Capítulo 4 - Fagulha do Caos

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O som ecoou por todo o distrito, uma grande explosão que destruiu completamente toda a parte oeste da muralha, os escombros são projetados com força em direção as casas das famílias que acordam no meio da noite desnorteadas com o pandemônio que se instaurou inesperadamente. Algumas mal conseguiram reagir antes que um grande bloco de concreto acertasse suas casas, esmagando toda e qualquer chance de sobrevivência. O rugido da quebra ecoou voando todo o caminho até os ouvidos de Mordred que se assusta com a situação repentina, Moira que tentava fazer seu filho dormir cessou sua serenata com o a situação emergencial.

— Mas que diabos! — Mordred corre em direção a explosão, somente para se deparar com uma cena que poderia ser descrita como o mais puro caos.

Inúmeras casas destruídas pelos escombros, fogo e ferro retorcido, os gritos dos civis que corriam desesperados devido à chuva de concreto que caia sobre suas cabeças. Uma criança chorava próximo ao corpo de sua mãe que teve sua cabeça esmagada por um dos destroços.

Mordred tentava manter as pessoas em ordem para que ninguém se ferisse mais do que já estavam, porém com o grito estridente e distorcido que escorria para fora da fissura na muralha fez todos pararem por um segundo. O barulho se tornou silêncio, um silêncio desconfortável que era pressagio para algo pior, Mordred cerrou o machado em sua mão preparado para a batalha, e no meio da névoa de poeira, uma silhueta corria desajeitadamente.

— SOCORRO, ALGUÉM! — Um homem corria para longe da fissura desesperadamente, para tropeçar em si.

Mordred corre na direção do homem, porém não chega a tempo, o moribundo é puxado fortemente em direção da névoa e os gritos dele, junto a sinfonia de ossos quebrando e carne sendo rasgada, fazia o estomago de Mordred se revirar. Todos ficavam parados escutando os sons sinistros de algo que consumia o homem. Depois de alguns minutos os gritos desesperados do homem parou e passos pesados eram audíveis de dentro da névoa, Mordred entrou em posição de batalha, porém suando frio, ele estava receoso.

Gradualmente uma figura retorcida pula para fora da névoa, um ser com o corpo negro como carvão, as veias pulavam para fora pulsando em uma cor avermelhada, era como um morto vivo com uma boca repleta de dentes disformes que pulavam para fora de sua boca. A criatura se mexia desengonçadamente, tendo espasmo frequentes, balançando sua cabeça para todos os lados, os olhos vazios da criatura olhavam para todos os cantos, as unhas afiadas como adagas faziam um calafrio percorrer a espinha de Mordred. E então mais um, dois, três, pela deusa... Eram centenas, a criatura para por um tempo balançando sua cabeça, então encara Mordred por alguns segundos em silêncio.

Ele por sua vez começa a recuar lentamente dando sinais para as pessoas não se moverem de forma muito brusca, porém ele não tinha poder para manter todos calmos, e a situação escorre de suas mãos. Uma mulher, talvez extremamente instável ao se encontrar nessa situação desesperadora, não conseguia mais segurar, afinal, como poderia se manter calma ao ficar de frente com tal visão infernal?

Ela começa a gritar a todos os pulmões e o que se torna uma fagulha como um estalo faz toda a situação desmoronar, todos os outros que estavam instáveis cedem para o medo gritando e correndo para todos os lados.

E com a mudança brusca de ação das pessoas que estão a sua frente, as criaturas respondem à altura, rugindo um som estridente e agudo que faz os ouvidos de Mordred zumbir.

Sem dar muito espaço ao homem, os demônios correm em direção as pessoas com suas presas e garras prontas para matar todos os presentes.

— MAS QUE MERDA! — Mordred urra em direção as criaturas, levantando seu machado.

Ele corre em direção ao exército demoníaco girando sua lâmina em direção ao rosto de uma das criaturas a sua frente, o golpe acerta precisamente o maxilar da criatura esmagando-o com a força do balanço de Mordred. O demônio é projetado para cima e Mordred segura o calcanhar da criatura girando ela na direção de outros demônios, os jogando em direção aos escombros de uma casa.

Demônios na TempestadeWhere stories live. Discover now