Se intuição tivesse uma palavra par, com toda certeza seria: encreca. Se "não" tivesse dois acompanhantes, seria certeza: nunca e jamais. Dentre todos os sinônimos de perigo, um que poderia substituir essa palavra, seria ameaça.
Koushi analisava a marca no meu pescoço, nem poderia me mexer ou atrapalharia. O clima do ambiente era tão pesado que nem mesmo uma manada de elefantes ou uma bigorna poderia acabar com ele. Todos presentes estavam sérios e apreensivos, que essa sensação que me era causada foi provavelmente por aquele sonho.
Se eu dormir, a voz falaria comigo de novo? Ela poderá dizer-me o que não podia? Poderei encontrar seu dono? Era tantas perguntas que ficava zonza. Tanaka que estava ao meu lado me segura em seus braços ao ver que quase caí.
- Mei, você está bem? - Perguntou.
- Eu não sei, mas acho que sim. - Respondi com a voz baixa.
- Bom... - Disse Sugawara, afastando de mim. - Parece que é a marca de Selene.
- Marca de Selene? - Perguntei sem entender nada.
Eu sabia o que ou quem é Selene, na mitologia grega ela é a Deusa da Lua, cargo às vezes confundido com Ártemis, a Deusa da Caça. Mas nunca havia ouvido falar nessa marca.
- Aqueles que sabem sobre a existência dos vampiros são marcados pelos Originais.
- Originais?
- Os vampiros primordiais. - Disse Kuroo entrando na sala. - Eles podem se comunicar com os humanos através de sonhos.
Sonhos? Então, aquela voz que se comunicava comigo era de um Original? Mas quem era ele ou ela?
- Eu lembro de ter sonhado com uma voz. Provavelmente um deles.
Minha fala faz com que todos olhem para mim.
- Espera, você sonhou com um deles? - Perguntou Asahi perplexo.
Acenei com a cabeça.
- Eu não sei de quem era, mas ela me disse que estava correndo um grande perigo.
- Espere, como assim não tem tempo? -
- Ainda não posso responder. Mas a única coisa que posso lhe avisar é que você está em perigo gigante, Mei.
- Perigo? Como assim?
- Como eu disse, não posso responder agora, terá que descobrir por conta própria. Agora, você tem que acordar, talvez eles te contem.
A curta conversa que tive com a voz foi o suficiente, para poder formular tudo que tinha a dizer.
- Ela disse que não tinha tempo, mas disse que eu teria de buscar respostas, e fazer perguntas para certas pessoas. - Dei ênfase em certas pessoas.
- Mas quem? - Perguntou Kiyoko perdida.
- Ela ou ele não especificou, mas pontuou como Eles.
- Eles? Por acaso, não estaria falando dos Originais? - Uma voz não presente antes no ambiente fala.
Olhei pra porta onde estava o capitão da Aoba Johsai e seu time. Se não me falha a memória, acho que seu nome era Oikawa. O garoto cabelos cor de chocolate vem em minha direção.
- Oikawa, o que faz aqui? - Kageyama pergunta sibilando.
- Bom, sei que é falta de educação escutar a conversa dos outros, mas acabei me interessando.
- Não é por causa do Shiratorizawa, não? - Perguntou o garoto de cabelos salmão, provavelmente do time de Oikawa.
- Nem fala esse nome, dá-me angústia de só lembrar. - A feição do rosto do acastanhado muda para uma de raiva.
Por que? Oikawa tem algum tipo de richa com alguém do clã?
- Se for para proteger a Mei, devemos criar uma aliança. - Comentou Yachi.
- Uma aliança? - Perguntou Daichi.
- Sei que alguns de nós não nos damos bem, mas precisamos nos unir para protegê-la. Afinal, também é pela Junko e toda a família Fujisaki.
- É verdade. - Disse Kenma. - A família Fujisaki tem uma forte ligação com os vampiros, se a Mei for capturada pelo Inarizaki ou Shiratorizawa, ela pode ser morta.
Se pensar por esse lado, é real. Meus pais e meus irmãos estarão em perigo, mais mortes irão ocorrer. Sei que é para minha proteção, mas tenho medo de tudo dar errado.
- Sei que é pela minha vida, mas não devem se sacrificar por mim. - Senti uma lágrima descer do olho. - Não quero que morram.
Hinata vem ao meu rosto e limpa a trilha feita pela lágrima.
- Prometemos. - O ruivo me dá um sorriso. - Não vamos deixar nada acontecer com você.
Se a sensação horrível teria sido derrubada, com certeza foi. Só de olhar para o sorriso gentil de Hinata deu-me esperanças.
- Obrigada, Shouyo. - Sorri.
- Vamos aceitar essa aliança. - Disse Kuroo. - A gatinha bonitinha vai tá em segurança.
- Também vamos. - Falou Oikawa confiante.
- Oikawa? Vai realmente aceitar? - Perguntou Iwaizumi.
- Tenho assuntos pendentes com alguém, então vou aceitar. - O moreno realmente não parecia se arrenpender da decisão.
- Parece que não temos escolha. - Refutou Hajime. - Mas, ok.
- Está bem, então temos um acordo! - Gritou Daichi.
De repente senti meu corpo pesar e meus olhos fecharem. Por sorte Tanaka me segura, já que estava em seus braços.
- Ela desmaiou? - Perguntou Lev.
- Parece que sim. - Respondeu Yaku.
Continua...
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Bloody Valentine - Imagine Haikyuu
RandomMei Fujisaki nunca havia vivido grandes experiências em sua vida. A jovem extremamente gentil, tímida, dócil e inteligente conhece nove rapazes cujo segredo é tão misterioso que ela terá de buscar pistas para descobrir-lo, mas o que ela não sabe é q...