Capítulo 22 - O imperador.

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Há muito tempo, quando os homens começaram a andar sobre a terra, forjados pelo sangue do grande arquiteto, três se levantaram, e três se separaram. O primeiro possuía grandes chifres e uma mente serena ele que carregava em seu sangue uma energia espiritual sendo Q'alsin a primeira Sylphide. O segundo, seu grande robusto corpo, carregava o poder dos guerreiros seu braço forte movia montanhas e seus punhos abria a terra sendo Aslan o primeiro Kalti. O terceiro possuía grande engenhosidade, sendo o mais fraco dos outros pois seu poder jazia em seu intelecto e adaptabilidade foi o primeiro a forjar seu império e o primeiro a criar as palavras que mais tarde foram conhecidas como sigilos.

No alto de uma colina ele fez seu trono e seu reino naturalmente se formou ao seu redor, seus cabelos longos e negros escondiam os olhos do monarca, diziam que através deles ele via a verdade oculta nas coisas, tudo era lógica e da lógica tudo era criado, dos três foi essa frágil criatura o primeiro a conhecer seu pai, mesmo a luz do esplendor do Arquiteto não era nada mais que lógica para o rei. Que ao descobrir o motivo de sua existência não pode sentir nada mais que

Desapontamento.

"ᛊᚢᚨ ᛞᛁᚢᛁᚾᛞᚨᛞᛖ ᛗᛖᚾᛏᛖ"

O rei queria algo mais, ele queria um propósito, para ele sua existência era mais do que uma simples casualidade do trabalho do grande Arquiteto. O rei lutou contra sua existência e começou a procurar em todo o mundo uma resposta, porém os olhos especiais do homem não viam nada além de desespero, fazendo com que lentamente sucumbisse a loucura.

E em sua fragilidade ele descobriu sua resposta, no ventre da terra em uma urna lacrada pela mão do divino, seu propósito se apresentava em turva energia negra. Aquilo aos olhos do monarca era salvação.

"ᚨ ᚢᛖᚱᛞᚨᛞᛖ ᛈᛖᛚᛟᛊ ᛟᛚᚺᛟᛊ ᛞᚨ ᛖᛊᚲᚢᛖᚲᛁᛞᚨ"

Com o passar dos anos ele estudou e se aprofundou a aprender mais sobre a energia que descobriu, seus dois irmãos Q'alsin e Aslan temiam por ele, eles não se davam ao luxo de duvidar de seu propósito e não pensavam profundamente nisso, eles estavam satisfeitos em apenas viver sobre as asas do Arquiteto e usufruir do Éden.

"ᛏᛟᛚᛟᛊ, ᛏᛟᛞᛟᛊ ᛖᛚᛖᛊ ᚲᚢᛖ ᚨᚲᛖᛁᛏᚨᛗ ᛊᚢᚨ ᛁᚷᚾᛟᚱÂᚾᚲᛟᚨ"

O rei sofria pelos seus irmãos, ele não conseguia entender porque se contentar com a ignorância, e por eles ele se aprofundou ainda mais em suas pesquisas.

Mas o Arquiteto acabou percebendo, duvidar do divino aos olhos do grande ser não era nada mais do que blasfêmia e não demorou muito para seu filho ser julgado, pela mão do divino seu reino caiu, suas crias foram consumidas pela ignorância e o rei não podia sentir mais nada a não ser ódio pelo seu pai.

"ᛖᛚᚨ ᛖᛊᛏᚨᚢᚨ ᚲᛖᚱᛏᚨ ᛞᛖᛊᛞᛖ ᛟ ᛁᚾᛁᚲᛟ ᛊᛖᛗᛈᚱᛖ ᛖᛊᛏᛖᚢᛖ"

Em um impulso de fúria ele declarou guerra contra o grande ser divino, armado do poder negro que conseguiu. A luta durou 100 anos, e no último dia o rei sucumbiu ante o Arquiteto, o deus trancou sua cria, no canto mais escuro do vácuo preso com correntes que nunca o soltarão, e uma grande espada atravessando seu coração impedindo-o de exercer qualquer energia, sua prisão o manteria em sofrimento eterno, esse era o julgamento do Arquiteto ante de seu filho inconsequente.

"ᛗᛖᛊᛗᛟ ᛁᛊᛊᛟ ᚠᛟᛁ ᚾᚨᛞᚨ ᚲᛟᛗᛈᚨᚱᚨᛞᛟ ᚨ ᛏᚱᚨᛁÇÃᛟ ᚲᚢᛖ ᚠᛖᛉ ᚨ ᛖᛚᚨ"

No fundo do vazio, as estrelas não se davam o luxo de brilhar fazendo assim uma prisão escura e sem vida, o lodo escorria perante as correntes e o homem se mantinha preso na borda do universo, suas mãos pregadas ao chão com estacas de Orichalcun as correntes presas em seus braços e pernas o impediam de puxar a grande espada que impiedosamente rasgava seu peito perfurando seu coração fazendo seu sangue negro escorrer por entre seu peito desnudo.

Demônios na TempestadeWhere stories live. Discover now