Capítulo 5

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                       A família Cavalcanti Grecco estava reunida em um café da manhã caprichado. O assunto ainda era a festa da noite passada, e o quanto o anúncio do casamento de Bela mexeu com os convidados. Entretanto, a mocinha pensava somente em Álvaro, e no que ele estaria a pensar sobre ela.



         - A festa de ontem foi maravilhosa! Todos só queriam saber do teu casamento, Bela.
         - Eu imagino, meu pai.
         - Estás vendo? Será um evento jamais visto outra vez em Camposul.
         - Pois não entendo... Com tanto para se preocupar, as pessoas preferem ficar atrás do casamento de uma desconhecida.
         - Desconhecida não! Tu és minha filha, e praticamente a santa deste lugar.


         - O importante é que ontem ocorreu tudo bem, Alfredo. Tu não tiveste nenhuma decepção. - Magda falou enquanto mexia a xícara de café, e olhou fixamente para Benjamim, que por vergonha abaixou a cabeça e continuou a comer em silêncio.
         - Realmente, ontem foi melhor do que esperei que fosse. Eu agradeço o empenho de todos vocês!

         - Benício, e Benjamim, terminem o café da manhã de vocês para irem para a escola, eu mesma irei levá-los.
         - Você vai com eles, Bela?
         - Sim, meu pai. Eu tenho que ir até a igreja, já é caminho.
         - Certo!


         - Já terminei, Bela! E meus livros já estão em cima da mesinha, só tenho que pegar antes de sair.
         - Que bom, meu amor! Já é hora de irmos mesmo. Já terminaste, Benjamim?
         - Já sim.  - Ele respondeu.
         - Terminem de se arrumar, e pegar o que falta. Estarei esperando na carruagem.


                   Bela e os garotos se despediram dos pais, e seguiram seus caminhos. O Barão foi para o escritório, enquanto a Baronesa seguiu terminando seu café na companhia da sua serva Bila.

         - Senhora, permita-me lhe perguntar algo?
         - Sim, Bila.
         - O jovem Benjamim, o que acontecerá com ele?
         - Deus queira que o Alfredo jamais saiba em que estado o Benjamim estava ontem. Aliás, vamos esquecer, sim?
         - Pode deixar, não toco mais nesse assunto.
          - Ótimo! Eu vou fazer o meu tricô para ter um sossego, não me incomode, a não ser que o Alfredo chame por mim.
         - Sim, senhora.















                   Adelaide, mais conhecida como a saudosa Baronesa de Assunção também terminava o café da manhã em sua fazenda.

         - Deseja mais alguma coisa, senhora?
         - Não Luzia, estou satisfeita, obrigada! Mas... Que cheiro é esse?
         - Ai meu Deus, o pão que deixei no forno!    - A empregada correu para a cozinha, e a Baronesa foi atrás.
         - Menina, essa cozinha está pura fumaça!
         - Perdão Baronesa, aliás, mil perdões! Mas é que estou tão atarefada que tenho que cuidar da casa, e ainda da cozinha.
         - É... Eu sei que desde que a Zenaide foi embora que você não para quieta. Olha, eu vou tentar encontrar uma outra empregada o mais rápido possível! Mas você também deve entender que não é tão simples encontrar alguém de confiança, e que faça as coisas de modo que me agrade.
         - Eu sei, senhora. Mas que tal comprar uma escrava? Facilitaria muito.
         - Isso vai contra os meus princípios, você sabe.
         - Mas a fazenda do Barão Alfredo só cresce a cada dia, e lá é cheio de cativos. Ouvir dizer que a dona Magda tem muitas servas para ela, dia e noite.
         - E se você não se calar, se tornará uma delas.
         - Perdão, senhora... Outra vez.
         - Certo, limpe a bagunça dessa cozinha, depois tire a mesa de café da manhã. Prometo conseguir uma outra empregada rápido.









O Amor e o TempoWhere stories live. Discover now