A Outra Malfoy - Harry Potter

1. A carta para Hogwarts

Desço as escadas e vou até minha sala de estar. Apesar da casa ser grande e espaçosa, não ouço muito barulho por aqui.

— Diana, viu minhas meias?

Retiro o que disse.

— Você está surda? — meu irmão pergunta novamente.

— Não. — Eu digo, virando mais uma página do jornal que estava lendo.

— Por que não me respondeu?

— Porque — olho para ele — simplesmente não estou com vontade.

Ele ergue as sobrancelhas e olha para o meu jornal.

— É um jornal trouxa?

— É um jornal diário americano com o nome de Chicago Tribune. — Ele parecia não entender — Pare de me olhar assim, qual o problema?

— Papai não vai gostar de você lendo essas porcarias.

— Não é uma porcaria! — replico indignada, me levantando da cadeira — Informa sobre coisas que acontecem no mundo. Pelo menos um de nós é interessado em coisas importantes.

— O mundo trouxa não me interessa, tenho coisas mais importantes para me importar.

— Como? — pergunto

— Como entrar na Escola de Magia. — Ele se gaba cruzando os braços.

— Achei que era você que estava quase chorando com a ideia de mudar de escola.

Ele dá de costas irritado. Pelo menos consigo um pouco de paz agora.

— Diana! — grita minha mãe

Ótimo. Mais alguém para me interromper. Será que não posso fazer nada por aqui sem ser perturbada?

Quando estava quase chegando nas escadas, um elfo doméstico aparece no meu caminho, esbarrando em mim.

— Ei, cuidado.

— P-Perdão. — diz o elfo

Reviro os olhos e continuo meu caminho. Chego até a sala do meu pai. A sala era escura, com as cortinas normalmente fechadas, mas desta vez, estavam abertas, iluminando os cabelos da mamãe sozinha naquela sala. Ela estava com alguns papéis em cima da escrivaninha. Em pé, ela sorri para mim triunfantemente, só do jeito que só ela sabia sorrir. Ela é ótima em sorrir quando quer.

— Como você está hoje, querida? — ela pergunta feliz.

— Bem, mas Draco estava me perturbando e...

— Não briguem de novo, por favor. — fala, mas não parece ter sido uma bronca. Não dessa vez. — Tenho notícias. É sobre vocês dois

— Dois?

— Você e seu irmão. — ela responde.

— Notícias boas?

Espero serem boas. Não aguento mais ficar sem aulas e ainda mais receber notícias ruins. Minha vida está muito irrelevante e o tédio ajuda a deixar tudo mais monótono. Às vezes gosto de pregar peças em Draco sem ele saber.

— Sim, são boas. — mamãe diz.

— Me diga então, já estou curiosa. — digo me sentando na poltrona à sua frente.

Ela me lança outro sorriso carinhoso, seus olhos escuros estavam brilhando mais que o normal.

Narcisa desvia seu olhar ao redor da sala, com as duas cartas em suas mãos.