Os senhores barões da casa grande, saíam na companhia dos três filhos para a missa. Entraram na carruagem, se acomodaram, e partiram rumo a celebração de domingo.
- Lembraram-se de pegar os terços, sim?
- Claro, mamãe! - Respondeu Bela.
- É muito importante mostrarmos o quanto somos católicos. A aparência religiosa, faz de nós todos mais admiráveis pelo povo.
- Mas eu sou religiosa, não é só uma aparência.
- Todos somos, e quanto mais mostrar-mos isso, será melhor!- Será que a missa vai demorar muito?
- É a missa de domingo, meu filho. Claro que sim!
- Se demorar muito, poderei sentir-me sufocado dentro da igreja.
- Benjamim, o que é isso? Sente-se mal desde já? Pois nunca reclamou da demora da missa.
- Apenas fiz um comentário, minha mãe. Até o momento, sinto-me bem.O Barão ajeitou a gravata e deu um tosse rouca.
- Eu agradeceria se fizéssemos o caminho até a igreja em silêncio.
Apressando-se para sair, a baronesa de Assunção seguiu para fora de sua casa. A mesma deparou-se com Álvaro, que já a esperava, encostado na carruagem.
- Álvaro, hoje me atrasei um pouco! Mas que bom que já está pronto.
- Pronto para levar a baronesa onde desejar, neste caso, levá-la para a missa de domingo.
- Sim, agradeço seu desempenho! Hoje estarão todos por lá, nobres ou não.
- Eu bem sei disso, senhora. - Ele abriu a porta para que ela pudesse entrar e se acomodar.
- Grata! - Disse após ele a ajudar a subir. Ela se sentou.
- Estás pronta para partir? Prometo ser rápido.
- Vamos agora mesmo, Álvaro!E assim Álvaro partiu com a carruagem da baronesa. Tentou ser rápido, com vontade de chegar logo, compensando assim o atraso da patroa.
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Iniciou-se a missa, e a igreja estava dividida. De um lado os nobres, grandes nomes, e do outro, as pessoas mais humildes do povoado. Assistiram a procissão de entrada, algumas palavras do padre, e voltaram a se sentar.
Na metade da missa, o filho do meio dos barões de Camposul queixou-se de um mal estar já previsto.
- Não me sinto bem, está muito quente aqui dentro. - Disse Benjamim para a mãe.
- Quente? O clima está igual aos outros dias!
- Por favor, deixe-me sair, preciso tomar um pouco de ar.
- O seu pai não vai gostar nada disso, Benjamim.
- Por favor, mamãe!
- Está bem... Vá, mas não demore. Saia pela lateral para não chamar atenção dos outros.
- Prometo ser breve! - Ele fez como a mãe permitiu.- Para onde foi o nosso filho, Magda? - Alfredo cochichou.
- Sentiu-se mal, permiti que fosse tomar um ar.
- Detesto que saia no meio da celebração, deveria me consultar antes de permitir tal ato.
- Desculpe-me, meu marido. Ele prometeu ser breve.
- Conversaremos sobre isso depois. Concentre-se!
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O Amor e o Tempo
Historical FictionNo século XIX, em Camposul (cidade fictícia), Isabela Cavalcanti Grecco usa um véu cobrindo seu rosto por 18 anos, para cumprir uma promessa feita pelos pais, que a dedicaram a Nossa Senhora, e a igreja católica, para agradecer a vida de prosperidad...