar as roupas de Lúcifer, pois meu terno já estava seco, então não seria necessário usar outra. Achei impressionante o fato de Lúcifer não ter achado ou sentido meu canivete no bolso da roupa em momento algum. - Menos mal.

Assim que saio da casa, observo o céu começar a tomar cor por causa do sol nascendo, ficando azul com nuvens brancas, uma vista perfeita e ótima para começar o dia. Ao olhar para o lado, dou de cara com William Afton correndo com uma sunguinha roxa para trás de um arbusto, se escondendo entre as folhas.

— Por que eu não nasci cego? Visão dos infernos... — Me questiono, ainda olhando William atrás do arbusto. — Eu sei que você está aí.

— Não estou, isso é coisa da sua cabeça — Informa.

Pego uma pedra de tamanho médio no chão e lanço na direção do homem, atingindo ele imediatamente. Ouço apenas um "AI!" seguido de um barulho de galhos quebrando, caminho em direção a ele, analisando a folhagem verde do arbusto, tentando encontrar Afton sem tocar nas folhas.

— Apareça. — Ordeno.

— Se não, o que? Vai me dar uma chifrada? — Debocha, saindo engatinhando do arbusto. — Você me acertou, parabéns. Quer um prêmio?

— Não. Quero saber o por que está aqui.

— Não posso falar — Se levanta. — Bom, adorei o papo, já estou caindo fora.

Enquanto William passa por mim rindo de maneira debochada, com um movimento rápido, lanço um chute certeiro atrás do joelho dele, fazendo-o cair de joelhos na grama, sua expressão de surpresa me dá satisfação. Com um sorriso travesso, retiro um canivete do bolso e, segurando-o firmemente entre os dedos, aponto-o em direção ao seu pescoço, como uma ameaça silenciosa.

— Fala logo — Pressiono a lâmina contra seu pescoço utilizando um pouco mais de força.

— Logo — Ironiza.

— Ah, seu filho da... — Sou interrompido.

— Olha, Mamãe! Um casal de homens gays — Uma criança comenta chamando atenção.

— Que deselegante — Ela bufa. — Vocês não tem o que fazer não?! Vão procurar o que fazer, seus vagabundos!

— Nós não somos um... — William dá uma cabeçada em meu queixo depois começa a correr para longe.

𝗖𝗼𝗿𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗲 𝗩𝗶𝗹𝗮̃𝗼 - 𝑹𝒂́𝒅𝒊𝒐𝑨𝒑𝒑𝒍𝒆Where stories live. Discover now