– Sim. 24 horas de trégua, o que você acha? – pergunto com um sorriso brincalhão. Então, ergo o braço que está com duas sacolas. – Eu trouxe comida chinesa e espumante!

Ela me analisa. Olhando-me dos pés à cabeça por um bom tempo, como se estivesse pensando em que fazer. Então, escancara a porta e me dá as costas.

– Trégua de 24 horas, Freen. Depois disso, eu irei acabar com a sua raça. Fique ciente disso. – ameaçou.

Solto um sorriso safado, e apresso em entrar. Fecho a porta, mas com os olhos fixos na bun/da de Rebecca que fica muito atraente na calça de moletom...

Depois de meia-hora, tínhamos devorado as nossas comidas. Que estava muito deliciosa por sinal. Rebecca teceu elogios ao restaurante e disse que um dia, iria comparecer lá para provar os outros pratos que deveriam ser deliciosos. Eu, apenas a olhava com um meio sorriso de satisfação. O lance da trégua parecia estar resolvendo. Ela estava relaxada, sentada ao meu lado no tapete felpudo da sala de estar. As embalagens de nossas comidas estavam em cima da mesinha, assim como as taças cheias de espumante. Tínhamos combinados de quebrar os biscoitos da sorte quando o relógio pontuasse meia-noite, e ainda faltava uns minutos...

A nossa frente, na televisão de plasma de 150 polegadas, passava um filme de tubarões. Uma escolha muito estranha e também aterrorizada para o réveillon, mas Rebecca garantiu que o filme era muito bom. Digno de um Óscar, segundo ela, já que o filme trabalhava muito com a mente. Terror psicológico. Achei exagero, mas depois de uns minutos o assistindo, não pude deixar de ficar apreensiva pelos acontecimentos com a personagem.

– Ela vai morrer? – pergunto ansiosa.

– Shhhhhh. – ela me olha de relance e coloca o dedo na boca.

Reviro os olhos. Que mulher chatinha! Lindamente chatinha. Volto a olhar para tela, voltando a ficar imensa no filme. Só que o horário piscando no rodapé da televisão, me faz pegar o controle e pausar o filme.

– Por que fez isso? – me olhou fulminante e tentou tomar o controle de minha mão.

– Não. – estico o meu braço para longe. – Faltam cinco minutos para meia-noite, de toda via, iriamos ter que parar o filme. Por que não fazemos isso agora que temos um tempinho para conversar?

Ela me encara por uns segundos, então, bufa. Vira-me um pouco para mim, dobra o braço e apoia o cotovelo no sofá. Deita a cabeça na mão e me olha entediada.

– Conversar sobre o que, Freen? Achei que queria apenas curtir a minha companhia sem nenhuma conversa no meio.

– Bem. Eu quero isso também, que dizer, curtir a sua companhia, mas também quero falar sobre algumas coisas...

Ela me olha em advertência:

– Apesar de estarmos em "trégua" existe uma coisa chamada: Limites. Isso inclui alguns assuntos.

Mordo o meu lábio inferior, e abaixo a minha cabeça. As perguntas que tenho para Rebecca, sei que ela nunca iria responder. Perguntas sobre a vida dela, sobre os seus sentimentos. Acho que estou pedindo demais, já é um grande avanço estar com ela, nesse dia... Que eu poderia muito bem estar sozinha, em algum boteco com pessoas desconhecidas.

– Tudo bem, você tem razão. Desculpe-me. – falo ao olhá-la novamente. – Como foi o seu Natal?

Por algum motivo, ela fica tensa com a minha pergunta.

– Bem.

– Eu estive aqui e você não estava. Também não estava com os Urassaya e nem os Hansen. Sei que não saiu da cidade, aonde você passou?

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now