Capítulo 23 - Reluzente como ouro

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A primeira coisa que ele viu foi o sangue jogado no piso, as paredes escorriam o líquido carmesim que jorrava da traqueia do homem que vestia uma grossa batina, a garota a sua frente estava com suas vestes rasgadas e um olhar vazio. O cheiro era nauseante e o machado em sua mão pesado, foram necessários muitos balançares para cortar a cabeça de todos, somente havia corpos jogados naquele salão.

Os batimentos cardíacos do garoto eram audíveis, e os olhos dele ardiam, provavelmente ele chorou a cada golpe, ódio, e repulsa, os gemidos que ecoaram agora jaziam no crânio do garoto, ele matou todos eles, ouviu os gritos de todos eles, mas porque os gemidos e gritos dela ainda eram audíveis?

Guilgamesh girou a moeda em seus dedos, o dourado sujo do guinel dançava por entre as falanges, a fina fumaça dos minérios de sexiona causavam efeitos alucinógenos no homem, mantendo seu ardor ainda vivido mesmo após ter passado uma noite inteira em prazeres.

A mulher jogada a cama ria enquanto tragava o ópio trazido pelo general, os cabelos lisos e negros e olhos azuis marcados pelas sombras encaravam a grande cicatriz nas costas de Guilgamesh.

— Dia ruim? — A voz aveludada da mulher escorre por entre seus lábios carnudos e vermelhos.

— Achei que não se importava com a rotina de seus clientes. — Guilgamesh debocha apertando a moeda em sua mão.

— Tanto eu quanto voce sabemos que oque temos e um pouco mais especial. — Ela pressiona os seios desnudos contra as costas do general.

— Aquele nobre ficaria bem triste se escutasse você falar isso. — O general ri.

— Hum... — Ela se levanta. — Ele e um bom homem, paga sempre guineis extras a cada noite, mas infelizmente seus dotes. — Ela admira o membro do general com um olhar afiado. — Não são tão incríveis.

Ela se senta em uma cadeira próxima à porta recolhendo um copo de madeira e uma garrafa fechada que mesmo assim liberava um forte cheiro de álcool.

— Mas se permite essa mera prostituta fazer perguntas. — Ela sorri. — Qual seria o motivo para essa visita tão repentina? Geralmente você não pede sexiona só quando está irritado com algo.

Irritado, era visível o descontentamento de Guilgamesh o que faz ele pensar sobre ontem após o julgamento de Behemmot e Nochto, todo o desfecho não entrava na mente do jovem general, o que só o irritava mais ainda.

O julgamento de Behemmot se seguiu horas depois do de Nochto, o general já esperava o pior e não ligava para caso ele sofresse pena máxima por traição Alicia ficaria bem com Marry e Nochto estava em boas mãos com Biakko, ele ensinou o básico de esgrima para o garoto então cabia a seu colega refinar as habilidades de Nochto.

Os portões da sala de conferência dos generais era uma visão familiar para Behemmot porem passar eles usando as correntes de salomão era algo novo, o som estridente do abrir de portas apresentava o salão com todos os generais sentados, Guilgamesh possuía um olhar de julgamento ao ver a situação em que estava Behemmot, enquanto Babel se apoiava a mesa circular, Banshee recolhia uma xícara de chá em silêncio enquanto Biakko bocejava, Tiamath limpava as lentes de seus óculos e Leviatan estava claramente incomodada ao ver a situação em que estava o general que ela tanto respeitava.

Seraphin que acompanhou Behemmot todo o caminho, tinha um sorriso nervoso em seu rosto ou encara as pupilas pratas reluzentes de Anastasia que se apoiava em sua cadeira com um rosto serio.

— Como todos estão cientes. — Anastasia fala em alto e bom som. — Eu não irei repetir-me, seguimos então com o debate sobre a condenação de Leonidas Ishtalika von Estoria, vulgo general Behemmot. — Ela para por um segundo e suspira. — Irmão do imperador Ares Demonbane von Estoria.

Demônios na TempestadeOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz