11.

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Olivia abaixou o para-sol do passageiro, retocando seu batom enquanto observava a própria imagem no espelho pequeno.

- Você ainda sabe dirigir? - Mia perguntou com um riso, colocando seu cinto de segurança. - Porque tenho certeza que você tem licença.

- Saber até sei, mas prefiro ser uma Passenger Princess. - Ela piscou convencida. - E sei que adora minha companhia, faço o indispensável trabalho de controlar as músicas e avisar quando você pode seguir, por exemplo.

- Ainda bem que temos um gosto musical parecido, ou já teria enfiado o carro num muro. - Disse irônica, arrancando outro riso da amiga.

O celular da ruiva não parava de vibrar pelas notificações, a outra nem perguntou, sabia que deviam ser mensagens de garotos desesperados para terem um segundo encontro ou coisa do tipo.

Todos olhavam para Olivia, e não era à toa, ela era uma mulher linda e com uma personalidade dominante. Era o tipo que, se estivesse em um filme de terror, iria orquestrar os assassinatos e convenceria os mocinhos de sua inocência até o fim. Ela sempre achava graça dessa comparação, mas concordava.

Mia não se sentia rejeitada por isso, em certo momento, chegou a pensar que estava nutrindo alguns sentimentos por ela, mas não deu em nada, mulheres não eram sua praia.

Ainda assim, isso não mudava o fato de terem algumas dezenas de homens naquela faculdade que implorariam pela atenção dela sem que precisasse ser a típica "Mean Girl" para conseguir isso, era totalmente natural, ela era gentil e simpática com todos.

Ricci colocou a música Too Sweet, de Hozier, aumentando o volume. O celular da motorista acendeu em uma notificação, era Chris.

O rapaz havia marcado a mensagem que mandara alguns dias antes, que dizia "Ainda vai superar esse ego e querer ser minha amiga", completando com a frase "Viu, já está até saindo pra jantar comigo!"

Ela rolou os olhos com desgosto de tamanho convencimento, pensou nos olhos azuis dele, na sua expressão fragilizada e chateada aquele dia no campus e então no sorriso sacana na primeira oportunidade que ele teve em zomba-la na cafeteria. A última lembrança fez o sangue ferver.

Viu o sinal amarelo no semáforo a sua frente e acelerou sem aviso, passando talvez um segundo antes da cor voltar ao vermelho. Não sabia explicar a reação que aquele garoto tinha sobre ela, uma dúvida constante misturada com doses fortes de raiva.

- Garota, você ficou revoltada com as leis de trânsito de uma hora para a outra? - Olivia questionou meio assustada, Mia era muito correta. - O que aconteceu?

- Apenas Christopher sendo um imbecil, pra variar.

- Oh. - Ela sorriu curiosa, agarrando o celular da outra. - Me deixe ver.

A motorista nem teve tempo de questionar, o aparelho já estava nas mãos da ruiva que lia tudo com uma risada. Largou o celular outra vez sob o apoio do carro, a olhando com uma careta.

- Não pensa por um segundo na possibilidade de ele estar flertando? - Ricci questionou. - Do jeito quinta série dele, mas flertando ainda assim.

- Não é isso, eu sei. - Ela engoliu à seco, não gostando do rumo daquela conversa.

- Por que na sua cabeça parece tão difícil um cara gostar de você?

- Porque Christopher nem teve coragem de me dar um fora diretamente uma vez, ele só tá sendo o babaca de sempre e tirando com a minha cara. - Mia explodiu sem paciência, suspirando em seguida. - Ele adora brincar com os sentimentos de garotas imbecis e eu não sou uma.

model | chris sturnioloOù les histoires vivent. Découvrez maintenant