29》🇰🇷 ▪︎ 🇰🇵

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Levou alguns segundos para reparar que tinha acordado num quarto grande de um hospital desconhecido por mim, a cama perto da janela me deu visão para uma Seul movimentada com raios de sol por toda a parte. Me sento no colchão com as lembranças do que tinha acontecido invadindo minha mente junto de inúmeras perguntas, me preocupo com Hyunjin e Jeongin que não estavam aqui, e mais ainda, desejava profundamente reencontrar Ye Sol.

Decido arrancar o fio do soro que estava em meu braço esquerdo e saio da cama, porém, antes que pudesse dar o primeiro passo, a porta do quarto se abre revelando o homem que não vejo há tanto tempo entrando.

— Yoomi. - meu chefe sorri chegando até mim e me abraça apertado, me deixando completamente surpresa. Ele nunca havia feito isso antes. — Obrigado por voltar com vida, não houve um dia em que não me preocupei com você. - sua voz sai embargada, mostrando o quão difícil também foi para ele.

— Fico muito feliz por voltar pra cá. - respondo sorrindo fechado e novamente me sentindo aliviada por não estar mais no norte. — E mais ainda por te ver de novo, senhor Hong. - nos separamos do abraço e ele encara o fio do soro que estava no chão.

— Não seria você se ainda estivesse deitada… mas deve esperar ter alta.

— Não tenho tempo pra isso, tenho que ir atrás de algumas pessoas. - me curvo na intenção de sair, mas o mais velho me chama.

— Sei que quer vê-los, mas sua filha está na escola ainda. - meu coração acelera e sorrio, tenho certeza que meus olhos brilhavam. Finalmente ela estava vivendo do jeito que uma criança deve viver. — Já o tenente Hyunjin… ele está no meio de um serviço.

— Que serviço é esse? - questiono aflita, o que mais teríamos que passar antes de vivermos em paz? — Se for algo perigos-

— Não se preocupe, ele está nesse mesmo hospital, alguns andares acima.

— Por quê? - franzo o cenho com a confusão criada em minha cabeça. — Ele se machucou?!

— Ele está bem, mas nesse momento tá trabalhando a serviço do país.

— Então me fala que diabos de serviço é esse. - me canso disso, mais quantas vezes terei que viver no meio de tantas omissões?

— Certo. - Hong suspira se encostando na cômoda ao lado da cama. — Hyunjin tá fazendo a proteção de um quarto a mando do governo.

— De um quarto? Mas por que isso?

— Yang Jeongin. - ele diz e eu arregalo os olhos. — Nesse momento ele é um risco pro nosso país, consegue entender isso, não é?

— Jeongin ajudou a gente.

— E tentou acessar nossos dados ultrassecretos também. Você com certeza já sabia que seria detido e passaria por vários interrogatórios, é o protocolo que temos que seguir.

— Aonde ele tá?

— Não posso dizer.

— Então vou revirar esse hospital de cabeça pra baixo. - falo convicta indo até a porta e a abro, antes de sair, escuto o homem:

— Décimo sétimo andar, quarto 314.

— Obrigada. - murmuro ao sair.

Entro no elevador quando o mesmo chega e aperto o andar dito pelo meu chefe, no espelho consigo ver meu rosto cansado e faço uma careta ao ver a roupa brega do hospital. Com certeza não era isso que queria vestir ao voltar para o sul.

Saio do elevador passando por um longo corredor e conferindo os números nas portas, virando no final dele percebo que nem precisaria procurar pelos números, já que três homens do exército — incluindo Hyunjin — estavam parados na frente, impedindo qualquer passagem. Tenho que chacoalhar minha cabeça quando minha mente começa a pensar no quão bonito Hwang estava naquele uniforme de soldado, com a diferença de que nele havia várias medalhas no peito.

— Hyunjin.

Fico em sua frente, mas o homem apenas encara a janela sem nem me olhar diretamente, a postura reta e as mãos atrás do corpo, nem parecia a mesma pessoa que conheço.

— Hyunjin. - chamo de novo, mas sem resposta. — Preciso entrar e falar com o Jeongin.

