30》🇰🇷 ▪︎ 🇰🇵

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— Então esse Do Kyung Soo que você matou te obrigava a acessar nossos documentos ultrassecretos?

Meu chefe perguntou a Jeongin, que agora tinha um detector de mentiras com sensores conectados nele. Devo admitir que estava ansiosa pela verdade, mas preferia ir ver Ye Sol ao invés de ficar aqui.

— Sim, ele me ameaçava. - o norte coreano diz, seu olhar parecia triste e muitos suspiros saiam de sua boca. — Costumava ameaçar minha família antes de matar eles.

— E você realmente não tinha intenção de acessar nossos sistemas?

— Eu nunca quis fazer nada disso. - jamais imaginei que ele pudesse ter sua família feita de refém, e se não bastasse perdê-la, ainda tinha que continuar ao lado do assassino convivendo juntos. Me lembrei de quando eu era assim com meu pai. — Na verdade, uma vez eu acessei sim o sistema de vocês. - abro a boca chocada, Jeongin falou na frente do chefe do Serviço de Inteligência sobre uma invasão cibernética?! — Mas foi por que eu descobri sobre mandar uma pessoa para o norte, então eu vi aí uma oportunidade de conseguir sair de lá.

— Se você descobriu sobre mandarmos um espião, então deve ter visto muito mais do que isso. - senhor Hong fala e eu suspiro derrotada. Tinha como Yang sair dessa sem parecer ainda mais suspeito? — Como posso confiar na sua palavra?

Jeongin se estica abrindo a gaveta da cômoda que ficava ao lado de sua cama e mostra o pen drive cinza em sua mão.

— Conseguiram pegar várias pastas sigilosas do seu governo, mas ainda tá pra nascer outro norte coreano que consiga descriptografar isso, com exceção de mim. - o homem entrega o objeto ao senhor Hong e sorri fechado. — Foi por causa dessa pen drive que aguentei torturas e ameaças, o médico deve ter dito sobre as cicatrizes que tenho no meu corpo todo.

— Você podia ter simplesmente aberto o arquivo e ter seguido sua vida livremente… por que decidiu aguentar tanta violência?

— Me desculpe, mas o senhor tá sendo um pouco inocente quanto à isso. - o mais velho ergue as sobrancelhas, sei que ele pensa em quão grande era a audácia do outro a dizer isso. Era assim que me encarava quando ainda era uma adolescente atrevida e rebelde. — Viver livremente? Isso não é uma opção lá. Depois que eu revelasse todos os segredos daquele documento, Do Kyung Soo ia querer mais e mais, nunca me deixaria viver como uma pessoa qualquer.

— Então você arriscou sua vida na esperança de que pudesse chegar aqui, certo?

Yang assente e pude notar como parecia emocionado, seus olhos marejados conseguiam me mostrar a jornada que o trouxe até aqui.

— Eu não peço muito - Jeongin fala nos encarando. —, não quero uma vida em que possa esbanjar… só quero poder viver livremente e ser quem eu sou.

— Como foi parar em Kaesong? - finalmente pergunto quando as coisas se tornaram silenciosas, atraindo a atenção dele. — Já morava lá antes de eu chegar.

— A missão ao qual você foi designada já estava cogitada há um ano e meio antes de ser mandada para lá, Yoomi. O que quero dizer é, eles já sabiam como tudo ia acontecer e onde seria, e como eu tinha acesso à isso, descobri que te mandariam pra Kaesong. - olho de relance senhor Hong e rio soprado, só eu fui avisada em cima da hora? — Na época eu morava numa cidade próxima de Kaesong e quando soube que iria pra lá, soube que teria que me mudar… Do Kyung Soo já tinha morada lá quando era apenas um recruta do exército… ele ficava encarregado dos que estavam presos no campo de concentração.

— Jeongin já tinha me explicado isso. - escuto Hyunjin pela primeira vez, sua atenção voltada para o chão, sem fazer contato visual com ninguém. — Ele torturou meu irmão e o deixou à beira da morte, bem quando você o encontrou, Yoomi.

Between Red and Blue | Hwang Hyunjin |Where stories live. Discover now