Eu, o Raphael e a nossa filha estamos a caminho da Disney. Amanhã é domingo e o Rapha tem jogo, então nesses dias úteis de semana eu e ele tivemos a ideia de trazer a Moana pra cá pela primeira vez.
Sim, a nossa filha se chama Moana e obviamente foi inspirada no meu filme favorito.
E pra nossa sorte, ela também ama o filme. Nós decidimos o nome dela quando ela já tinha nascido, quando ainda estávamos no hospital. Eu estava doida pra ver esse filme, e ela nasceu no exato dia em que lançou o filme.
Eu tive a ideia do nome dela porque depois do parto, as enfermeiras foram me ensinar a amamentar a pequena e elas disseram que iriam colocar alguma coisa na TV pra me distrair um pouco da dor.
Funcionou? Não.
Mas pelo menos eu tive a ideia do nome nesse dia, e confesso que não me arrependo de ter colocado esse nome nela, eu acho lindo, o Rapha também acha e a Moana também ama.
Então eu simplesmente não me importo tanto com a opinião dos outros.
Falando em opinião, algo recentemente aconteceu relacionado a isso. Moana sempre foi quietinha, mas na dela sabem? Mas a uns tempos eu percebi que ela simplesmente não consegue conversar olhando nos olhos da pessoa, percebi também que o fato dela ser quietinha é que ela não consegue socializar com os outros, e também nesses últimos tempos ela veio tendo comportamentos mais diferentes dos de antigamente.
Às vezes estamos num local público, e ela começa a ter falta de ar e começa a chorar. Mas ela não grita, não pede ajuda quando isso acontece, ela não faz nada. Ela só começa a tremer e a chorar.
Por exemplo, quando eu decidi checar isso de uma vez mesmo, foi na primeira vez que isso aconteceu no Estádio, no último jogo do Palmeiras ano passado. Quando o Palmeiras marcou um gol, o estádio inteiro chegou a tremer de tanta gente pulando e gritando ali.
Foi nessa hora que a Moana começou a tremer, sentou no banco do estádio -enquanto todo mundo estava pulando comemorando- se encolheu entre as pernas dela, escondeu o rosto nas mãos dela e começou a chorar.
Eu fiquei simplesmente sem saber o que fazer na hora, eu quase entrei em pânico. Comecei a ficar nervosa e então finalmente tomei a atitude de tirar ela dali do lado de fora do camarote e entrar com ela no banheiro.
Eu perguntei apenas uma vez oque aconteceu, ela não soube responder e eu apenas abracei ela até que tudo passasse. Depois de uns 20 a 30 minutos o choro cessou, e ela não quis tocar no assunto depois disso.
Eu marquei uma consulta na pediatra para Moana, que a pediatra logo encaminhou para um Psicólogo particular.
Foi lá então que confirmamos que a Moana tem TEA, transtorno do espectro autista nível um. Para nossa sorte ela é um nível mais baixo, mas mesmo assim foi muito difícil explicar pra ela o que ela tinha.
