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O SEGUNDO DIA DE AULA NA Faculdade e Academia de Belas Artes amanheceu com um sol quase cegante e com um clima frio (o top 1 do tópico coisas absolutamente sem sentido em Paris). Da janela tínhamos vista do vasto campus, onde as folhas das árvores começavam a ser tingidas com tons diferentes de laranja e marrom e os ventos eram frios, mas sem muita umidade.

Decidimos, depois de breves minutos de conversa, ir tomar café da manhã na mini-cafeteria daqui da FABAP, o que seria relativamente bom tanto para as estudantes de artes visuais quanto para de artes cênicas (já que a cafeteria encontrava-se praticamente no meio do caminho das duas alas). Portanto, vesti minha calça cargo favorita, uma blusa com decote sweetheart e me agasalhei bem.

—— Yunjin parece inquieta ——ouvi Sakura sussurrar para Kazuha do outro lado da mesa, que olhava para a coreana-americana tentando decifrá-la mentalmente.

Desde o ocorrido de ontem e depois de eu ter jogado todas as coisas espalhadas em cima da sua mesa de estudos na sua cama perfeitamente organizada por conta da raiva, Huh Yunjin está um completo porre! (mais do que já é, surpreendentemente) Hoje pela manhã ela inventou de bater boca comigo sobre como eu desorganizei a mesa (des)organizada dela e sobre como as minhas roupas ocupavam um maior espaço no guarda-roupa, sendo que ela tem pouquíssimas roupas e algumas são tão feias que superam a camiseta dos The Beatles que ela usou no primeiro dia aqui.

—— Esse menino é um saco! ——Bahiyyih exclamou, revirando os olhos e apoiando seu celular na mesa bruscamente.

—— Está saindo com alguém, Hiyyih? ——perguntei-a, recebendo um olhar que significava um sincero "preferia me afogar na piscina de plástico do parquinho".

—— É só o sem noção do meu irmão ——revirou novamente os olhos acastanhados. —— Ele fica me mandando mensagem pedindo coisas e usando a desculpa de que ele é dois anos mais velho.

—— E o que você respondeu? ——Manchae perguntou, curiosa.

—— Mandei ele parar de ser baitola e tomar jeito.

Bahiyyih deu de ombros, enquanto nós cinco riamos sem piedade.

Por cima da mesa, vi Kazuha me mandar um olhar que significava 1) quero falar com você ou 2) quero te matar viva, Kim Chaewon. E eu sinceramente prefiro que seja a primeira opção mas, ela não teria coragem de fazer uma astúcia dessas, afinal eu sou mais velha que ela.

—— Chaewon, vem ali rapidinho?

—— Claro ——respondi, já tendo quase certeza do motivo da japonesa ter me chamado.

Enquanto as demais ficavam na mesa conversando, a Nakamura me puxou para um local mais reservado, mas não muito longe da mesa onde estávamos pouco tempo atrás.

—— Hm?

—— Wonie, porquê você falou aquilo para Yunjin? ——perguntou em um fôlego só, parecendo aquele dragão da Mulan quando está com raiva.

—— Ela estava tirando sarro e ainda jogou suco em mim, não falei nada demais, apenas me defendi.

—— Você sabe que ela não coleciona boas memórias com a Gina Durand, Chaewon, isso foi golpe baixo.

Zuha cruzou os braços.

—— Tá, tá. Eu sei que a Gina não gosta dela e blá blá blá, que a Gina falou mal dela e blá blá blá ——falei, dando de ombros. ——, mas isso não é problema meu, Zuha. Você sabe que ela invadiu o quarto e começou a mexer nas minhas coisas sem nem pedir permissão!

—— Eu sei que você não gosta de pessoas mal educadas e que mexam nas suas coisas, Wonie, mas você poderia dar uma chance para ela, não?

—— Não! Aquela loira não merece nem um terço da minha chance, ela foi super ridícula ——revirei os olhos.

✩ | 𝓒oexistir; purinz.Where stories live. Discover now