Mais um dia normal

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Maya, com uma expressão de descrença, rapidamente balançou a cabeça.

- Ah, não - ela insistiu, seus olhos faiscando com determinação. - A casa é minha e você não vai pagar nada. Pode ajudar nas despesas da casa, mas me recuso a receber o aluguel.

Sam, surpresa pela firmeza de Maia, apenas assentiu. Nesse momento, ela escutou um choro dengoso e foi até o quarto buscar Alice. Então, brincando com a pequena, a trocou, penteou seus cabelos cacheados e a levou para a sala.

— Diga oi para a tia Maya e a tia Ericka - Sam balançou as mãozinhas de Alice enquanto falava com um tom mais suave.

- Deixa eu dar mamadeira pra essa bonequinha linda! - Ericka pegou Alice e deixou Sam e Maya sozinhas.

- Tá, tudo bem, então - Sam concordou com Maya, um sorriso terno em seus lábios, mas conversa foi abruptamente interrompida pelo som da campainha.

- Ah, ele chegou - anunciou Sam, levantando-se para ir até a porta.

- Eu vou recebê-lo, vai dar uma olhada nas meninas - Maya falou, levantando e passando a mão nos cabelos, depois, com excitação nos olhos, saiu correndo da sala.

- É, ela se apaixonou mesmo, hein? - Éricka comentou, rindo. - Prontinho, agora vamos arrotar porque senão vamos regurgitar!

- Ah, não, meu irmão... - Sam tentou falar, mas foi interrompida.

- Relaxa - Éricka respondeu, com um sorriso irônico. - Maya é uma menina de ouro.

Quando chegaram à porta, encontraram Cássio, tentando se esquivar das investidas de Maya. Com um olhar aliviado, ele se afastou da mulher e se aproximou de Sam.

- Ah, aí está você - disse ele, abraçando Sam calorosamente. Ele então se inclinou para dar um beijo na filha. - Como senti sua falta garotinha.

Alice riu para ele, claramente encantada com a atenção do pai. Ela esticou os bracinhos pequenos, querendo seu colo.

- Ela dormiu como um anjinho, mas sentiu a sua falta - Sam informou, passando a mão pelos cabelos da menina.

Cássio olhou para Sam, um sorriso cansado, mas satisfeito, no rosto.

- E você, como está? - ele perguntou.

- Tudo bem - Sam respondeu, um sorriso tranquilo em seu rosto. - Dormi como há muito tempo eu não dormia...

Com uma expressão de alivio sincero, Cássio sorriu e estendeu a mão para ela.

- Vamos para casa, muito obrigado, meninas - disse ele para as duas. - Nunca vou esquecer o que fizeram por minha irmã.

Sam, no entanto, balançou a cabeça, e sorrindo, se afastou de Cássio, aproximando-se mais das garotas.

- Não, eu não vou - disse ela. - Vou ficar aqui.

Cássio a olhou, surpreso.

- Como não? - ele perguntou, confuso.

- As meninas me chamaram para morar aqui - explicou Sam, seu sorriso se alargando.

Cássio piscou, surpreso.

- Ah, é? - ele perguntou, levantando uma sobrancelha. - Será que podemos conversar a sós?

- Claro - concordou Sam, acenando para as meninas, que entenderam o recado e saíram da sala, aos sorrisos e cochichos.

Quando estavam sozinhos, Cássio se virou para Sam com seriedade e dúvidas.

- Você está louca? - ele perguntou baixinho, sua voz preocupada. - Como pode ficar na casa de duas desconhecidas?

- Não se preocupe, eu não sou mais aquela garotinha inocente. E elas são muito boas. Tenho certeza que vou me dar bem com elas, nada a ver com você e Dmitri.

Ao seu ladoWhere stories live. Discover now