Capítulo 32

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ARÁBIA

Todas as atitudes que Samantha teve ontem me levou a crer que ela está num nível de obsessão maluco por mim, o que não me espanta. De uns dias pra cá a amiga dela sumiu também, não da notícia e nem se quer procura por ela. Tá tudo muito estranho pro meu gosto.

Cheguei na boca e Grilo já estava me esperando na porta, sentado nos tijolos que tinham por ali, fumando um e conversando com os vapor.

- Vida boa essa, hein - desci da moto atraindo a atenção deles.

- Que nada, vida boa é a tua, patrão - Uva disse rindo e continuou zuando o Fumaça.

- Caneta, quero trocar uma ideia rápida contigo - chamei por ele e fui entrando pra minha salinha, sendo seguido.

- Fala, patrão - fechou a porta e me olhou.

- O papo que vou te dar aqui vai ficar só entre nós - ele balançou a cabeça concordando - Lara voltou pro Rio e tenho meus motivos pra preocupar com a segurança dela, então tu vai voltar a fazer teu papel de segurança e motorista, qualquer parada estranha quero que tu entre em contato comigo, ela ainda não sabe, então vou avisar ela e tu começa amanhã, mas fica tranquilo que vai ser bem pago e vai ser temporário - ele escutava tudo atentamente - as únicas pessoas que vão saber disso somos nós dois, Grilo e ela, não quero que isso vaze, inventa uma desculpa quando te perguntarem ou o caralho.

- Certo patrão, vai ter alguém pra revezar comigo?

- Não, vou conversar com ela e tu vai dormir no apartamento dela, caso ela saia de noite e durma fora ai tu vai ter que ficar atividade no plantão, nada que já não esteja acostumado a fazer - sentei na minha mesa e ele ficava de pé - acha que dá conta dessa?

- Claro, pô - assentiu rapidamente.

- Então pode ir descansar hoje o resto do dia, amanha tu começa cedo, tá liberado - ele concordou e saiu quase que correndo da sala, assim que ele saiu Grilo entrou.

- Voltou a ser motorista e segurança da Lara - falei apontando a cabeça pra porta - mas isso vai ficar só entre nós - ele concordou.

- Parece que a reunião vai ser marcada pra sexta-feira - ele deu o papo - a facção proibiu baile em todas as favelas do CV.

- Então eles vão confirmar a qualquer momento - ele me olhou sem entender - amanhã já é sexta, carai.

- E o que tu vai alegar?

- O que aconteceu mermo, a verdade - cocei a cabeça e encostei as costas na cadeira - tava desconfiado dos X9, mas dei corda pra ver até onde eles iam, rolou a invasão e agimos rápido, não temos culpa que o Gusmão foi burro e achou que tinha peito de aço, pegamos ele mermo e estampamos a cabeça dele na porta da boca.

- E a Parada de Lucas?

- Quero aquela favela fudida não, irmão - rosnei - ia deixar ela nas mãos da facção pra ver o que era o melhor a ser feito, mas se eles ficarem com essa putaria de querer devolver pros TCPuta eu vou ficar com ela mermo, é de direito meu, vou reerguer aquela merda e colocar Caneta de frente, só não boto tu porque tenho planos maiores.

- E quais são?

- Isso é papo pra depois, um ou dois anos, não sei ainda - pensei - quero ver qual vai ser o caminho que essa reunião vai tomar pra decidir muitas coisas relacionadas a boca.

- Boto fé - ele sentou no sofazinho ali - e Samantha?

- Tá muito estranha, ontem ela falou umas paradas que meu deixou em alerta - lembrei do seu show - ela tá muito obcecada por mim, preciso que arrumo o contato de uma psicóloga de confiança do comando e da tal de Camilla, que estava fazendo o antigo acompanhamento dela, tô achando que isso tudo não passa de armação mermo.

Entregue à LoucuraNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