Capítulo 29

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                     Sentados na grama, saboreando uvas e doces, estavam Álvaro e Clarisse a lembrar de suas vidas antes dos últimos acontecimentos.





         - E quem diria, você seria coroada a rainha da festa da uva! Pena eu ter estragado o momento com tamanha distração.
         - Não estragou nada! Eu só fiquei preocupada, afinal, perdi meu dinheiro ali.
         - Acabou recuperando outra vez, com mais trabalho. Ainda sinto-me culpado!
         - Não vamos mais falar disso, já passou. De alguma forma tudo foi bonito naquele dia... Uma pena não ter mais momentos assim.
         - Refere-se à Bela?
         - Perdoe-me, eu não queria tocar no assunto....
         - Sabe, às vezes penso nela, e em como deve estar.
         - Também penso... Como eu queria ter notícias! Até hoje não me conformo que não partiram por minha culpa.
         - Ei, nunca mais repita isso, Clarisse! Jamais teve culpa de algo, foi... Coisa do destino mesmo, da vida, talvez não fosse pata dar certo.






                      Álvaro se aproximou e levantou o rosto de Clarisse que estava abaixado, olhando-a nos olhos.







         - Se fosse para tirá-la daquela casa, impedindo-a de ficar ali até o desabamento, e levá-la em segurança até dona Adelaide, eu faria quantas vezes fosse preciso. Jamais a deixaria na dor e no sofrimento, Clarisse.
         - Não se arrepende? Poderia estar longe agora...
         - Não repita isso! Eu estou bem, e feliz. Torço para que de alguma forma a Bela também esteja. Não pense mais nisso!   - Ele acariciou o rosto da moça.
         - Sempre fomos tão amigos, odiaria ser o motivo para a infelicidade de ambos.
         - Nunca foi, jamais será. És tão doce, Clarisse...  - Ele se aproximou olhando-a nos olhos.  - Tão doce, tão boa...
         - Eu acho que está na hora de voltar! Sabe, eu disse que viria, mas não queria demorar muito. Não quero deixar dona Adelaide muito tempo sozinha, e ainda quero visitar o túmulo de minha mãe.   - Disse ela levantando-se rapidamente.
         - Claro!   - Álvaro ficou sem jeito, tentando entender o que havia ali.   - É melhor irmos então... Vamos recolher estas coisas.


















                    Dara e Benjamim retornaram a casa grande, e sentaram-se no jardim para comerem guloseimas e conversarem. Da janela da casa, Magda os observava, e chamou uma empregada que acabava de entrar.





         - Ei, você! Foi servir refrescos ao Benjamim. Por acaso ouviu o que conversavam?
         - Não, senhora! Eu apenas os servi e voltei para fazer meu serviço.
         - E o que achaste da menina?   - Perguntou ela sem tirar os olhos da janela.
         - Menina?
         - Sim! O que achaste da menina que está com o meu filho?
         - É bonita como uma flor! E muito educada também! Seu Benjamim parece gostar de tua companhia, até os vi correndo pela fazenda.
         - É... Ele parece gostar até demais para o meu gosto, isso será um problema.
         - O que quis dizer, senhora?
         - Nada! Volte ao seu trabalho e esqueça o que lhe perguntei.
         - Sim, senhora! Com licença!







                     Magda saiu da janela e sentou-se no sofá refletindo sobre o que fez quando permitiu que Dara fosse até a sua casa.






                     Benjamim contava histórias que viveu, e trocava boas risadas com Dara, que o ouvia atenta. Falavam sem ver o tempo passar, e Benjamim já não conseguia esconder a felicidade de ter a moça ali.





O Amor e o TempoWhere stories live. Discover now