— Isso não será possível. - tenho uma resposta dele, ainda que seu olhar permanecesse centrado no vidro a sua frente.

— Como não? - cruzo os braços. — Não é hora pra brincadeiras, preciso falar com o Jeongin! Pensei que fôssemos fazer isso juntos. - reclamo e bufo ao ser ignorada completamente. — Fala sério! Nós três roubamos um carro e atravessamos a fronteira mais perigosa do mundo e agora tá me dizendo que não posso passar por uma simples porta?!

Nunca pensei que pudesse desgostar dessa profissão que me deu a oportunidade de vê-lo terrivelmente bonito, era realmente verdade o que ele me disse no norte, só obedecia as ordens de seus superiores.

— Ótimo. - me sento no chão gelado com a cara fechada e vejo seu olhar vacilando por alguns segundos. — Não vou sair daqui até me deixarem entrar.

Mexo em minhas unhas esperando o tempo passar, nem sequer tive meu celular de volta — espero que o aparelho ainda exista por aqui —. Felizmente não precisei ficar tanto tempo quanto imaginava ao ver Changbin que também usava o uniforme do exército chegar junto de Minho, que sorri largo ao me ver. Me levanto sendo surpreendida pelo seu braço apertado, embora tenha ficado surpresa pelo seu ato, retribuo. Nós sempre fomos amigos — algo como Tom e Jerry —, mas nunca tínhamos tido tal contato físico.

— Cara, que bom que você voltou inteira! - Minho diz e eu rio. — É bom ter você aqui com a gente de novo.

— Até que eu senti um pouco de saudades da sua companhia. - murmuro quase sem ar por conta de seu aperto. — Quer me sufocar?

— Desculpa, eu só tav-

Sou puxada para longe dele e o encaro confusa, Minho devolve o mesmo olhar.

— Demonstrações de afeto não são permitidas aqui. - Hyunjin fala secamente nos fitando com um semblante frio, fico boquiaberta ao vê-lo voltando na mesma posição de antes, como se nada tivesse acontecido.

— Sargento Seo Changbin, senhor! - nem vejo o outro se aproximando fazendo uma continência, que é retribuída por Hwang, seu superior.

— Ele não vai falar nada, Changbin. - resmungo me encostando na parede. — É mais fácil conversar com essa parede.

— O tenente tá em serviço. - ele sussurra apesar de agora estar na mesma posição que Hyunjin e eu apenas rio soprado.

— Yoomi - Minho me chama e volto minha atenção a ele. —, depois temos que jantar juntos, quero saber tudo o que aconteceu lá.

Abro a boca para responder, mas Hyunjin me interrompe:

— Não é permitido falar de assuntos confidenciais do governo.

— Você não deveria ficar igual uma estátua? - solto o provocando. — Vamos sim Minho, a gente precisa colocar o papo em dia.

Eu podia sentir o clima tenso que estava no ar, essa situação no geral foi bem estranha para todos nós. Com sorte não precisamos ficar mais tanto tempo assim já que vejo senhor Hong chegando até a gente.

— Agora que estão todos aqui podem entrar. - então ele me mandou aqui sozinha sendo que viria também do mesmo jeito?

Um dos soldados abre a porta do quarto e o mais velho passa para dentro, vou junto sendo seguida por Changbin, mas paro ao escutar Hyunjin:

— Você não. - ele impedia a passagem de Minho com a mão. — Espere aqui fora.

— Minho pode entrar. - senhor Hong diz. — Ele está por dentro de tudo.

O outro sorri cinicamente enquanto Hwang adentra fechando a porta em seguida com cara de poucos amigos, finalmente encaro Jeongin que nos olhava como se já esperasse nossa vinda. Não deixo de me sentir mal ao notar que um de seus pulsos estava preso no ferro da cama por uma algema e o outro braço estava enfaixado.

Isso levaria muito tempo.

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❤️ Até o próximo capítulo ❤️

Between Red and Blue | Hwang Hyunjin |Onde as histórias ganham vida. Descobre agora