Capítulo 19

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ARÁBIA

Depois que a Samantha foi embora eu prefiro ficar enfurnado na boca do que em casa, lá sem ela é esquisito de mais. O papo é que eu queria que esse momento chegasse mas não estava preparado pra viver uma vida sem aquela maluca.

Não tive nem coragem de ir atrás da Lara, parece que respeito mais a Samantha agora que ela foi embora do que quando ela estava aqui. Proibi baile e pagofunk já tem um tempo, mas o Grilo tá me enchendo o saco pra fazer um domingo agora, aqui na quadra. Ainda não disse nem que sim e nem que não, mas a real é que eu tô precisando distrair a mente, pegar uma cocotinha e voltar a vida ao normal. 

Estava na boca terminando de revisar toda a contabilidade, a boca nunca esteve tão bem administrada e lucrando tanto desde que fico aqui 24 por 48h, nosso lucro ta demais e precisamos comemorar mesmo, e comemoração de bandido é morro lotado, fila indiana de traficante passando em trenzin armado, elas adoram fuzil de luneta. Vou passar um radinho pro Grilo pra ele colar aqui na base pra organizar o pagofunk de amanhã. 

Pego meu celular que estava dentro da gaveta o tempo inteiro que fiquei mexendo com a contabilidade e vejo duas mensagens da Victória, abro nossa conversa e tem uma foto de visualização única e uma mensagem "Não acredito que até hoje não foi atrás dela". Quando abro a imagem é uma foto da Lara de costas só de lingerie de renda rosa, deixando aquela bunda gigante mais destacada, puta que pariu.

"Tá maluca Victória? Me mandando uma foto dessa assim do nada pô? O coração do vagabundo aqui quase que para" - Áudio.

Se antes eu já estava decidido em fazer o pagofunk, agora é que me deu mais vontade.

"Fica nessa ai, que agora ela tá toda gostosa assim pra sair com outro, vacilão" - Áudio Vick.

Filha da puta, vai toda gostosa assim encontrar outro e eu fico aqui só com essa imagem na cabeça, o que faz a cabeça de baixo já começar a dar sinal de vida. 

"Amanhã vai rolar o pagofunk, da seus pulo pra trazer ela" Áudio.

Vick parou de me responder e eu já fiquei na neurose. Todos esses dias evitei entrar em contato com Lara por ser recente minha separação com Samantha, mas não deixei de desejar o corpo dela um dia se quer. Só um pente e rala mermo, mas não vou sossegar até comer ela, se estava assim casado, agora é que posso comer ela sem precisar preocupar com nada.

Grilo chegou morrendo de rir ouvindo um áudio com minha voz, a filha da puta da Victória já mandou pra ele o áudio que falei que vai ter pagofunk amanhã. 

- Me chamou pra acertar os bagui do pagofunk só porque minha mulher te mandou uma foto da Lara de calcinha e sutiã? - riu e sentou no sofázinho da minha sala.

- Qual foi, eu já tinha te chamado antes de ver a foto - passei a mão na cabeça nervoso - mas é isso mermo, amanhã quero a quadra fervendo, os lucros nunca tiveram tão altos como nessas ultimas semanas, vagabundo merece.

- O olho do dono que engorda o gado né caralho - levantou e fez um toque comigo - deixa com o pai aqui que vou organizar tudo.

Grilo saiu da sala e decidi que ia pra casa descansar, papo reto que tem dias que não durmo bem. Preciso comer uma boa comida e dar uma descansada, porque tá foda, e eu não sou de ferro.

Entrei na quadra todo trajado e todos os olhares foram pra mim, Caneta e Fumaça faziam minha segurança e fomos andando até perto do palco improvisado, onde ficava o camarote que mandei improvisar. Grilo e Victória já estava lá, tinha alguns dos vagabundo que trabalhavam pra mim e bastante piranha, mas varri o olho e não achei que eu tava procurando. Conversei um pouco com algumas pessoas e logo me aproximei do casal.

