11. Inimigos do herdeiro, cuidado

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Victoria estava fazendo trancinhas em seu cabelo molhado, ele parecia castanho e desbotado, sem sua cor vermelha de sempre. Era um domingo, no começo de Outubro.

Me arrisco a tomar um banho às seis da manhã, em um frio de congelar a ponta dos meus dedos. Já começava a geada, ameaçando cair neve na próxima semana. Eu ponho minhas meias azuis da sorte, elas tinham nuvenzinhas pequenas em cada uma. Depois calço minha bota preta e meu moletom da sonserina por cima do casaco preto. Por fim, coloco meu gorro cinza sobre meu cabelo molhado.

A menina Tory com suas trancinhas, estava de cabeça para baixo com os pés levantados, lendo um livro de capa azul escrito: Orgulho e Preconceito por Jane Austen. Quando ela me olha totalmente vestida, franze a testa e deixa o livro cair de lado na cama.

— Aonde você vai?

— Vou lá fora um pouco. — Falo, depois de arrumar o meu cabelo, próxima ao batente da porta. — Você vem?

— Está frio. — Tory diz e estremece. — Você é louca?

Vou até a garota e me sento em sua cama. Depois, lhe lanço um olhar com ternura.

— Sabe Tory, — começo — A vida é muito curta para não ser louco às vezes.

Tory abre a boca surpreendida pela minha fala poética e filosófica, depois me dá uma batidinha no meu ombro com seu livro. Dou um pequeno resmungo de dor, depois nós duas damos risada.

— Tá, eu vou. — Tory diz já se levantando e pegando o próprio casaco. — Mas só se você conseguir um chocolate quente.

— Fechado.

Dinheiro não era bem um problema para mim. Enquanto isso, Bárbara estava passando na enfermaria quase todas as tarde com uma crise de resfriado, a pobre coitada não está parando de espirrar e só está tomando chás e poções para medicamentos. Vi ela de manhã no dormitório.

Victoria caminha na minha frente, porém, logo se distrai com um menino loiro da Grifnória. Ele parecia ser do segundo ano, da mesma turma que nós.

A tarde passeando pela escola no frio não era tão legal assim. Victoria se anima o tempo inteiro em contar sobre meninos da escola que ela acha bonito e gostaria de casar um dia, com uma família de sangue-puros como sempre sonhou. Lachlan tem um pouco de preconceito com a família de Bárbara. Acho que praticamente todos da Sonserina tem. Ela é uma garota que veio de uma família trouxa e foi justo para sonserina, onde o tal fundador quer acabar com nascidos-trouxas. Pobre menina.

Não tenho mais nenhuma aula hoje, depois de aulas cansativas de Transfiguração. Vou até o Salão Principal para comer alguma coisa. Ainda no corredor, vejo uma multidão de alunos se formando aos poucos. Os borburinhos eram baixos, tinha um motivo para aquela multidão estar ali. Me espremo pelos alunos até estar visível avistar Potter e seus amigos, em frente a uma parede com palavras estranhas escritas. Não era tinta. As letras estavam escritas em sangue.

A CÂMARA FOI SECRETA ABERTA.
INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO.

Havia um gato morto pendurado na parede. Não, espera, eu reconheço esse gato. É a gata do zelador Filch.

O que isso significava? E por que novamente esses três idiotas estavam envolvidos nisso?

— Inimigos do herdeiro, cuidado! — Grita Draco, gargalhando. — Vocês vão ser os próximos sangue-ruins!

— O que é que está acontecendo!? — Pergunta o zelador Filch, desesperado. Ele logo para quando vê a cena. — Minha gata! Você... Você assassinou a minha gata!

Filch puxa a argola da camisa de Potter, fazendo-o tremer de medo

— Eu não fiz... — Gaguejava Potter. — Não fiz nada... Não é o que estão pensando.

A Outra Malfoy - Harry PotterWhere stories live. Discover now