– Inatividade Paranormal 6?

– Chris, isso não suave. – reclamei, me levantando da cadeira. – Por que não assistimos algo como, Um diário de um banana?

Foi a vez dele fazer uma careta.

– Por que assistiríamos isso?

– Porque é um filme engraçado, bom e para crianças. E outra, eu amo esse filme. Os três! – sorrio abertamente.

– Ah, não, mamãe. Outro filme, você sabe que eu gosto de terror. – ele indagou ao saímos do escritório.

– Podemos assistir um que eu goste e outro que você gosta, assim, ficaremos satisfeitos.

– É, vai... Mas eu posso escolher qualquer filme, né?

– Tá bom. Qual vai ser o seu?

– A morte do demônio. – ele respondeu pulando animado mais do que coceira.

Oh Santo Cristo. Tenho pavor de filme de terror, mas sempre que estou com o Chris, acabo assistindo e tenho pesadelos macabros. Ás vezes, ou quase sempre tentava o persuadir a assistir outra coisa, mas ele era super fã de filmes de terror. Os mais pesados. Que envolviam demônios, espíritos malignos, muito sangue, muita possessão e tudo que me faz tremer na base.

No meio do caminho, encontro com a Camila que a dispenso, e depois com a Alison, que ordeno que prepare leite quente e leve para nós, acompanhado com biscoitos amanteigados. Ela não me respondeu, mas me lançou um olhar assassino.

Depois de ter nos acomodados na sala de cinema e ter escolhido os filmes na Netflix, a Alison surgiu com os leites e os biscoitos. Percebi um sorriso malvado em seus lábios, ou foi apenas impressão minha... Abstrai.

Depois de quase quatro horas, o Chris dormia, e eu estava horrorizada com tanta coisa que tinha visto nos filmes. Depois de A morte do demônio, o Chris insistira para assistir mais filmes de terror, como ele estava extremamente feliz, abrir mão do meu filme e ele escolheu A bruxa de Blair 1 e 2. Isso não me fez bem. Qualquer barulho está me deixando paranoica.

Estava ajeitando o edredom no Chris quando escuto um barulho de algo quebrando. Rapidamente um arrepio intenso percorreu pelo meu corpo imaginando coisas horríveis, como algum demônio surgindo em minha casa ou sei lá o que. Olhei em volta até achar um... Troféu, não sei porque aquilo estava ali. O peguei e saio sorrateiramente, andando em passos lentos.

Fora o barulho de antes, a mansão está silenciosa e é um pouco mais da meia-noite. Com o coração acelerado e os pelos da nuca arrepiados, vou avançando pelo corredor até que escutei novamente o barulho, ergui as mãos para o alto segurando o troféu, quando...

Não era ninguém mais do que menos que a Freen, e completamente bêbada como um gambá, tombando nas próprias pernas e falando seriamente com o sofá.

– Freen? – chamei abaixando o troféu e o colocando em cima da prateleira.

Ela me olhou, de primeiro surpresa, depois de uma forma estranha.

– Aí está ela, minha gente! – apontou para mim com a voz embriagada. Olhei em volta, achando que ela estava falando com alguém. Ela bateu no sofá e apontou para mim novamente. – Estão vendo? Bem ali, a safada!

Senti uma enorme vontade de rir com a "safada", mas tentei me controlar, em vão, já que os meus lábios me traíram.

– Você está muito bêbada. – comentei, cruzando os meus braços a baixo dos seios. – Acho melhor você ir para o seu quarto.

– Você não manda em mim! –  gritou, apontando o dedo em riste várias vezes antes de tombar para frente e quase cair em cima do sofá. – Você não pode dizer o que eu posso fazer, eu sou livre!

– Eu não disse que não era...

– Calada! –  gritou de novo, fiz uma careta para ela. – Essa mulher aqui, senhores, é o satanás em forma de beleza...

– Poxa, estou muito lisonjeada pelo elogio... – retruco sarcástica.

