Enemies to lovers.

S01E02: it's not right, but it's...

— O que o Elordi fez dessa vez? — Michael Cimino perguntou ainda sentado na cama assim que liberou a entrada de Xolo no seu dormitório e viu o amigo fechar a porta e se encostar nela, suspirando alto e exageradamente.

— Não foi bem ele. — Admitiu ainda de onde estava. — Mas tenho certeza que ele vai usar isso para acabar com meu psicológico dentro de um mês.

— Não me diga que...

— Sim, Jacob Babaca Elordi é meu colega de quarto. — Soltou a verdade com toda irritação e frustração que vinha guardando desde que saiu de seu dormitório, finalmente caminhando até a cama e sentando ao lado de Michael que o acolheu de imediato, puxando para um abraço e deixando que Xolo colocasse o rosto no vão do seu pescoço.

— Talvez isso seja um sinal. — Michael tentou buscar algo de positivo na situação.

— Sinal do quê? Que chegou a hora de eu pagar por todos os meus pecados gayzistícos?

— Não acho que "gayzistíco" seja uma palavra real.

— Ah, para, me deixa ser um pouquinho dramático. — Suspirou. — Só... porque? Tinham tantos estudantes, de tantos cursos, porque logo ele?

— Você pode tentar conversar na reitoria e ver se consegue uma troca, talvez.

— Será que consigo?

— Provavelmente, você é o queridinho do diretor.

— Não mais do que aquele idiota. — Resmungou ainda contra o pescoço de Michael.

— Vamos focar em outras coisas. — Sugeriu.

— Cadê o seu colega de quarto? — Xolo perguntou quando levantou a cabeça e finalmente se deu conta que apenas um lado do quarto estava ocupado.

— Ele me mandou uma mensagem. Só vai chegar amanhã, o voo dele atrasou. — Michael revelou subindo mais na cama e se empurrando para trás até ficar com as costas contra a parede.

— Quem é?

— Noah.

— Sério, você conseguiu ficar com o Noah e eu tenho que suportar aquele idiota.

Michael riu. Sabia que Xolo não ia conseguir afastar facilmente Jacob da conversa, não quando já tinha chegado ali no intuito de falar dele, então se teria que ouvir sobre isso, ia se divertir um pouco também.

— Talvez essa seja a oportunidade para finalmente resolverem essa coisa entre vocês. Já faz um ano, Xolo.

— Ele nunca vai reconhecer que tá errado.

— Já tentou conversar com ele alguma vez sobre isso? Claro que não, eu sei que não.

— Não quero passar minha noite de domingo falando desse idiota.

— Foi você quem começou.

— E sou eu que estou encerrando.

— O que quer fazer então?

Xolo virou de lado e encarou Michael, sorrindo para ele e, sem precisar dizer nada, entendeu o olhar. Empurrou os tênis para longe dos pés e subiu na cama, sentando no colo do amigo de frente para ele.

— Estava com saudades de você. — Xolo revelou ainda sustentando aquele pequeno sorriso que o deixava ainda mais bonito, as mãos apoiadas nos ombros de Michael enquanto o sentia segurando sua cintura.

— De mim ou do meu pau? — Michael disparou de volta sustentando aquele sorriso travesso.

— Um pouco de cada. — Deu de ombros, mas foi puxado para ainda mais perto e sua boca se grudou na de Michael em meio a risadas.