18 "Ajuda"

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— Não se engane Lysandra. Tudo isso que você está sentindo, é pena. — Seu olhar para mim era indiferente, e até raivoso.

Ele não acreditava em mim.

— Se não quer acreditar, tudo bem, mas não diga com tanta certeza o que eu sinto ou não, porque nem eu mesmo sei com clareza.

— Do que está falando?

— Você bagunçou toda a minha cabeça, Joe. Eu não consigo não pensar em você, não consigo te ignorar, nem não me preocupar.

Eu estava disposta a botar pra fora tudo o que eu vinha sentindo em mim. Simplesmente não posso mais negar, mesmo que ele não ligue, nem se importe, eu precisava falar.

— Você acha mesmo que eu gosto disso? É uma merda sentir o que eu tenho sentido, não consigo pensar em outra coisa... Droga, eu sempre odiei você...

Podia sentir minhas lágrimas começarem a cair. Eu estava colocando toda a minha confusão interna para fora, e ele me olhava sem esboçar uma reação sequer.

— Eu não sei o que eu vim fazer aqui... Está na cara que você não dá a mínima. — Me ajeito para levantar, mas Joe agarra um de meus braços, me impedindo. — Me solta, Joe... Não irei mais te incomodar.

— Cala a droga da boca.

— O que?

Antes que eu pudesse contestar, ele me puxa ao seu encontro, colando nossas bocas com brutalidade.

Joe não era só bruto nas palavras, mas também em sua forma de agir, até o seu beijo e toque.

Agarro o seu pescoço, aprofundando nosso beijo, sentindo uma de suas mãos apertarem minha coxa, enquanto a outra, permanecia em minha nuca, de forma possessiva. E só nos afastamos após sentir meu fôlego ir embora.

Olho para ele ofegante, sentindo todo o meu corpo quente, e ele não estava diferente, já que mesmo ofegante, ainda me puxa para outro beijo, mas parando ao tocar minha boca.

— O que houve...? — Pergunto, após vê-lo se afastar.

— Joe? Está tudo bem? — Uma mulher se aproxima aparentemente preocupada.

Quem é ela, afinal?

— O que está fazendo aqui, porra? Eu disse que se precisasse, eu mesmo iria até você! — Responde com raiva.

— Joe... Calma. — Tento acalmá-lo.

— Preciso de um banheiro. — Me ignorando, ele volta a falar com a moça, que o guia até uma lojinha não muito longe.

O que está acontecendo?

Após alguns minutos, ele retorna sozinho, vindo até mim, e se senta como se nada tivesse acontecido.

— O que houve? — Pergunto, após ver que ele não falaria nada.

— Me senti enjoado.

— Será que foi o sorvete?

— Não só isso, tudo. Meu estômago tem recusado quase tudo que como.

— Poderia ter me falado, assim faríamos outra coisa.

— Acha mesmo que eu pararia de comer alguma coisa só por isso? Que se foda o meu estômago.

— Quem era aquela moça?

— A minha enfermeira.

Como eu não notei ela antes?

— Você tinha razão, ela sabe mesmo se misturar.

— Acho melhor eu ir, já sinto o meu corpo ficar fodido novamente.

— Tudo bem... Quer ajuda? — Estendo a mão para ele após me levantar.

— Não me trate como criança. — Ele se levanta, ignorando a minha ajuda.

— Só queria te ajudar...

— Então não tente.

Ótimo, o Joe de sempre havia voltado.

— Então... Até qualquer dia. — O pegando de surpresa eu o abraço, e podia sentir o seu coração acelerado contra mim.






Espero que estejam tão envolvidos quanto eu nessa nova história 🥺❤

Antes Que Tudo Acabe - LysandraOnde histórias criam vida. Descubra agora