Eu estava me arrumando neste exato momento pra poder ir pro jogo do Corinthians feminino, onde a minha mãe, Gabi Portilho, joga. Sinceramente, o orgulho que eu tenho dessa mulher não tá explicado. Ela se esforça em tudo, em campo, em família, em absolutamente tudo!
Ela é minha mãe, minha melhor amiga, minha jogadora favorita, e também minha inspiração.
Apesar de ela ser mãe solteira e ter sido uma mãe nova, eu me inspiro demais nessa mulher. Ela me fez perceber que nem sempre é preciso de um pai pra ser feliz, ela cumpriu o papel de pai que eu sempre precisei.
Hoje em dia meu pai quer me assumir só porque agora estou reconhecida na internet, mas sinceramente? Isso doeu muito.
Saber que ele só começou a se importar comigo quando eu comecei a ganhar meu próprio dinheiro foi foda. Mas minha mãe me provou que ela mesma é a minha razão de viver.
E ela não precisou falar isso com palavras, mas todas as atitudes dela me fizeram tirar essas próprias conclusões. Ela quer que eu tenha uma relação boa com meu pai ou até mesmo algum tipo de contato com ele, mas eu estou fugindo disso.
Ele não quis me assumir, minha mãe também não ficou implorando pra isso e eu também não tiro razão dela. Ele sempre me pagou a pensão, mas NUNCA quis falar comigo, sempre se recusava a dizer que eu era a filha dele.
Tanto é que não é atoa que eu não tenho o sobrenome dele no meu nome. Amém.
Enfim, com tudo isso, esses últimos dias a minha forma de se distrair vem sendo o menino que eu mais odiava nessa vida. O Bernardo.
Ele pode me perturbar, me irritar, me estressar, me deixar nervosa mas desde esses dias que eu venho trocando mais papo com ele, ele vem sendo a minha outra forma de encontrar conforto.
Ele é aquele tipo de garoto com espírito de criança encapetada, entendem?
Com 14 anos na cara e ele ainda continua com a vibe de um pivete, meu deus. Eu estudo na mesma sala que ele, moramos no mesmo condomínio, somos vizinhos, nossas mães jogam no mesmo time e por sinal são bem amigas.
Tá vendo? É o destino mandando eu me casar com ele.
Brincadeiras a parte, ou não. Esses dias aí, eu e ele começamos a flertar de brincadeira, mas se depender da minha parte não é nada de brincadeira.
A gente brinca de sentir ciúmes, brinca com flertes, ficamos grudados quase o dia todinho e isso me faz bem, confesso.
"Me faz bem" eu disse, depois de surtar cinquenta vezes no mesmo minuto por causa da hiperatividade daquele moleque.