– Shhh que não terminei, que mulher, não pode ficar um minuto de boca fechada! – ela reclamou com a cara feia e foi se aproximando. Os seus olhos estavam um pouco desfocados, o que me leve acreditar que fez o uso mais do que de álcool. – Ela inferniza a minha vida, todos os dias... Me assombra a mais de doze anos. Assombra os meus pensamentos, e o meu coração. Essa mulher. – voltou a apontar. – Me destruiu quando pulou de uma colina. Ela não sabe, mas ela levou a minha alma junto com a sua queda. Eu morri por dentro. – soluçou e cambaleou um pouco. – A vida perdeu totalmente o sentido porque o único sentido que teve foram nos poucos dias que eu estive com ela. Eu errei muito sabe, senhores... – olhou pra o sofá com o semblante culpado. – E me culpei muito, ela não merecia o meu desamor, a minha ganância... Confesso que me aproximei dela com interesse, mas quando comecei a conhecer, a presenciar sua inocência, os seus sorrisos diretamente da alma, os seus olhares tímidos, eu descobrir que já era amor antes de ser. Só que eu era uma estúpida, e estraguei tudo. – ela voltou a me olhar. – Sentir vida quando ela retornou novamente toda imponente, saindo dos meus sonhos e das minhas preces para se materializar em minha frente. Mesmo com tudo isso... – gesticulou exageradamente – Ela me humilhando, me fazendo passar fome, torturando cada segundo da minha existência... Eu me sinto tão, tão, tão agradecida por ela estar aqui... Porque mesmo eu sendo uma pedra, e mesmo com seu jeito bem terrorista de ser, você plantou flor dentro de mim. – olhou-me firmemente nos olhos. – Dizem que a vida que ensina, mas não, foi você que me ensinou e continua me ensinando. Mesmo com 90% de mim querendo matá-la por ser malvada comigo, 100% de mim te ama loucamente. – os seus olhos marejaram. – Amei no passado, amo no presente e amarei no futuro.

Chocada seria a palavra apropriada para esse momento. Mas além do choque, eu estava... Sem palavras. O meu coração aumentou o ritmo á um ponto de causar dor. Ela me olhava de uma forma tão distinta... Com tanto amor que um calor foi subindo, queimando os meus órgãos e pairando em minha garganta, ela se fecha e percebi que era o bolo do choro que queria explodir em mim. Apesar de todo o meu coração gritar que as palavras de Freen eram sinceras, o fato de ela estar bêbada me deixava um pouco reticente... Embora que esse grande detalhe não acalmava os efeitos que a sua declaração tinha causado em mim. Eu queria responder, ser irônica ou até mesmo retrucar como sempre faço, mas as palavras morreram em minha garganta. Elas não iriam sair nem tão cedo.

Freen vai se aproximando de mim, lança-me um sorriso tão lindo que resfolego. Minha falta de ação a instiga para continuar se aproximando, os meus pés estão agarrados no chão. Meu estômago vai se rebelando e explodindo em uma coisa que fazia muitos anos que eu não sentia, á doze anos, especificamente:

Borboletas. Violentas borboletas que flutuam em meu estômago, causando-me sensações que relutava em sentir.

A mão de Freen tocou o meu rosto, os nossos olhos se fixaram, não dava para fugir daquele olhar que pedia para que eu abrisse a minha alma para que eles pudesse a ler... Ela se aproximou, o meu coração aumenta ainda mais o ritmo e pela primeira vez também de tantos anos, sinto nervosismo, como se eu fosse dá o meu primeiro beijo que ironicamente foi com a própria Freen, na praia...

A lembrança adoçou a minha boca.

Fechei meus olhos a esperando, senti a sua respiração contra a minha pele, e de repente um baque.

Freen caiu em meus pés, achei que ela tinha desmaiado ou alguma coisa do tipo. Mas para a minha surpresa , dessa vez bem desagradável, ela estava roncando!

– Ah, puta que pariu. – xingo frustrada. – Freen! – balanço-a com o meu pé, mas ela apenas resmungou e virou-se, ficando em posição fetal, aumentando o seu ronco. – Vá a merda você também!

Saio pisando firme de volta para a sala de cinema, ia dormir lá com o meu filho. Desejei do fundo do meu coração que a Freen explodisse...!



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😆 essa cena da Freen cm a Becky foi engraçada kkk

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now