14 | O EXPERIMENTO DAS PEDRAS

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Antes mesmo de alcançarem a porta que dava da Área Oito para a Área Um, pouquíssimo tempo depois de entrarem no Labirinto, o trio avistou um Verdugo.

Minho parou de maneira abrupta, sinalizando para que Lizzie e Thomas fizessem o mesmo antes de sussurrar para eles o aviso a respeito da criatura monstruosa logo adiante. Apesar de estar a uma distância tão curta de um Verdugo ser assustador, Lizze não pôde deixar de sentir certa empolgação com aquilo; afinal, seu segundo dia como Corredora já havia começado dando a ela expectativas de que conseguiriam descobrir algo novo.

─ Precisamos seguir por ali para chegar à nossa área. Vamos ficar aqui por enquanto... se ele vier na nossa direção, voltamos correndo para a Clareira ─ Minho deu uma espiada, depois olhou rapidamente por cima do ombro ─ Droga, ele desapareceu! Vamos!

Ele não deu tempo para que os outros dois respondessem, apenas disparou pelo corredor, fazendo uma curva atrás da outra, seguindo pela mesma direção que o Verdugo, que, surpreendentemente, os levou até o Penhasco. Minho parou, mais uma vez, de maneira repentina, fazendo com que Lizzie batesse em suas costas, quase sendo seguida por Thomas, que por pouco conseguiu parar antes de atropelar os amigos.

Entretanto, nenhum deles reclamou. Eles estavam ocupados demais, surpresos, vendo o Verdugo se jogar do topo do Penhasco, como se aquela fosse a coisa mais natural do mundo. Porém, assim como na noite em que armaram para que os Verdugos caíssem ali, nenhum baque sinalizando o fim da queda foi escutado.

─ Isso resolve tudo ─ Minho falou, parado na beira do Penhasco, olhando para o vazio cinzento onde o Verdugo havia pulado.

─ Resolve o quê? ─ indagou Thomas.

─ Não é a primeira vez que vemos isso. Significa alguma coisa ─ Thomas permaneceu em silêncio, ainda com uma expressão confusa em seu rosto ─ O Verdugo morto que encontrei... ele correu desse modo e nunca mais voltou ou entrou no Labirinto.

─ E tem também os Verdugos que enganamos naquelas noites ─ Lizzie complementou, entendendo com facilidade a linha de raciocínio.

─ Isso! Vejam isso ─ Minho apontou para o abismo ─ Não tenho muito mais dúvidas... de alguma forma, os Verdugos conseguem sair do Labirinto por aqui. Parece mágica, mas o desaparecimento do sol também parece.

─ Se eles podem sair dessa maneira ─ acrescentou Thomas, seguindo o pensamento ─, também podemos.

─ Quem diria que pular do Penhasco seria a nossa salvação ─ Lizzie comentou em um tom descontraído, empolgada com a ideia.

Minho deu uma risada.

─ Aí está a vontade de vocês de morrer de novo. Querem ir atrás dos Verdugos, quem sabe comer um sanduíche com eles?

─ Me parece uma ideia tentadora ─ Lizzie respondeu, fingindo pensar seriamente a respeito da pergunta ─ Acha que eles aceitariam usar um vestido? Talvez queiram um pouco de chá para acompanhar.

Um breve riso sincero escapou de Thomas, porém ele rapidamente se recompôs, voltando à expressão séria habitual, quando Minho lançou um repreensivo aos dois.

─ Você tem ideia melhor? ─ perguntou Thomas, por fim ─ Parece loucura, mas já estávamos pensando em sair pelo lugar de onde essas coisas vêm. E, até onde eu sei, ninguém nunca encontrou outra saída.

─ Calma aí, Fedelho, uma coisa de cada vez. Vamos pegar umas pedras e fazer um teste. Deve haver algum tipo de saída escondida.

Assim, os três deram início a uma busca pelos cantos e frestas do Labirinto, recolhendo qualquer pedra que encontrassem. Conseguiram mais cutucando rachaduras nos muros, deixando cair pedaços de rocha no chão. Quando enfim juntaram uma quantidade considerada boa o suficiente, se juntaram na borda do Penhasco mais uma vez, sentados com os pés balançando no ar. Olhando para baixo, não era possível ver nada além de um abismo cinzento.

GAME OF SURVIVAL, minho (maze runner)Место, где живут истории. Откройте их для себя