- Cadê tua amiga, não falei pra tu da um jeito de trazer ela? - perguntei pra Vick que começou a rir.

- Ficou assim depois daquela foto né, porque antes nem procurar a garota tu procurou - me puxou pra um abraço - oi pra você também.

Grilo só sabia rir, depois que começou a namorar com essa doida aqui ficou bobo.

- Fecha a boca Grilo, sou dentista não - ele me mostrou dedo e voltei a atenção pra sua mulher - eai minha filha, cadê sua amiga.

- Diz ela  que já ta vindo, tava terminando de arrumar ainda - bebeu um gole do seu copo e me olhou por cima - chegou muito tarde do encontro ontem e acabou perdendo a hora.

Só balancei a cabeça positivamente, se eu desse ouvidos pra essa louca quem ia acabar ficando louco era eu. Fiquei na minha curtindo o pagode até ser cutucada.

- Lara chegou, tá la na barreira.

- E eu com isso Victória?

- Vai lá buscar ela né.

Chamei Caneta e Fumaça e eles desceram comigo até o pé do morro, cada um em uma moto. Quando chegamos lá encontramos a bonita tentando convencer um dos meninos novatos a deixar ela subir.

- Libera ai Tortinho, ela tá comigo - falei sentado na moto e os dois me olharam, ela arqueou uma sobrancelha e ele liberou a entrada dela.

- Foi mal chefe.

- Tá suave, tá certinho, é assim mermo que tem que fazer - fiz joinha com a mão - bora Lara, sobe aqui na garupa logo. 

Ela veio meio desconfiada e me cumprimentou dando um beijo na bochecha, puxei ela pra um meio abraço e senti o cheiro gostoso vindo dela, gostosa e cheirosa, puta que pariu viu. Subiu na garupa da minha moto sem falar nada e levei ela até a quadra.

Entramos na quadra e o pagode tava rolando, tentei pegar a mão dela mas ela não deixou, então deixei por isso mesmo e fui entrando até o camarote.

Ela cumprimentou Vick e Grilo, e ficou por ali, me ignorando.

- Vai me agradecer não? - falei em seu ouvido fazendo com que ela desse um mini pulinho com o susto, tentando disfarçar enquanto os pombinhos riam. 

Oh casalzinho insuportável viu.

- Claro, Arábia! Muito Obrigada! - se virou pra mim dando um meio sorriso.

- A seu dispor, fica a vontade ai - falei e sai um pouco de perto deixando ela a vontade.

Já tinha passado umas horas, pagode e bebida rolando solto, a filha da puta já estava soltinha e só trocando uns olhares comigo, tô me controlando pra não agarrar ela aqui mesmo e fazer tudo que tô pensando faz tempo. 

Ela começou a requebrar ao lado de Victória, fui chegando de mansinho e ficando atrás dela, dando um espaço pequeno entre nossos corpos, mas o suficiente pra não ter nenhum contato e não deixar ela desconfortável.

Quando foi prender seu cabelo em um coque em cima da cabeça, cheguei mais próximo pra falar no seu ouvido.

- Não me queria antes porque eu era casado, e agora que tô livre, leve e solto? - ela se virou me olhando com um sorriso divertido nos lábios.

- Porque não tenta a sorte e fica me perseguindo igual fazia quando era casado? - piscou - parece que só tinha tesão porque era impossível de rolar - balançou a cabeça negativamente devagar e deu um sorriso sem mostrar os dentes.

- Tu é gostosa demais, puta que pariu - puxei sua cintura com uma mão e coloquei o copo que estava na outra em cima da mesa, deixando ela livre pra pegar no seu cabelo - mas não quero saber, hoje tu é minha e vai terminar a noite comigo, na cama.

Dei um beijo em sua boca que de início foi tímido, mas logo ela se soltou e começou a me beijar com mais vontade, na verdade com a mesma vontade que eu estava.

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Uma dúvida meninas, vocês preferem narração do Arábia ou da Lara?

Entregue à LoucuraOnde histórias criam vida. Descubra agora