NARRADORA ON.

A escuridão envolveu sua mente, o calor da raiva queimava em suas veias como lava fluindo de um vulcão adormecido há séculos. Cada batida do coração era um trovão retumbante, ecoando sua fúria pelos recantos mais profundos de sua alma atormentada. Seu corpo tremia com a intensidade de sua ira, seus punhos cerrados como garras prontas para dilacerar qualquer obstáculo em seu caminho.

Mas sob toda essa ira fervente, um medo profundo e lancinante o consumia. Seu coração, uma vez tão impetuoso e confiante, agora estava envolto em um nevoeiro gelado de angústia. Sua amada, sua luz no meio das sombras, havia sido arrancada de seus braços por mãos cruéis e impiedosas.

Ele faria qualquer coisa, sacrificaria tudo, para trazê-la de volta. Cada pensamento, cada fibra de seu ser estava concentrada em encontrar o monstro que ousara machucá-la. E se alguém ousasse cruzar seu caminho, sentiria a ira de mil sóis queimando em seu olhar.

Mas por trás da máscara de raiva, havia um oceano de dor e desespero. Cada respiração era um gemido de agonia, cada passo era um grito silencioso de tormento. Ele não sabia se conseguiria suportar a ideia de perdê-la para sempre, se a esperança se esvaísse como areia entre seus dedos calejados.

Ele era um homem possuído pela fúria, mas também um homem quebrado pela dor. E no turbilhão de emoções que o consumia, só havia uma certeza: ele faria o impossível para trazer de volta a única luz em meio à escuridão de sua existência.

As paredes do porão ecoavam com o som de seus passos pesados, um ritmo cadenciado que refletia a tempestade dentro de sua alma. Seu coração batia como um tambor selvagem, cada batida uma lembrança dolorosa da ausência de Ivy. Suas mãos, normalmente firmes e seguras, tremiam como folhas ao vento, incapazes de conter a torrente de emoções que o consumia.

Ao abrir o armário, seus olhos fixaram-se nas armas, relíquias sombrias de um passado que ele tentava enterrar sob camadas de dor e desespero. Mas agora, diante da angústia insuportável de ter Ivy longe de seus braços, ele se viu alcançando-as como um náufrago se agarra a um pedaço de madeira flutuante no mar tempestuoso.

Cada movimento era impulsionado pela raiva, uma raiva que ardia em sua alma como brasas incandescentes. As vozes em sua cabeça sussurravam palavras destrutivas, alimentando o furacão que rugia dentro dele. "Ivy", ele murmurava entre dentes cerrados, o nome dela uma invocação desesperada, um grito de guerra em meio à batalha que travava consigo mesmo.

Enquanto segurava as armas, uma em cada mão, ele sentia o peso do mundo sobre seus ombros, a pressão insuportável de uma vida sem sentido sem a presença dela ao seu lado. Cada fibra de seu ser clamava por vingança, clamava por justiça, clamava por Ivy.

Mas no fundo de sua alma, uma voz sussurrava em meio ao caos, uma voz frágil e distante que lutava para ser ouvida. Era a voz de Ivy, suave como uma brisa noturna, lembrando-o do amor que compartilhavam, do vínculo que transcendia a dor e o desespero.

Com um suspiro pesado, ele fechou os olhos por um momento, deixando as armas escorregarem de suas mãos trêmulas. A tempestade dentro dele ainda rugia, mas agora havia um lampejo de calma no olho do furacão. Ivy estava lá, em algum lugar no horizonte sombrio, e ele faria qualquer coisa para trazê-la de volta.

O impacto da realidade golpeou como um trovão, dilacerando as ilusões que ele construíra em sua mente atormentada. Ivy não estava ali. Era tudo uma miragem, uma projeção distorcida de sua própria angústia.

A raiva, agora desprovida de seu alvo, tornou-se uma fera enjaulada, selvagem e descontrolada. Ele golpeava tudo ao seu redor, os punhos colidindo com objetos inanimados, a dor física um eco fraco da tormenta que rugia dentro dele.

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