O dia transformou-se em noite. A noite transformou-se em madrugada. A madrugada transformou-se em dia. Em nenhum momento, sair da recepção do hospital. Já que na UTI a tolerância da visita era apenas meia-hora.

Soube da festa que a Alison tinha dado na mansão para mostrar o seu retorno, ao lado dela, estava a Camila, em uma das fotos que vi por meio de Irin. O meu peito inflamou de ódio, enquanto, o meu filho estava entre a vida e a morte, a Alison se divertia.

Admito que antes tinha o pensamento de ir atrás dela e fazer justiça com as próprias mão, me vingar... Mas, eu estive todos esses meses atrás de vingança e de repente, a idéia não parecia mais certa. Onde a vingança me trouxe?

Para o Chris á beira da morte . Estou sem forças para pensar ou agir, por tanto, deixei para tomar uma decisão em relação a Sol quando minha cabeça esfriasse. Que ela aproveite da riqueza, por hora.

Irin ficou comigo, até que por minha insistência ela foi embora, ao menos para dormir um pouco. Celine ficou comigo... Ela me olhava profundamente, os seus olhos esverdeados nada me diziam, apenas me capturavam.

Sei que ela está se sentindo péssima, como eu. O amor de Celine por Chris é imensurável. Ela mantinha a posse de impenetrável, mas eu via a dor reluzindo em seus olhos.

– Rebecca, vá buscar um café expresso para nós. – ela ordena, sua voz deixando bem claro que não admitirá nenhum questionamento.

Levanto-me resignada, mas antes de sair, dou uma olhada cumprida para as portas brancas duplas, como se a qualquer momento, o médico iria sair de lá e me dizer que o Chris estava fora de perigo. Porém, isso não aconteceu, não nos segundos que encarei quase com psicopatia a porta. Dou-me por vencida e me retiro da sala de recepção, vou até a máquina de café quando percebo uma aglomeração na entrada do hospital.

Significava apenas uma coisa: Um paciente que estava chegando nas últimas...

Compro dois copos de café. Minhas pálpebras estão pesadas de sono e minha cabeça dói bastante, o meu corpo está tão exausto que os meus movimentos são lentos, quase nulos. Estou preste a voltar para junto de Celine quando vejo o paciente desfalecido na maca passar por mim velozmente com a equipe médica atrás, gritando por passagem.

No segundo seguinte, os copos caem das minhas mãos e melam o chão, o líquido quente salpicam as minhas pernas e queimam, sinto a minha pele arder, mas isso é irrelevante para o meu cérebro já que o choque me atingiu e a palidez me envolveu, dando-me uma sensação desmaio ao me dá conta de que o paciente na realidade era uma paciente... Era a Freen desacordada naquela maca!

– Esperem! – grito, saindo do choque e correndo atrás da equipe. – Por favor, o que aconteceu? O que ela tem? – pergunto aflita, com os olhos fixos em uma Freen praticamente morta na maca.

– Dra. Rebecca! – o médico plantonista disse com respeito, mas sem parar de correr em direção a emergência – Conhece essa mulher?

– Sim! Sim... É Freen Sarocha, o que ela tem? – insisto, correndo atrás, quase sem fôlego.

– Ela sofreu uma overdose... –  gritou antes de sumir nas portas duplas.

Estanco no meio do corredor com os pensamentos dando enormes voltas na minha cabeça... Tudo que ele tinha me dito era compreensível para mim. Deus meu! Quando as tragédias iriam parar de acontecer em minha vida? O meu coração destruído parecia que estava se reduzindo ao pó.

Sinto muito medo. Medo por Chris. Medo por Freen... Oh, céus! Freen, porque fizeste isso?

Abraço o meu corpo com força e solto um soluço alto, tendo certeza que estou chamando atenção das pessoas, mas nada me importa além da minha própria dor. Não posso perder as duas pessoas que mais amo nessa vida, não é aceitável a perda de nenhum dos dois, eles são necessários para a minha existência.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now