Capítulo 28

6 2 0
                                    














                       Portugal amanheceu com um sol brilhante. As flores estavam mais chamativas no jardim, e a luz do dia invadia a mesa de café da manhã através das janelas.




         - Esses pães doces estão ótimos!
         - Cornélia é ótima cozinheira! Quando estive em sua casa, a comida também era muito boa.
         - Sim... Temos ótimas cozinheiras também!
         - Sabe o que eu estava pensando? Mudando completamente de assunto.   - Risos.
         - Fala, pode falar.
         - Sobre a decoração da casa... Talvez não esteja do seu gosto, pode atrapalhar no seu processo de adaptação. Ouça, se quiser mudar algo, ou talvez... Tudo... Fique à vontade! Pode decorar do seu gosto.
         - É muita gentileza sua, mas jamais tocaria nas coisas dos seus pais.
         - Existe sótão para isso! Essa casa é nossa, minha e sua. És a senhora de Alcântara Xavier agora, decore do seu jeito, tem permissão!
         - Confesso que gostei muito, sempre imaginei como seria a minha casa. Obrigada, Heitor!
         - Ah, é o mínimo...
         - Pedirei ajuda para a Bila, ela me conhece desde menina.
         - Bila... Era uma cativa da fazenda dos seus pais, certo?
         - Conhecida como mucama da minha mãe. Foi... Um presente, minha mãe quis que ela viesse comigo.
         - Então ela é sua escrava?
         - Não a vejo assim. Não conversamos sobre isto, mas assim que estiver mais certa de mim, darei uma escolha para Bila. Ela poderá trabalhar para mim e receber para isso, ou quando voltarmos ao Brasil, posso dar-lhe a alforria.
         - Isso será ótimo! Me admira.
         - Heitor... Eu era chamada de santa em Camposul. Que santa essa é a favor de tamanho pecado? A escravidão, é o maior pecado da humanidade. Pergunto-me se haverá algo pior.
         - Esperamos que não!   - Ele deu um sorriso de canto.   - Então peça ajuda para ela, e mude o que quiser, e como quiser.
         - Será um ótimo passatempo!
         - Quer saber outro? Um passeio! O que me diz de acompanhar-me em um passeio pela cidade?
         - Um passeio? Ah, será ótimo! Mas e a fábrica?
         - Um homem recém casado merece um dia de folga, sim?   - Risos.   - Termine o seu café, arrume-se, e sairemos.












...









                        Alfredo preparava-se para sair em viagens. Beijou a testa dos filhos e a mão da esposa, depois ditou suas ordens aos dois garotos.




         - Não pensem que ficarei fora por muito tempo, e mesmo assim não façam bagunça, não aprontem, obedeçam sua mãe! Cuidem dela, e aprendam a ser responsáveis, principalmente tu, Benjamim... Chega de sair e passar horas e mais horas fora de casa!
         - Tomarei conta da mamãe, meu pai! Vá tranquilo. Ficaremos todos bem!
         - Que assim seja! Até logo, meus filhos, e minha esposa.   - Alfredo saiu da casa, e entrou na carruagem para partir.





         - Mamãe, posso brincar pelo jardim?   - Perguntou Benício.
         - Claro, bambino! E você, Benjamim... Trará a moça para cá?
         - Mandarei a carruagem buscá-la agora mesmo!   - Respondeu ele com um sorriso.
         - Pedirei para prepararem algumas coisas para recebê-la, sim? Vá se arrumar tranquilo!


                      Benjamim mal acreditava na gentileza de sua mãe com Dara, e saiu sorridente da sala para vestir-se bem, mas sua mãe em seus pensamentos altos indagou-se para ela mesma.





O Amor e o TempoWhere stories live. Discover now