Seu olhar e como um vírus

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Dmitri observava Sam pelo celular atravéz de uma câmera que ele colocou no quarto. Pensou em perguntar a Cássio se havia a possibilidade de a jovem ter alguma influência sobre ele, mas descartou a ideia. Cássio jamais colocou o coração em qualquer coisa ou pessoa que encontrou e se ele gostasse de Sam seria apenas porque ela caiu nas graças de Dmitri.

Não havia motivos para ele se preocupar. Logo seu arco-iris estaria levando alegria a outras pessoas e ele estaria apenas em sua lembrança como o homem que ela salvou e que a ajudou a sair de uma fria. Sam estava livre e era isso o que importava. Ela encontraria amigos de verdade, amores e até um companheiro para toda a vida, onde construiria um lar com jardim e cercas brancas, um cachorro e um casal de filhos. Esse era o sonho de Dmitri para ela e ele faria o possível para que ela realizasse esse desejo.

Ele olhou para as duas passagens para Lisboa, então olhou novamente para a jovem adormecida. Pegou uma das passagens e guardou em um envelope e a outra ele rasgou. Um arco-íris só resplandece com sol e Dmitri era nuvem carregada. Para ela conseguir uma cerca branca com filhos e um cachorro, deveria ir para bem longe dele e ele sabia disso.

...

Sam olhava para o teto do hospital, perdida em pensamentos, quando a porta se abriu suavemente. Cassio entrou com um sorriso afetuoso, carregando um buquê de flores coloridas e uma caixa de chocolates.

- Olá! Trouxe um pouco de alegria para o seu dia. Como você está se sentindo? - disse Cassio, depositando os presentes na mesinha ao lado da cama.

Sam sorriu. Ela abriu os braços para que o homem lhe desse os chocolates, abriu um e o mordeu, soltando em seguida um grunhido de satisfação.

- Que surpresa maravilhosa! - Ela terminou de comer um e logo abriu outro.

- Calma, se continuar a comer desse jeito, o doutor vai me proibir de te visitar.

- Então e melhor eu comer tudo antes de ele chegar para a visita matinal - Sam abriu mais um.

Cássio então tomou a caixa da mão dela, recebendo um grunhido de protesto.

- Você está cada vez pior. O que aconteceu?

- Estou ansiosa para sair daqui e ir para casa. Mesmo que eu não tenha uma casa.

- Assim você me ofende - Cássio falou, chateado. - Acha mesmo que eu vou te deixar na rua?

- Eu não quis dizer isso - Samantha corou. - Eu só quis dizer que não posso mais ir para a casa da minha mãe porque agora ela é...

Sam não terminou. Sua voz falhou na menção da palavra pai e engasgou, não co seguia pronunciá-la. Cássio entendeu o que ela quis dizer e não forçou a barra. Ele até agradeceu pela porta ter sido aberta novamente e o médico que cuidava da jovem entrar com um sorriso no rosto.

- Bom dia! Como está a paciente mais bonita desse hospital?

- Ela está bem ansiosa, doutor. Deveria lhe passar alguns calmantes - Casio respondeu por Sam.

- Não é verdade - Ela retrucou. - E não seja mentiroso doutor, sei que diz isso para todas as suas pacientes.

- Com certeza falo, mas é com você que falo a verdade - o médico piscou para ela. - Vamos lá?

Ele a examinou e anotou algo em sua prancheta. Depois a olhou, sorridente e falou:

- Boas notícias, Sam. Todos os seus reflexos estão bons e não há nenhum dano em seu cérebro. Você está liberada para ir para casa. Continue seguindo as instruções pós-alta e se precisar de alguma coisa, sabe ondee encontrar.

Ao seu ladoWhere stories live. Discover now